Andreas Weigend foi Former Chief Scientist na Amazon.com e autor de mais de 100 trabalhos científicos com foco em estratégia para finanças e negócios. Atualmente leciona na Universidade de Standford e na Universidade de Berkeley na Califórnia e Cheung Kong Graduate School of Business na China, onde ministra aulas sobre Big Data e análises preventivas para comércio eletrônico. Conselheiro de empresas como Alibaba, Best Buy, Goldman Sachs, Lufthansa e Thomson Reuters.
Durante sua palestra no VtexDay 2014 (realizado no dia 16 de maio), Andreas deu algumas dicas de como transformar Big Data (informação) em decisão. “Big Data é uma mentalidade, não é algo definido pelo volume de informações ou ferramentas que você usa. É transformar dados em decisões”, disse o especialista à Folha de São Paulo.
Abaixo algumas dicas do especialista para transformar informação em decisão:
1. Do E-commerce para o We-Commerce. Este é o século das relações humanas. Compartilhar é o ponto central do ser humano. Nós comemos juntos, aprendemos juntos, jogamos juntos. Pela primeira vez na história, todos podem compartilhar em escala mundial. Nós compartilhamos o que compramos, onde está a melhor comida e quem nós somos. Este playground global mostra uma inteligência coletiva onde pessoas constantemente falam sobre informação existente para gerar conhecimento útil, relevante e atualizado. Além disso, nossos pensamentos e emoções são agora digitais e reportam para o mundo em tempo real com nada mais que alguns cliques. Os dados sabem mais sobre você do que você mesmo.
2. Entenda o valor do Big Data e influencie o cliente a tomar as melhores decisões. A informação impacta diretamente nossas decisões. Companhias crescem em satisfação do cliente e fidelização ajudando consumidores a tomarem as decisões melhores. Além disso, as empresas tendem a melhorar seus produtos e serviços alavancando o poder das informações sociais para alinhar seus objetivos com seus clientes. Empresas de sucesso começam definindo os problemas relevantes, criando informações estratégicas e provendo uma plataforma onde clientes possam dar e receber atenção livremente. De todas as informações que você precisa ter (geolocalização, histórico de busca e de compra, gráficos sociais, etc) a mais importante é quem é seu cliente e o que ele quer. Por isso a Amazon é como uma refinaria de informação: ela pega a informação que as pessoas criam e a refina, retornando com resultados e permitindo às pessoas tomarem melhores decisões. Isso influencia e muda o modo como bilhões de pessoas compram.
3. Pense e enxergue sob a perspectiva do cliente. A perspectiva do cliente é indispensável para ser bem-sucedido. Devemos olhar o consumidor como um indivíduo conectado (e não apenas como audiência) e então explorar as implicações a partir disso. Se o Google mudou o modo como bilhões de pessoas pensam a informação e o Facebook mudou o modo como bilhões pensam a identidade, a Amazon mudou o modo como bilhões pensam a compra. Isso nos faz pensar que ao invés de focar nas empresas e produtos ou nos atributos dos clientes, que tal focar na conexão entre as relações humanas que existem entre os consumidores? Abrace a transparência: permita que seu cliente consiga se conectar, contribuir e colaborar com sua marca. Dê informação para receber informação.
Segundo Andreas, o segredo da Amazon é colocar o interesse do cliente acima de tudo. “Na Amazon os funcionários pensam no cliente antes mesmo de pensar no próprio emprego e na carreira”. Com base em informações pessoais, sociais, históricos de compra, localização e outros, podemos criar um forte sistema de recomendação de produtos e assim ajudar o cliente a tomar decisões melhores. Saber quais dessas informações são úteis é tarefa do e-commerce. “Pense sempre nessas três questões: seus clientes entendem o valor de compartilharem seus dados com você? Os dados coletados melhoram seus produtos? O que você vai fazer para agradar seu cliente?”