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Varejistas de moda dos EUA reduzem previsões de lucro diante de cenário desafiador

Na semana passada, marcas de moda dos Estados Unidos reduziram suas previsões de lucros à medida que os desafios do setor – inflação crescente, atrasos contínuos na cadeia de suprimentos, perda do mercado russo e demanda reduzida – continuaram a se acumular. 

A Gap se tornou a mais recente varejista americana a reduzir sua previsão de ganhos para o ano inteiro, juntando-se a empresas como Kohl’s, Tapestry, Estée Lauder, Walmart e Target, que fizeram o mesmo ao longo do mês.

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Reprodução/Farfetch

A marca citou o aumento dos custos, principalmente no transporte aéreo e frete, juntamente com uma demanda muito mais lenta do que o previsto. O pronunciamento feito na última quinta-feira (26) rendeu os mesmos comentários de colegas da Gap, como a American Eagle, que também progetou vendas mais baixas para o resto do ano. 

As vendas da Gap no último trimestre caíram quase meio bilhão de dólares, em comparação com o trimestre anterior, indo de US$ 3,9 bilhões para US$ 3,5 bilhões. 

Segundo o Glossy, o sentimento entre as marcas agora é “se preparar para o pior”, à medida que a tempestade de problemas na cadeia de suprimentos, inflação, desaceleração econômica e mais interrupções do Covid se juntam.

A Farfetch também reduziu sua previsão de lucro anual, mas teve um motivo diferente. A Rússia foi o terceiro maior mercado para o qual a empresa vendeu e, com base em sua trajetória de crescimento, o CEO José Neves esperava que ela representasse uma parcela ainda maior da receita da Farfetch em 2022. Mas, em março, a empresa se retirou totalmente da Rússia devido à guerra contra a Ucrânia e os efeitos dessa decisão devem aparecer em breve.

Muitas marcas que diminuíram as previsões para 2022 acabaram seguindo indicadores otimistas divulgados no final do ano passado. A Gap, por exemplo, previu até US$ 2 em lucro por ação no início do ano, muito superior a US$ 1,34 ganhos estimados pelos analistas. Agora, a empresa baixou sua previsão para 30-60 centavos.

Durante a apresentação de resultados na semana passada, o CEO da American Eagle, Jay Schottenstein, disse: “Em retrospectiva, nossos planos para entrar no ano eram muito otimistas”.

Chanel vai abrir novas lojas

Apesar de todas as tendências contrariando os varejistas de moda, a Chanel sempre parece passar direto por elas. As receitas da gigante da moda francesa aumentaram 50% em 2021, para mais de US$ 15 bilhões, e seus lucros operacionais triplicaram.

Notavelmente, o que foi visto como um desafio para outras marcas, foi encarado como uma bênção para a Chanel. De acordo com o CEO Philippe Blondiaux, falando ao Business of Fashion, os frequentes aumentos de preços da Chanel ajudaram a aumentar ainda mais sua receita. Uma bolsa Chanel com aba custa mais de US $ 10 mil agora, em comparação a 2019, quando o preço era de US $ 7 mil. O encarecimento do produto não intimidou os clientes da Chanel, que compraram os itens em volumes ainda maiores. 

Embora a Chanel ainda não venda seus principais produtos online e tenha uma frota de lojas menor do que a rival Louis Vuitton – 250 para quase 500 da Louis Vuitton – a empresa planeja abrir uma rede de boutiques privadas disponíveis apenas para seus clientes que mais gastam. Essas lojas serão abertas em 2023, começando na Ásia antes de se espalhar para outras regiões.

Fonte: Glossy

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