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Sexta Edição do Índice de Confiança do Varejista no Comércio Eletrônico

Por: Gabriel Lima

CEO da Enext. Formado em Publicidade e Propaganda pela ESPM, com mestrado em Administração de Empresas pelo Insper. Entre os anos de 2017 e 2020, foi representante do Brasil na Unido e também é autor dos livros Comércio Eletrônico: Melhores Práticas do Mercado Brasileiro e Líderes Digitais.

A sexta edição do índice de confiança do varejista no comércio eletrônico brasileiro apresenta indicadores relacionados as expectativas e o comportamento dos empresários em relação ao e-commerce para o próximo trimestre do ano de 2014. Nesta análise iremos abordar a evolução do comportamento de investimento dos varejistas em relação aos principais indicadores do negócio. Mais uma vez, por uma questão de coerência, separamos os varejistas em três grupos: Redes de Varejo (Empresas que contam com uma ou mais lojas físicas), Pure Play (Empresas que apenas possuem a loja online) e Marca e Indústria (Empresas que possuem marca ou produzem produtos cujo principal canal de vendas não é direto ao consumidor). Na sequencia buscou-se investigar qual a variação das prioridades de investimento dentre as principais iniciativas para comércio eletrônico: Plataforma de E-commerce, Mobile Commerce, Integração Multicanal, E-mail Marketing e Social Media. Finalmente, analisamos a confiança do varejista com relação a futuros investimentos no canal online.

Primeiramente, percebe-se que há pouca variação com relação ao tipo de empresa que desde a primeira edição realizada no segundo quarto de 2013. Notadamente, redes de varejo de são os principais interessados no comércio eletrônico, representando aproximadamente 50% dos respondentes. Ao longo do tempo, contudo, nota-se uma pequena movimentação de marcas e indústrias em iniciarem o processo de desintermediação de canais com o lançamento e investimento em canais digitais. Além disso, vê-se uma ligeira queda na participação de varejistas puramente virtuais, indicador este que pode estar relacionado a uma mudança comportamental dos consumidores que buscam cada vez mais uma experiência multicanal em seu processo de decisão e compra.

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Em segundo lugar, ao analisar a variação das prioridades de investimento comparando os mesmos períodos dos anos de 2013 e 2014 (Ano sobre Ano: YOY), nota-se que E-mail Marketing continua sendo a principal iniciativa de investimento, todavia, existem variações significativas entre as demais atividades, com destaque para a integração multicanal que saltou de 19% no terceiro quarto de 2013 para 36% no mesmo período em 2014. Esta tendência corrobora com os dados que apresentam uma tendência a redução de investimento por parte dos varejistas puramente virtuais.

Percebe-se também uma queda no interesse de investimento em mídias sociais de 39% no terceiro quarto de 2013 para 32% em 2013. Possivelmente este fato deve-se a necessidade dos varejistas de buscarem canais de investimento cujo retorno é de curto prazo como links patrocinados. Já Web Analytics apresentou uma ligeira melhora na intenção de investimento, de 31% no terceiro quarto de 2013 para 34% em 2014, que ocorre possivelmente por conta da maior competitividade que o setor vem encontrando, onde a necessidade de monitoramento e busca por resultados passa a ser essencial para o sucesso do negócio.

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Ao realizar uma análise evolutiva das prioridades de investimento, pode-se notar uma tendência de redução de investimento em plataforma tecnológica, enquanto que há uma tendência constante de crescimento da intenção de investimento em Mobile Commerce. Esta situação possivelmente deve-se ao fato das plataformas tecnológicas estarem cada vez mais padronizadas, com menores custos de investimento e manutenção, enquanto que a demanda cada vez mais intensa de dispositivos móveis nas transações realizadas no comércio eletrônico tem levado a uma necessidade de investimentos cada vez maiores por parte dos varejistas em soluções de mobilidade.

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O fato de investimentos cada vez maior em soluções móveis também vem a corroborar com o crescimento da intenção de investimento em integração multicanal apresentado no gráfico das variações de investimento ano após ano. Além disso, nota-se que há uma forte correlação positiva entre a intenção de investimento em soluções de Web Analytics e Integração Multicanal, mostrando um amadurecimento dos varejistas em relação as expectativas e necessidades dos consumidores.

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Finalmente, no que tange a intenção de investimento dos empresários e a confiança na evolução do e-commerce nos próximos três meses, tem-se que o cenário de desaceleração mantem-se no mesmo patamar. A incerteza deve-se possivelmente ao fato do cenário incerto proveniente das eleições. Todavia o indicador ainda é positivo haja visto que 2/3 do total de respondentes ainda pretendem aumentar seus investimentos.