Nos últimos anos, as redes sociais têm revolucionado a maneira como os consumidores descobrem, interagem e compram produtos online. Hoje, plataformas como Instagram e TikTok deixam de ser apenas ferramentas de entretenimento e se consolidam como importantes canais de vendas.
Para se ter uma noção, 59% dos usuários que estão nas redes sociais já realizaram compras por meio dessas plataformas, segundo pesquisa realizada pela Hootsuite. O fenômeno reflete uma disrupção nos canais de vendas digitais, marcada pela introdução de novas jornadas de compra que desafiam os modelos tradicionais.
Essa disrupção está relacionada não só ao uso de novas tecnologias, como inteligência artificial, como também às mudanças no comportamento do consumidor. O social commerce elimina barreiras entre descoberta e aquisição, permitindo que produtos divulgados por influenciadores, por exemplo, sejam adquiridos com poucos cliques, eliminando a necessidade de visitar sites externos.
Além disso, a descoberta de produtos em redes sociais é rápida e visualmente atraente, incentivando compras, muitas vezes, motivadas por recomendações de criadores de conteúdos e usuários reais do produto. As validações sociais, como curtidas, comentários e avaliações de outros usuários, são fatores que aceleram a decisão de compra.
O grande diferencial do social shopping é, justamente, a maneira como ele combina a descoberta de produtos, a interação social e a jornada de compra em um único lugar. Os consumidores não precisam mais buscar ativamente produtos como faziam no e-commerce tradicional.
Em vez disso, eles se deparam com novos itens enquanto navegam por seus feeds, assistem a stories ou veem recomendações de amigos e influenciadores. Isso cria um ambiente no qual a compra é mais espontânea e menos planejada.
Mais engajamento e conversão
O social shopping oferece vantagens claras sobre os modelos tradicionais de venda online ao criar uma experiência de compra mais envolvente, interativa e social. Para marcas e influenciadores, isso significa um maior potencial de engajamento, conversão e crescimento da base de clientes, utilizando validação social, personalização e poder da recomendação de influenciadores.
Os consumidores estão mais propensos a confiar na opinião de criadores de conteúdo ou de outros usuários do que nas mensagens tradicionais de marketing. Nos Estados Unidos, 49% dos consumidores fazem compras diárias, semanais ou mensais motivados por influenciadores, de acordo com pesquisa feita pela Sprout Social. No Brasil, esse percentual é ainda maior, conforme mostram estudos. Somos um dos países com maior taxa de influência por criadores. Pesquisa do IAB Brasil revela que oito em cada dez brasileiros já compraram algum produto recomendado por um influenciador.
Acredito que o futuro das vendas online está, cada vez mais, ligado ao engajamento social do que à experiência tradicional de e-commerce. As marcas que conseguem aproveitar essas oportunidades têm uma vantagem significativa em um mercado competitivo.
No entanto, é fundamental destacar que todas as evoluções do e-commerce tradicional continuam a ter muita importância para a satisfação do cliente. Entregas cada vez mais rápidas e fluxos de pós-venda também são relevantes para criar uma experiência positiva, aumentando a satisfação do cliente e influenciando diretamente a lealdade e a decisão de recompra.
Em um mundo virtual onde o consumidor tem acesso a infinitos conteúdos de reviews gerados pelos usuários nas redes, como avaliações, comentários e experiências reais, é normal que ele se torne mais exigente e crítico no momento da compra.
As fotos e os textos com descrição dos produtos nos e-commerces não são mais suficientes para influenciar a decisão de aquisição. O cliente quer saber exatamente o que está adquirindo antes de finalizar o pedido, e tecnologias como câmeras de alta qualidade e realidade aumentada estão contribuindo para isso.
Precisamos levar em consideração que já passou o tempo em que o consumidor descobria o produto ao abrir a caixa. Agora, ele conhece praticamente tudo sobre o item antes mesmo de colocá-lo no carrinho. Esse comportamento mais crítico e detalhista exige que as marcas repensem suas estratégias, pois entender essa nova jornada é essencial para ter sucesso na era do social commerce.