Quando se fala em controle e gerenciamento de estoque, o que não faltam são teorias. São técnicas ensinadas em cursos e universidades e totalmente embasadas em pesquisa e cálculos matemáticos.
Você pode digitar no YouTube, por exemplo, e buscar por termos como: controle de estoque, gerenciamento de estoque, como calcular o estoque mínimo, como saber o momento ideal para fazer reposição de estoque, entre outros.
Muito provável você encontrar um vídeo técnico mostrando, através de cálculo ou até pelo uso de planilhas, como você consegue chegar a esses números tão importantes para o gerenciamento do seu estoque.
Como gestor e empreendedor, eu mesmo já busquei muitas vezes esse tipo de informação. Mas vou confessar aqui um problema que eu encontrei e que acredito ser o mesmo problema que você encontra, que é a dificuldade em colocar em prática esses cálculos de controle de estoque em minha empresa.
Na maioria dos casos, as teorias sobre sobre controle e gerenciamento de estoque são de certa forma bem simples de entender e não envolvem cálculos tão complexos. Mas o problema está quando a gente pensa na escala da aplicação dessas fórmulas. Isso porque quando a gente escuta a teoria de cálculo de controle de estoque aplicado a um produto, ou seja, um SKU, a teoria funciona e é possível fazer esse cálculo usando as técnicas indicadas. No entanto, eu sempre tive dificuldades em replicar isso na vida real, já que meu estoque possui milhares de unidades, SKUs e produtos.
E, o pior, cada produto tinha sua vida própria, seu ciclo, sua velocidade de venda, sua velocidade de reposição de estoque. Enfim, replicar o cálculo usado nos exemplos em um SKU era praticamente impossível de ser feito quando eu tinha que fazer isso para todos os produtos de forma individual.
Para demonstrar meu problema, eu criei uma analogia que uso para explicar o meu sentimento de frustração ao terminar de assistir a um vídeo sobre a teoria do controle de estoque. Essa analogia é tema deste artigo, e eu chamo de: O controle de estoque e a história da galinha.
Mas antes que você ache estranho eu falar de controle de estoque e de galinha, vou iniciar logo a história dessa analogia.
Imagina então que você é responsável por cuidar de uma galinha.
A regra de controle é extremamente simples. Exige sim alguns cálculos, mas de forma geral ela é bem simples. A regra diz que a galinha tem que acordar às 6 horas da manhã e dormir às 6 horas da tarde.
Durante o dia, ela realiza três refeições, e cada uma dessas refeições representa 5% do peso corporal dela em ração.
Uma regra bem simples, como eu disse. Resumindo: às 6 da manhã, você a retira do poleiro. Para as refeições, você pesa a galinha e 5% daquele peso você põe ração, três vezes ao dia. No final do dia, às 6 horas da tarde, você volta essa galinha para o viveiro. E repete essa rotina no próximo dia.
Simples, não é verdade?
Mas a vida coloca a teoria em contato com a realidade. Temos então, na prática, no lugar de apenas uma galinha, mil galinhas. Eu disse mil galinhas? Na verdade, agora só temos 999 galinhas, pois uma, infelizmente, morreu de fome por falta de cuidados.
Como aplicar aquela regra de simples entendimento, agora em escala?
Assim como em seu estoque, cada galinha, ou produto, possui vida própria. Alguns produtos, muitas vezes da mesma família, possuem diferentes velocidades de venda, por exemplo. No caso das galinhas, algumas comem toda a ração; outras, não. Algumas voltam ao poleiro durante o dia; outras, não. Algumas se movimentam mais, outras menos. Enfim, o objetivo aqui não é falar de galinhas, mas sim chamar a atenção sobre o controle e o gerenciamento de estoque.
Perceba que o controle de estoque e o controle das galinhas nesse exemplo são muito parecidos. A teoria exige um certo cálculo, mas é simples de entender. Entretanto, quando ela depara com realidade, torna-se complexa de ser aplicada.
Você aí que possui um estoque para controlar, independentemente do produto, depois de um certo volume, aplicar a teoria na prática se torna um desafio.
Felizmente, nos dias atuais, conseguimos encontrar opções de sistemas de controle de estoque que apresentam ferramentas escaláveis. Com elas, você consegue, de alguma forma, aplicar a teoria de gerenciamento de estoque, especialmente quando você precisa lidar com volume de estoque, ou melhor, quando existe volume de giro de estoque.
Em sua rotina na administração de empresas, não confunda teorias simples de entender com aplicações práticas, especialmente quando exijam escala e volume de dados. Muitas operações de uma empresa hoje são de fato fáceis de entender, mas complexas de aplicar.
Saber a teoria é fundamental e atualmente, como citado acima, existem alternativas de sistemas de controle de estoque que conseguem vencer esse obstáculo da escala. Esteja por dentro dos assuntos e aproveite a globalização e o poder da venda pela Internet para encontrar um sistema parceiro que se adeque à sua escala e obviamente ao seu bolso.
Mas, acima de tudo, encontre um parceiro que resolva um problema que claramente hoje você tem.
Dessa forma, esteja pronto para identificar gargalos e problemas importantes dentro da sua operação e aí sim estude a solução desses problemas com algum tipo de ferramenta. Mas sempre tendo clareza no que você está buscando resolver.
Um grande abraço, cuide bem das suas galinhas e boas vendas!