A cesta básica no e-commerce recuou 5,67% em julho na comparação com junho na região metropolitana de São Paulo. Com isso, o valor caiu de R$ 692,81 para R$ 653,56, segundo levantamento da Precifica.
Trata-se da terceira queda consecutiva. Em maio, houve diminuição de 1,25% e, em junho, de 0,88%. O estudo envolveu 13 itens disponíveis em cinco grandes plataformas de e-commerce de empresas supermercadistas que atuam na região.
Para efeito de comparação, o IPCA-15, que é uma prévia da inflação, está em 0,13%, menor do que o registrado em junho (0,67%), divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 26 de julho.
A Precifica ressalta que os números do IBGE envolvem produtos e serviços de diversos segmentos e não somente da cesta básica, e essa é a razão para a diferença. No entanto, o resultado obtido pelo IBGE aponta na mesma direção da Precifica.
A pesquisa abrange os mesmos itens adotados pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). A diferença é que a Precifica monitora o preço do sal refinado, mas não acompanha o do pãozinho francês, enquanto o Dieese acompanha o do pãozinho, mas não o do sal.
Hábitos
De acordo com a pesquisa, a alta da inflação registrada nos primeiros meses do ano fez com que muitos brasileiros substituíssem alimentos mais caros, como a carne vermelha, por outros mais baratos, como frango, ovos e linguiça. Outro efeito foi a redução do consumo, fazendo com que supermercados deixassem de abastecer seus estoques em grande quantidade.
O resultado foi o aumento da ruptura. Produtos de marcas mais caras começaram a sumir das prateleiras, frustrando a expectativa de quem ainda tem poder de compra para adquirir as linhas mais sofisticadas.
O arrefecimento inflacionário pode levar os clientes a procurar produtos que haviam substituído na sua casa. Para reduzir o risco de o supermercado perder vendas, o CEO da Precifica, Ricardo Ramos, aconselha as plataformas de e-commerce e demais empresas com lojas físicas a implantar sistemas de monitoramento e precificação.
“São soluções que acompanham em tempo real o comportamento dos consumidores e dos concorrentes, possibilitando que o supermercadista entenda de imediato o que está sendo demandado para evitar a falta do produto no estoque. Além disso, com apoio da tecnologia é possível aproveitar as oportunidades em função da escassez dos estoques de outros”, explica Ramos.
A própria carne bovina pode ser um exemplo. Substituída por outras proteínas, segundo o levantamento, o preço dela apresentou queda de 11% em relação a junho. Se esse viés de queda for mantido nos próximos meses, é possível que a carne bovina volte a ser incluída nos carrinhos desses clientes. O ocorre com a batata (-21,2%) e o tomate (-26,6%).
Alta na cesta básica
O preço do leite integral, que no mês passado foi o destaque negativo, voltou a ser o vilão em julho com alta, no e-commerce, de 21,1%. A segunda maior alta foi da manteiga (12,5%) seguida da banana (5,6%) e do sal refinado (4,4%).
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