É inegável, ao se pensar nos Estados Unidos, que eles são mais avançados do que o Brasil em tecnologia, maturidade do mercado de cartão de crédito e segurança. Não à toa, é o maior varejo virtual do mundo com faturamento de 512 bilhões de reais em 2012, o que representa 20 vezes o brasileiro.
Porém, fazer uma venda virtual nos Estados Unidos implica ter probabilidade de fraude 2,8 vezes maior do que no Brasil e o consumidor ainda tem 2,4 mais chances de ter a venda reprovada. Isto é o que vemos comparando o mercado americano com os maiores varejistas brasileiros.
A explicação do por que o nosso e-commerce é mais seguro está no modelo de negócio praticado e as inovações das empresas brasileiras. Por conta do alto índice de tentativas de fraude que quase inviabilizava o negócio, o comércio eletrônico aqui passou a terceirizar o processo de gestão de risco. Somente no Brasil é possível contratar uma solução completa que tem autonomia para decidir a validade de uma transação. Isto não cabe à loja virtual, o que permite a ela focar-se no seu negócio, sem perder tempo com análises de fraudes em compras.
Esta nova filosofia permitiu aos grandes varejistas brasileiros atingirem um índice médio de 0,35% de estornos, comparado com 1% do mercado americano, que se baseia na disponibilização de ferramentas para os gestores do e-commerce fazerem suas próprias análises. Ocorre que tal método acaba gerando mais problemas para o varejista virtual: a gestão de risco e a operacionalização de ferramentas.
Porém, apenas ter menor índice de fraudes não é suficiente. Obviamente, é possível ter fraude zero se houver uma porção significativa de pedidos reprovados. Aí, no entanto, há risco de barrar compradores idôneos. Mesmo neste quesito de aprovação de pedidos, também os grandes varejistas brasileiros são mais eficientes – 98% de aprovação média no Brasil contra 93% no mercado americano.
Em recente estudo da FecomercioSP, a confiança na empresa virtual é apontada como o terceiro motivo que mais atrai paulistanos para compras na internet, estando atrás apenas de praticidade e preço.
Mesmo sendo um país com grande incidência criminal e com tentativas de fraude criativas, haja vista a necessidade de chips nos cartões, os consumidores estão mais seguros por aqui. O e-commerce brasileiro está ganhando cada vez mais aprimoramento, unindo comodidade à segurança nas transações.