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Pagamento digital: Como escolher o sistema de pagamento do seu e-commerce

Por: Anderson Cruz

Webwriter na maior empresa de segurança para e-commerce da América Latina, a Site Blindado.

Dando sequência à nossa série sobre como montar um e-commerce, iremos dar dicas para que você consiga realizar a escolha de um sistema de pagamento para sua loja virtual. Para iniciarmos, como foi descrito no artigo “Como montar uma loja virtual passo a passo”, existe três maneiras diferentes de se receber pelos produtos ou serviços oferecidos em sua loja virtual. São eles:

1. Intermediadores de pagamento
2. Gateways de pagamento
3. Integração direta com o adquirente, como Cielo e Rede

Na sequência iremos abordar de forma ampla cada uma dessas modalidades e mostrar em quais cenários elas são mais adequadas, ajudando você a escolher a melhor para sua loja.

Intermediadores de pagamentos

São empresas que “terceirizam” o pagamento pelos serviços e produtos oferecidos por seu e-commerce. Na prática funciona da seguinte forma:

  • O cliente acessa sua loja.
  • Navega e escolhe por um determinado produto.
  • Clica no botão “comprar” (ou “Finalizar compra”, no carrinho) e, nesse momento, o intermediador de pagamento entra em ação.
  • O cliente é direcionado para o site do intermediador.
  • Realiza um cadastro ou, se já possui, insere seu login e senha.
  • Seleciona a forma de pagamento e finaliza a compra.

Trata-se de uma ótima opção para quem está começando ou pequenos negócios.

Pontos positivos

1. Oferece diferentes formas de pagamento para seu cliente. Serão muitas bandeiras de cartões, boleto, débito em conta de diversos bancos. Isso aumenta a sua gama de cliente, universalizando sua loja e abrindo espaço para diversos clientes conseguirem comprar.

2. O intermediador realiza a análise antifraude; e assume a responsabilidade caso exista algum problema com o cliente, como um cartão clonado ou roubado em que o cliente alega não ter feito a compra.

3. Na maioria dos intermediadores de pagamento você encontra um único painel de controle com todas as informações relacionadas à sua conta.

4. É também no painel de controle que você pode realizar a transferência dos valores recebidos pelas vendas para sua conta; e o valor fica disponível em sua tela em até 14 dias após a venda, mesmo que a venda tenha sido em parcelada (cada intermediador pode variar com seus próprios planos). Ou seja, você receberá antecipadamente o dinheiro.

5. Clientes que já estão acostumados com esses intermediadores e, inclusive já tem contas, podem se sentir mais seguros ao comprar por eles.

6. Na maioria dos casos não se cobra taxa de adesão.

Ótimas vantagens, não é mesmo? Afinal, você tem praticamente risco zero, já que quem assume a gestão de risco é uma outra empresa que tem contrato com você. Mas também existem pontos negativos que devem ser levados em consideração:
– O cliente vai sair da loja quando entrar na página do intermediador. Alguns clientes podem se assustar com essa troca e abandonar o compra.
– Além disso, é, muitas vezes, necessário que seu cliente faça um novo cadastro para poder utilizar o intermediador, o que pode atrasar o processo e também contribuir para o abandono da compra.
– Como o intermediador será responsável pelas fraude, o seu controle é rigoroso e isso pode aumentar o número de compras, fazendo você perder vendas legítimas.
– O intermediador cobra uma porcentagem por transação e, em alguns casos, também existe uma cobrança fixa para cada venda. Existe diferenciação de taxas para vendas por boletos bancários ou cartão de crédito. As taxas sobre o valor de venda podem variar entre 2 e 8%.
– Quando o cliente parcela e você opta por receber o valor à vista, as taxas podem superar o dobro das taxas cobradas nas transações.

Dicas para escolher um intermediador de pagamento

1. É importante analisar as tarifas cobradas e se permanecerão iguais no futuro.
2. Verifique se existe suporte em português.
3. Verifique quantas transações o intermediador é capaz de fazer por segundo, para você não ficar na mão em período de pico.
4. Faça uma análise das perspectivas reais de vendas e veja o quanto de taxa será paga ao intermediador e faça um estudo para identificar se não compensa investir em outras possibilidades, como o próximo formato de recebimento a ser apresentado (gateway).

Você deve analisar a sua situação e definir se um intermediador de pagamento vale a pena. Se você está começando ou seu se e-commerce ainda não tem um grande fluxo de vendas, o uso de intermediador de pagamento é recomendado, mas é preciso colocar tudo na ponta do lápis e estudar o mercado.

Gateways de pagamento

Os gateways de pagamento, de uma forma mais simplificada, são como as máquinas de cartão utilizadas no varejo online. Na prática ele funciona assim:

1. O cliente acessa sua loja.
2. Navega e escolhe o produto que deseja adquirir.
3. Na hora de efetuar o pagamento, ele seleciona a bandeira e insere as informações o cartão de crédito.
4. O gateway se comunica com a rede de adquirência (Rede ou Cielo, por exemplo) e verifica se existe saldo suficiente para realizar essa compra.
5. Após receber resposta positiva, a compra é autorizada.

Caso seu e-commerce tenha um bom fluxo de vendas e você deseje pagar menos em cada uma, os gateways de pagamento são uma boa opção.

Pontos positivos no gateway

  • Maior controle sobre as transações realizadas em seu e-commerce, o que proporciona um domínio maior sobre a área financeira de seu negócio, facilitando a sua gestão. Na verdade um gateway pode se adaptar a seu negócio de forma simplificada e isso fará com que você tenha acesso a todas as informações possíveis a respeito do seu painel financeiro.
  • Alguns gateways permitem o pagamento de uma única conta com até dois cartões de crédito diferentes, e isso evita que você perca uma venda pelo fato do cliente não ter saldo em um cartão.
  • O cliente permanece em seu site e não precisa realizar um cadastro em um outro site (do intermediador, no caso), que faria ele abandonar o carrinho.
  • Bancos conseguem adiantar o valor que você tem a receber das adquirentes, o que pode possibilitar maiores investimentos em seu negócio no curto/médio prazo.
  • Você pode negociar a tarifação realizada sobre as compras diretamente com as adquirentes. Elas analisam caso a caso.
  • Você fará o controle contra fraudes, evitando perder vendas. Afinal, quando se opta por intermediador de pagamento é ele que fará esse controle e podem ser barrados clientes que simplesmente estavam com dados divergentes.

Existem pontos positivos se comparado a utilização de um intermediador de pagamento. O controle de todas as vendas será completo. Você deixará de perder vendas por saldo no cartão ou pela análise dos riscos de fraude de um intermediador. Mas nem tudo são flores e é preciso medir os pontos negativos dessa escolha:

  1. Você precisará se cadastrar a bancos e operadoras de cartão para poder receber o dinheiro, é isso pode não ser um processo rápido. Se seu negócio precisa ir ao ar de maneira rápida, um gateway pode atrasar esse processo.
  2. Os gateways de pagamento têm suas tarifas, geralmente alguns centavos por vendas, mas os bancos e operadoras de cartão de crédito também. Você pagará essas duas tarifas.
  3. Você terá que arcar com os custos de análise antifraude – Antifraude que será o tema do próximo artigo da série.
  4. Gateways de pagamento possuem taxa de ativação e, em alguns casos, taxas fixas mensais ou anuais.

Dicas para escolher um gateway de pagamento:

  1. Veja se sua plataforma de e-commerce é compatível com o gateway de pagamento escolhido.
  2. Verifique a tarifa cobrada por bancos e operadoras de cartões; e também a cobrada pelo gateway. Coloque na ponta do lápis para ver o custo real que terá sobre vendas. Faço isso também considerando as taxas mensais e anuais, além da taxa de ativação.

Uma das melhores saídas para escolher seu gateway é fazer uma análise/estudo de quanto vai receber mensalmente de visitantes e as transações a serem realizadas em seu e-commerce. Com esses dados faça as contas de acordo com as tarifas cobradas pelos gateways de pagamento. Você quer ter domínio total sobre suas vendas e não quer pagar tarifas de um gateway? Você tem a opção de tirar esse gateway da jogada e negociar diretamente com as operadoras de cartões, também conhecidas como adquirentes.

Integração direta com a adquirente

Nesse caso, não existe intermediador. Quando se opta em fazer a ligação direta com a adquirente, você só terá a taxa administrativa das adquirentes (Cielo e Rede, por exemplo). Na prática funciona da seguinte forma:
1. O cliente acessa sua loja.
2. Navega e escolhe o produto que deseja adquirir.
3. Na hora de finalizar a compra, o pagamento será realizado direto pela loja virtual, que será capaz verificar se o cartão em questão tem saldo suficiente para a compra.

Se você tiver dinheiro e tempo para investir nessa forma de pagamento direto, você não terá que arcar com custos operacionais das outras duas opções citadas anteriormente – gateway e intermediador e sua única taxa será a das administradoras de cartão.

Pontos positivos

O cliente não sai de seu site para efetuar o pagamento, aumentando sua conversão.

  • Você não paga um intermediador e suas tarifas em cima das transações realizadas por cartões. Causando, assim, redução de custos.
  • Bancos conseguem adiantar o valor que você tem a receber das adquirentes, o que pode possibilitar maiores investimentos em seu negócio no curto/médio prazo.
  • Você pode negociar a tarifação realizada sobre as compras diretamente com as adquirentes. Elas analisam caso a caso. Realmente, no que tange a questão operacional, usar essa modalidade de recebimento será perfeita para que você tenha total controle e não precise que uma empresa terceirizada tenha acesso as transações realizadas em seu e-commerce. Além disso, você poderá negociar com as adquirentes para conseguir tarifas menores. Mas essa opção também tem contrapontos:
  • Custo operacional e de implantação podem ser muito altos, pois você precisa manter uma equipe para gerenciar a tecnologia.
  • Seu site precisa se comunicar com os sistemas de cartão de crédito e com isso é preciso investir em segurança e se adequar às normas do PCI.
  • A responsabilidade por algum problema relacionado à fraude será de seu e-commerce.
  • Você precisa de uma equipe técnica capaz de implantar e dar suporte.

Dicas para escolher integração direta com adquirente

  1. Verifique se possui dinheiro suficiente para realizar esse investimento.
  2. Verifique se possui suporte técnico – uma equipe especializada – para conseguir atender essa demanda.
  3. Faça uma análise para identificar se você possui vendas suficiente para conseguir fazer boas negociações com as empresas adquirentes. Ou seja, se você tem números expressivos de vendas poderá negociar de maneira mais satisfatória as tarifas cobradas pelas vendas realizadas.
  4. Questione se você consegue montar a estrutura de segurança necessária para implantar esse sistema de pagamento, cumprindo as regras básicas do PCI.
  5. Sua plataforma permite a escolha dessa modalidade?
  6. Qual a adquirente que oferece as melhores tarifas?
  7. Quanto tempo vai levar para o dinheiro cair em sua conta?

A escolha pela integração direta com os adquirentes não é a opção mais aconselhável para pequenos negócios. Mas se seu negócio cresceu e está solidificado, trata-se de uma ótima opção. Ele estará sobre seu total controle e informações de seu cliente não serão utilizadas, mesmo que de boa fé. Além disso, essas informações ficaram restritas a você e isso é muito importante quando tratamos de um mercado cada dia mais competitivo. Afinal, todo banco de dados com informações de comportamento de cliente e ticket médio gasto será importante. Considerações finais sobre formas de pagamento em seu e-commerce Você viu que cada uma das modalidades é bem especifica e que a escolha correta varia de acordo com seu negócio, com suas necessidades e caixa para investimento. Caso para você seja mais interessantes escolher entre gateway de pagamento ou integração direta com o adquirente, o próximo artigo será essencial para você, pois abordaremos o assunto “Antifraude”. Para acompanhar os próximos artigos dessa série,

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