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Área de compras e machine learning: um caminho sem volta

Por: Fabrizio Tassitano

Diretor de Produtos do Mercado Eletrônico. Formado em Sistemas de Informação pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e pós-graduado em Gestão de Projetos e Negócios em Tecnologia pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). O executivo iniciou a carreira na área de Desenvolvimento de Fornecedores e já atuou nas áreas de pós-venda, projetos, soluções e produtos.

A transformação digital proporciona uma lista cada vez maior de tecnologias consideradas 4.0. Entre elas estão o big data, analytics, business intelligence, cloud computing e machine learning. Esta última diz respeito ao aprendizado da “máquina”, conjunto de técnicas que integra o campo da Inteligência Artificial e reduz o tempo necessário para criar estratégias precisas e confiáveis, além de outros benefícios.

Não é surpresa para ninguém abrir qualquer rede social ou serviço de streaming e receber sugestões que estão próximas do gosto do usuário, ou mesmo produtos que foram pesquisados previamente. Assim como realizar o desbloqueio do seu celular utilizando apenas a identificação facial.

Os exemplos citados são mecanismos simples baseados na aprendizagem da máquina que, por meio de empresas de TI, desenvolvem soluções completas para cada negócio baseando-se, principalmente, em reconhecimento de padrões. Seguindo uma tendência mundial, os mais variados tipos de companhias estão investindo nessa tecnologia para obter mais produtividade, ganho financeiro e resultados mais assertivos.

Esse movimento de mercado deve aumentar ainda mais nos próximos anos. Até 2021, o investimento em Inteligência Artificial e Machine Learning deve crescer 46,2% anualmente, totalizando U$S 52 bilhões, segundo pesquisa recente da consultoria IDC.

No caso do setor de compras, o crescimento significa mais espaço para implementar ferramentas e soluções que otimizem o tempo gasto com processos manuais e criem uma cultura mais estratégica de organização das transações, gerenciamento de fornecedores, gestão de riscos e, principalmente, de análise de dados. O foco é traçar perfis mais corretos de seus clientes e até prever comportamentos para tomadas de decisões mais assertivas.

Mas, para que todo esse processo seja possível, as companhias devem se preocupar também com a contratação de profissionais preparados ou desenvolver projetos que qualifiquem as pessoas para lidar com as novas tecnologias. O país sofre com a falta de pessoas preparadas para esse segmento, por exemplo. De acordo com o Relatório Setorial de TIC 2019 da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), há uma demanda de 70 mil profissionais de TI por ano, sendo que o contingente de formados é de 46 mil. É fundamental que os especialistas em compras estejam preparados para as inovações que se propagam em velocidades supersônicas. E o conhecimento fará toda a diferença.

Para se qualificar, os profissionais de compras podem buscar cursos (muitos deles são remotos) que ofereçam especialização na área. É a possibilidade de ampliar o conhecimento, dar um upgrade no currículo e aumentar a chance de boas contratações ou promoções no segmento. Além de aulas que tratem especificamente de aprendizagem de máquina, pode ser interessante se aprofundar em temas como álgebra linear, cálculo, probabilidade e estatística.

Outro caminho é se atualizar por meio de literatura especializada. Hoje, existem muitos materiais publicados, que abordam os temas de Machine Learning e IA. Essas leituras oferecem uma visão mais ampla de como o uso da tecnologia pode ser benéfico em vários sentidos e pode fornecer insights interessantes para o profissional.