Você, lojista e profissional que trabalha diretamente com o varejo online, já parou para pensar na democratização do e-commerce e na importância desse conceito para o nosso mercado?
Quando o e-commerce surgiu, ele veio com um objetivo muito claro: trazer comodidade e facilidade para o processo de compra e levar o varejo para lugares que, no presente modelo de negócio, seria impossível.
É fácil pensar em uma grande rede com diversas lojas físicas espalhadas pelo país, cobrindo boa parte do território nacional. Mas e o pequeno lojista? Aquele seu amigo que abriu uma lojinha, ou quem faz produtos artesanais… Essas pessoas conseguiriam vender para outras cidades e estados? A gente sabe que não, né?!
Essa possibilidade de acesso a novos produtos por parte dos consumidores e um aumento no alcance para os lojistas são pilares muito fortes e que vêm sustentando o e-commerce desde sua criação.
A primeira loja virtual no Brasil, a Booknet (atual Submarino), foi criada em 1996. De lá pra cá, muita coisa aconteceu, o varejo online se consolidou e foi possível acompanhar os avanços do mercado. Além de ficar cada dia mais claro o quão os objetivos iniciais do e-commerce estão sendo alcançados.
E-commerce hoje: em que pé estamos?
Chegamos a uma realidade em que, hoje, os lojistas conseguem vender para todos os estados do país. Com a chegada do marketplace, isso ficou ainda mais possível, uma vez que o modelo de negócio facilita e simplifica o processo de abrir uma loja digital. Sem falar na redução de custos.
Por sua vez, o consumidor, onde quer que esteja, desde que tenha um dispositivo com internet, tem acesso a qualquer produto que queira comprar. Mas ter acesso ao item significa, necessariamente, conseguir comprá-lo? Ou ainda: significa conseguir comprá-lo com a comodidade que o e-commerce propõe (ou deveria propor)?
Essas são perguntas que vêm ressoando em quem trabalha no setor e busca, constantemente, entregar uma experiência de compra no e-commerce de qualidade. Para todo mundo! E é por isso que discutir a democratização do e-commerce tem sido essencial para evoluirmos e darmos o próximo passo nesse mercado.
Democratização do e-commerce
Quando falamos em democratizar o e-commerce, muitas pessoas pensam em buscar soluções para estarmos mais presentes em regiões ribeirinhas do Norte do Brasil, por exemplo. Como podemos tornar o e-commerce mais viável nessas regiões, entregar mais rápido, aumentar a conversão?
Mas a verdade é que não precisamos ir tão longe dos grandes centros para entendermos que precisamos melhorar nessa questão. Diversas regiões do Rio de Janeiro não são cobertas pelas entregas dos Correios, por exemplo. Fazendo com que os consumidores precisem buscar os itens em um ponto de retirada da empresa.
O mesmo acontece na cidade de São Paulo. Como em uma mesma cidade, bairros recebem sua encomenda no mesmo dia e em outros o produto não consegue nem ser entregue?
Outro problema comum é que muitas pessoas não têm quem receba seus pedidos em casa, ou na portaria do prédio, por exemplo. E muitas não podem receber os itens no trabalho. É preciso pensar em uma solução para elas também.
Fazer a democratização do e-commerce é urgente se quisermos continuar sustentando os pilares iniciais desse mercado: facilidade, comodidade e alcance. Para todos!
E trabalhar essa questão não é apenas atender uma demanda existente, pensar no cliente e na experiência dele. É ter uma visão de negócio que enxerga essa população, que hoje está desassistida, como um potencial cliente. Que compra, recomenda, compra novamente…
Em um cenário cada vez mais competitivo, com mais oferta, é preciso pensar em ampliar o mercado consumidor e se destacar, para que esses novos clientes vejam você como a melhor opção.
Por onde começar
Ao mesmo tempo que sabemos da necessidade de democratizar o varejo on-line, também sabemos que isso não acontece de um dia para outro. É necessário que isso esteja no core da empresa! Mas, com parcerias, pequenas ações e pensando para além do convencional, já é possível ter resultados muito interessantes.
Mas é possível começar e realmente criar estratégias que sigam nessa direção. Um exemplo é a parceria entre a B2W Digital, a startup de logística Favela Brasil Xpress e a organização G10 Favelas.
O acordo, firmado em abril deste ano, vai permitir que os itens comprados na Americanas, Submarino e Shoptime sejam entregues diretamente aos consumidores da comunidade de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, nas suas próprias casas.
E até então, isso não acontecia. Mais de 100 mil moradores da comunidade precisavam se deslocar até pontos de retirada (dos Correios ou lojas físicas da Americanas e de parceiros) para buscarem seus produtos comprados online.
A startup Favela Brasil Xpress é quem vai fazer o last mile dessas transações, garantindo que a falta de CEP de algumas ruas não seja mais um empecilho para a entrega. E o objetivo é ampliar o programa para diferentes comunidades do país.
Outra ação afirmativa neste sentido é o trabalho de entrega utilizando lockers como ponto de retirada. Localizados em pontos estratégicos, como estações de metrô, trem e terminais de ônibus, eles são úteis quando falamos da compra de itens menores.
Por estarem em pontos de grande circulação de pessoas, eles não precisam ser um desvio no caminho do cliente. Estão mais para uma paradinha rápida, de quem já estava por ali. E uma vez que você facilita o processo de retirada, por consequência, você incentiva a compra.
Na cidade do Rio de Janeiro, os consumidores, desde o ano passado, por exemplo, já encontram lockers da Americanas para poderem retirar suas compras feitas em nossos sites.
Outra estratégia são as parcerias com os lojistas que vendem no nosso marketplace e possuem lojas físicas. Assim, os clientes têm mais opções, aumentando as chances de ter um lugar próximo a sua casa, ao trabalho…
Ao melhorar a experiência de compra dos nossos clientes, a gente também impulsiona o nosso negócio, levando-o mais longe, colocando os nossos parceiros em outro patamar: onde eles entregam pra todo mundo, em qualquer lugar!