O comércio eletrônico amplia busca por galpões em território nacional para atender demanda de consumo.
Em 2013, as expectativas de vendas globais do varejo online corresponderam a US$1,2 trilhão, fazendo com que os profissionais do setor levantassem a seguinte questão: Como, quando e de qual local as mercadorias devem sair para chegar aos destinos de forma mais ágil? Para responder a essa questão a Jones Lang LaSalle divulgou recentemente um relatório de pesquisa/análise sobre o comércio eletrônico global, revelando de que forma os diferentes mercados globais estão investindo em infraestrutura de entrega, visando atender à atual demanda de consumo.
“Hoje 39% da população mundial têm acesso à internet, tornando as compras online uma tendência global. Os varejistas têm utilizado novos tipos de instalações para se manter alinhados às necessidades de entrega, à demanda e em sintonia com as culturas locais” explica Craig Meyer, presidente da divisão de Imóveis Industriais da JLL Estados Unidos, ao destacar que as vendas online mundiais, atualmente, correspondem a 4% do total das vendas do comércio varejista e crescem em ritmo acelerado. “Entre 2007 e 2012, o comércio online global registrou uma expansão de 14,8%/ano, em relação ao total das vendas varejistas, que aumentaram só 0,9% durante o mesmo período”, diz.
Segundo ele, embora as economias em desenvolvimento ainda estejam atrás das desenvolvidas em termos de infraestrutura de comércio eletrônico, elas podem vir a ter um crescimento mais forte das vendas do comércio eletrônico no futuro. “Isso fará com que o cenário do comércio eletrônico global mude rapidamente no decorrer dos próximos cinco anos”, prevê, ao mencionar que, em 2017, as maiores taxas de crescimento das vendas do comércio eletrônico empresa–consumidor (B2C) estão previstas para ocorrer na Indonésia, China, Índia e México. Em compensação, as taxas de crescimento nos mercados maduros serão mais moderadas.
Nos países desenvolvidos, aliás, a estratégia de varejo que abrange todos os canais está provocando mudanças nos modelos de logística de comércio eletrônico, ao permitir que os consumidores elejam a maneira mais conveniente de fazer seus pedidos e de receber e/ou devolver suas compras. Nos Estados Unidos, por exemplo, estima-se que 30% da demanda de grandes galpões industriais estejam relacionados com o comércio eletrônico. Os varejistas continuam abrindo grandes centros de atendimento de pedidos do comércio eletrônico em locais próximos aos principais mercados, além de investir em armazéns de médio porte em mercados secundários, operados por provedores de logística terceirizados. No Reino Unido, por sua vez, o ‘clique e retire’ é a opção que mais cresce nas vendas online de muitos varejistas, motivado pela conveniência da retirada da mercadoria em lugar da entrega domiciliar.
“A conveniência impera. Nos próximos cinco anos, veremos o setor imobiliário se transformando para propiciar uma satisfação quase imediata ao cliente. Esperamos também que, com o tempo, os imóveis venham a responder de forma mais orgânica às necessidades na área das devoluções. Centros de processamento de devoluções, grandes e centralizados, funcionarão como ‘hubs’, dando suporte a centros de encomendas locais para retiradas e devoluções”, adianta Meyer.
Nos mercados emergentes, as cadeias de fornecimento docomércio eletrônico têm se desenvolvido de formas divergentes, influenciadas por fatores regulatórios, econômicos e culturais. Enquanto na China grandes empresas de comércio eletrônico estão estabelecendo centros de distribuição em mercados de varejo emergentes nas regiões interioranas, desde 2011, no Brasil, com seus mais de 100 milhões de usuários de internet, o boom do comércio eletrônico criou uma nova demanda por armazéns e galpões, particularmente em São Paulo, o principal centro logístico do país. Nota-se agora o surgimento de polos logísticos nas principais estradas de acesso à cidade de São Paulo, em municípios como Barueri, Cajamar e Guarulhos.
“Grandes empresas do comércio eletrônico estão se posicionando em galpões com escritórios no Brasil. Se considerarmos o potencial de mercados ainda embrionários, como o Nordeste, por exemplo, é possível adiantar que, nos próximos anos, o crescimento será grande”, avalia Marcelo Sasaki, gerente de Pesquisa da JLL Brasil, ao mencionar que empresas como Dafiti, Amazon, Riachuelo e até Twitter (devido à sua representatividade no mercado) estão locando mais espaços do que necessitam, tendo em vista o crescimento do comércio onlineem território nacional.
“O comércio eletrônico oferece acesso a mercadorias que ainda não são encontradas em determinadas regiões do Brasil. Isso nos oferece uma visão clara do potencial desse mercado no país. O e-commerce, certamente, oferece uma nova dinâmica ao consumo e, consequentemente, ao segmento de galpões”, conclui Sasaki.
Por: Panorama JLL