As mudanças do mundo são marcadas por tendências e comportamentos. O mesmo acontece com as formas de consumo e a maneira de pensar dos clientes que também são demarcados por transformações e desafios da contemporaneidade.
A pandemia tem sido o maior propulsor global de mudanças dos últimos tempos, muitas delas radicais, fazendo com que houvesse mudanças profundas em diversos hábitos de forma praticamente unânime, pois todos foram atingidos pelo mesmo fator. Por isso, houve uma ressignificação de diversos hábitos e campos da vida, como lares, prioridades, trabalho e até relacionamentos, ou seja, tanto com as coisas quanto com as pessoas. Por isso, o consumidor do futuro tem uma nova cara, novos anseios e novas vontades.
O cenário se mostra otimista em relação às novidades que podem surgir a partir de novas demandas e exigências do consumidor do futuro.
E, apesar de tudo, o cenário se mostra otimista em relação às grandes novidades que podem surgir a partir dessas novas demandas e exigências do consumidor do futuro.
O poder da tecnologia nos hábitos de consumo
Se alguma vez houve dúvidas em relação ao poder da tecnologia nos hábitos de consumo ou até mesmo no dia a dia, provavelmente elas se esvaeceram nos últimos tempos, uma vez que ela tem sido uma grande aliada, principalmente do comércio e do cliente. Segundo o Estado de Minas, apenas o e-commerce brasileiro no ano de 2021 registrou um faturamento recorde de mais de R$ 161 bilhões e um crescimento de 26,9% em relação ao ano anterior. E a tendência é de que em 2022 o setor cresça 9%.
Outra tendência que veio para ficar é o 5G, isso porque a conectividade se tornou essencial para os novos tempos em que as videoconferências deixaram de ser exceção e viraram rotina na vida de muitas pessoas. Segundo a CNN, pelo menos 200 milhões de pessoas e negócios já assinam serviços com tecnologia 5G em todo o mundo atualmente. Esses números expressivos mostram que a tecnologia está entre nós, literal e figurativamente.
Outros fatores que influenciam o consumidor do futuro
Além da tecnologia, outras pautas também entram em questão quando se trata do consumidor do futuro. Afinal, ele não está apenas mais conectado, mas também possui novos desejos. Um estudo da WGSN realizado em 2022, deixa claro que, por conta dos desafios políticos, crise climática, incertezas econômicas e, mais recentemente, a pandemia da Covid-19, a sensação de medo está crescendo em nível global, e o sentimento não é só um unificador global, mas demográfico também.
Ainda segundo o estudo, além do medo, outro desafio enfrentado por milhões de consumidores ao redor do globo é a ansiedade. Há uma preocupação crônica com as consequências geradas pelo aquecimento global e também pelo cenário econômico e financeiro. Segundo um estudo feito pela MassMutual (2018), nos Estados Unidos, 54% das pessoas acreditam que é impossível ter segurança financeira pessoal e familiar.
Além da ansiedade, há um forte movimento de dessincronia social. Pois ao mesmo tempo que a tecnologia trouxe comodidades e permitiu que os indivíduos fossem mais produtivos, causou também uma “bagunça” social, em que as pessoas continuaram a fazer as mesmas coisas, mas não na mesma hora que as outras. Ou seja, outras formas de trabalho entraram em pauta, e o costumeiro “das nove às seis” passou a deixar de ser um padrão.
Com todas essas mudanças, uma outra característica da atualidade é a resiliência. Isso porque as pessoas estão cada vez mais acostumadas com mudanças constantes, fazendo com que elas se adaptem muito mais facilmente às adversidades.
Mas como lidar com essas questões e sentimentos desse consumidor do futuro?
Mais do que conhecer a fundo todas essas problemáticas e sentimentos, é preciso também compreender os perfis que compõem os consumidores do futuro que já se manifestam hoje. No mesmo estudo, a consultoria WGSN identificou os três principais perfis.
- Estabilizadores: Grupo formado, majoritariamente, por millennials e pela geração X. Priorizam a estabilidade em todos os aspectos da vida e estão começando a deixar de lado o culto à produtividade intensa.
- Comunitários: Assim como o grupo anterior, é formado em sua maioria por millennials e pela geração X. Esse grupo quer fincar raízes em suas comunidades, mas não em suas carreiras.
- Novos otimistas: Formado por diversos grupos etários, da geração Z aos baby boomers. A característica mais marcante desse grupo é o desejo voraz pela felicidade.
Ao ver esses três grupos mais latentes de consumidores do futuro, é possível traçar novas diretrizes para um negócio. Há cases de empresas e comércios que já se adaptam para o amanhã com estratégias de engajamento voltadas para atender aos anseios desses perfis.
Estratégias para esses perfis
Os estabilizadores, por exemplo, se identificam como um grupo incerto sobre o futuro e cansado da pressão que a otimização traz. E, por isso, algumas estratégias de engajamento são a simplicidade, o comércio calmo e unificado. Essas táticas juntas conseguem fazer com que o consumidor tome decisões de forma simples e não sobrecarregada de informações, além da escolha de produtos que ofereçam um alívio para as incertezas diárias. Há cases de sucesso como a Consum (rede espanhola de mercados), que transformou suas lojas em ambientes mais calmos. Outro case de sucesso é a Aldi (rede alemã de supermercados), que apostou em um formato de loja mais simples e com linhas reduzidas – um movimento reverso ao das grandes marcas e que possui um método contrário de venda.
Já para o grupo dos comunitários, as empresas devem se preparar para atender esse tipo de consumidor que estabelece limites entre a vida pessoal e profissional, e que também quer investir nas suas comunidades locais. Algumas estratégias de engajamento para esse grupo são iniciativas com um viés comunitário e sustentável, dando importância para cidades do interior e o comércio local, além do incentivo a redes de apoio. Há cases como o da MyBeautyBrand, uma plataforma de venda P2P (peer-to-peer ou par a par) no Reino Unido, que incentiva o usuário a inspirar a comunidade e ganhar uma comissão, fazendo com que o comércio se aqueça por meio de uma dinâmica da própria população local.
Já com os novos otimistas, as empresas precisam investir em produtos e serviços que acompanhem o estilo de vida desse grupo e em iniciativas hiperlocalizadas que abracem o consumidor, contribuindo para seu bem-estar e sensação de felicidade. Algumas estratégias que ganham destaque são: comércio em livestream, compras em RA/RV, evolução e aprimoramento dos serviços sob demanda e, claro, o investimento no bem-estar dos consumidores. Um exemplo que pode ser citado é a Pinduoduo, uma plataforma de comércio social, que cria iniciativas de compras coletivas de itens a preços reduzidos.
Tendências para o consumidor do futuro
O mesmo movimento acontece quando se trata de e-commerces. A adoção de tendências para o consumidor do futuro vem crescendo exponencialmente, principalmente com o crescimento de soluções tecnológicas visando especialmente à adaptação a esses clientes. E uma delas são as soluções omnichannel. Cada vez mais, soluções multicanal se mostram necessárias para o consumidor. Segundo estudo da Infosys, 86% dos usuários apontaram um serviço exclusivo e personalizado como fator preponderante no seu processo de decisão de compra. Ou seja, quem não adotar uma estratégia multicanal pode ficar para trás.
Para planejar os passos de um negócio, é preciso olhar para o futuro e compreender as tendências, os novos hábitos de consumo e o estilo de vida das pessoas. Esse conhecimento irá guiar os passos para que seu negócio perpetue com saúde no futuro, direcionando mais empresas e comércios voltados para resultados mais assertivos com o consumidor no centro dos processos.
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