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MadeiraMadeira: a criação do unicórnio com estratégia de dropshipping

Por: Dinalva Fernandes

Jornalista

Jornalista na E-Commerce Brasil. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Política e Relações Internacionais pela FESPSP. Tem experiência em televisão, internet e mídia impressa.

A MadeiraMadeira é a maior loja online especializada em produtos para casa do Brasil, com mais de 7 milhões de clientes atendidos, como um modelo híbrido entre e-commerce, marketplace e lojas físicas, que possui mais de 2 milhões de produtos. Mas a expansão da marca, que conquistou o título de unicórnio de 2021, começou com dropshipping, segundo Robson Privado, COO e co-founder da empresa, no VTEX Day, nesta terça-feira (12). “A MadeiraMadeira foi fundada em 2009, mas foi apenas em 2012, com a chegada dos primeiros investidores, que vimos a necessidade de apostar em dropshipping. Somos o único player que escalou desta maneira”.

Uma das guide shops da MadeiraMadeira. Imagem: Reprodução

No início, a empresa começou utilizando o modelo de dropshipping apenas para vender pisos de madeira – está aí a origem do nome – e, posteriormente, aumentou o portfólio para materiais de construção. Em 2013, foi iniciada a venda de móveis. Hoje, o foco do MadeiraMadeira é o segmento de casa e decoração. 

Com base em tecnologia, a companhia possui mais de 30 softwares desenvolvidos internamente para atender a operacionalização do e-commerce. “Somos uma empresa de tecnologia que vende objetos para casa. Com o aumento da demanda e para atender melhor os nossos clientes, implementamos a operação de logística e, em 2018, lançamos em 2018 o marketplace, que conta com mais de 15 mil sellers”, diz Privado.

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De dropshipping a marketplace

De acordo com Privado, em 2017, a MadeiraMadeira atua com sua primeira versão de dropshipping. a empresa efetuava a venda, fazia a leitura do estoque, emitia a ordem de compra para o fornecedor e coletava os produtos com a transportadora. Porém, nessa etapa, perdia-se parte da visibilidade do processo. “O produto demorava mais para chegar e com avaria. No caso de móveis, quando mais se manipula, mas avarias eles podem sofrer”, explica o executivo. 

Entre as principais vantagens do dropshipping estão o custo baixo para começar as vendas, a falta de custo de estoque e a variedade de produtos. Já as desvantagens mais significativas são prazo de entrega maior, operação complexa e devolução. “No Brasil, a operação fiscal e tributária é complexa, com múltiplas origens e destinos. Na nossa operação, são mais de 1 milhão de customizações, por exemplo. Outro ponto é: sem armazém, como fica a devolução? Para isso, nós superamos boa parte das devoluções com descontos, mas elas ainda acontecem. E, por fim, é muito caro estocar móveis. Onde se guarda um guarda-roupa cabem centenas de celulares, por exemplo”, elenca. 

Para suprir essas necessidades, a companhia desenvolveu por mais de dois anos o atual modelo utilizado, com logística própria, que possibilita entregas mais rápidas: o prazo caiu de três a quatro semanas para menos de duas semanas. “Como é um produto sob demanda, o cliente já espera um prazo maior”, diz Privado.

Lojas físicas e a saga omnicanal

A primeira loja física da empresa foi inaugurada 15 dias antes da pandemia de Covid-19 chegar ao Brasil, em 2020. Naquele ano, foram 10 lojas inauguradas. Já em 2021, a rede contava com mais de 100 espaços em todo o país, sendo 22 apenas na Grande São Paulo. Privado lembra que, mais uma vez, a ideia das chamadas guide shops veio a partir da demanda do consumidor.

“A ideia de um mercado offline, como chamamos, começou em 2015 quando fomos para a China. Na época, ninguém falava disso, mas empresas como o Alibaba tinham muitos clientes omnicanal. Ficamos com isso na cabeça e percebemos que a maior busca no site era por lojas físicas. Na época, o e-commerce correspondia a 5% do mercado, mas já havia uma demanda do cliente”, relembra.

A empresa chegou a tentar uma parceria com um lojista local, mas não deu certo. Porém, em uma viagem à Índia, os executivos da MadeiraMadeira conheceram um modelo de guide shop que os inspirou, segundo Privado. “As nossas lojas físicas são 100% showroom, onde não se aceita dinheiro, e que impacta muito o cliente. Também fomos a primeira loja online a praticar o mesmo preço na loja fisica”, afirma.

Cliente no centro do negócio

“Nós sempre colocamos o cliente no centro e, por isso, estamos sempre em busca de atender suas necessidades. Com as demandas, foi necessário implementar dropshipping, depois criar uma rede logística, em seguida o marketplace e assim por diante. Cada vez mais é integrar os pedaços para proporcionar soluções no mesmo lugar”, diz.

Nesta terça-feira, o MadeiraMadeira anunciou a compra da operação da IguanaFix no Brasil, uma plataforma de tecnologia on demand de serviços para casa, com foco em montagem de móveis. Esta é a segunda compra da empresa desde que conquistou o título de unicórnio. A primeira foi a Itrack, startup de softwares de rastreamento e roteirização de entregas, em junho de 2021.

“Mais do que vender móveis, nós queremos transformar a forma como as pessoas montam suas casas e ajudá-las a realizarem seus sonhos. Com essa aquisição, vamos expandir nosso ecossistema e oferecer também serviços que contemplam toda a jornada das pessoas, que estão no centro do processo”, explica Carlos Eduardo Baron, CFO da MadeiraMadeira. 

A empresa realizou um projeto piloto com a IguanaFix durante três meses, implantando a solução em 12 lojas próprias que possuem o formato de guide shops em São Paulo. Como resultado, foram realizadas cerca de mil montagens. 

Com a aquisição, a plataforma passa a ser uma unidade de negócio da MadeiraMadeira, atendendo exclusivamente os seus clientes. Além disso, todo o time da IguanaFix se mantém na operação. Posteriormente, os serviços serão expandidos, de forma gradual, para todo o Brasil e pelos mais diversos canais de venda. 

Há dois anos, a empresa também lançou sua marca própria baseada no modelo da varejista sueca IKEA.

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Por Dinalva Fernandes, da redação do E-Commerce Brasil