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Brasil lidera dropshipping na América Latina com projeção de US$ 19.427,5 milhões até 2030

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Por: Bruno Brito

CEO da Empreender

Co-fundador da Empreender, empresa que desenvolveu o Dropi (maior plataforma de dropshipping da América Latina) e mais de 20 apps como SAK, Rastreio.net, Lily Reviews e Landing Page.

O modelo de vendas online sem estoque próprio, conhecido como dropshipping, tem ganhado tração na América Latina, e o Brasil aparece como líder absoluto dessa tendência.

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Imagem: Reprodução.

Segundo estudo da consultoria Grand View Research, o mercado brasileiro deve atingir um faturamento de US$ 19,4 bilhões até 2030, com uma taxa média de crescimento anual de 19,7% – acima da média regional de 18,4%.

O desempenho coloca o país à frente dos países vizinhos e reforça seu papel estratégico no cenário digital. Esse crescimento também contribui significativamente para a expansão do setor na América Latina, que deve movimentar US$ 45,1 bilhões até o fim da década.

Dropshipping: um modelo em ascensão (e transformação)

O conceito é simples: o lojista vende produtos pela internet sem manter estoque, repassando o pedido diretamente a um fornecedor que realiza o envio ao consumidor final.

Essa estrutura enxuta permite iniciar um negócio com investimento reduzido e escalabilidade rápida – características que vêm atraindo tanto empreendedores iniciantes quanto profissionais experientes em busca de diversificação.

Nos últimos anos, o modelo passou por uma mudança de perfil. De solução informal para geração de renda extra, o dropshipping se tornou uma estratégia profissional de e-commerce, com foco em nichos específicos, atendimento eficiente e experiência do cliente.

No Brasil, o segmento de moda segue liderando em volume de vendas. No entanto, os segmentos com crescimento mais acelerado são os de alimentação e cuidados pessoais – categorias com alta recorrência de compra e aderência às necessidades do consumidor brasileiro. Portanto, a tendência reforça a maturidade do mercado e aponta para oportunidades além dos produtos importados de alto giro.

Dropshipping nacional: agilidade, sustentabilidade e competitividade

Embora o modelo global seja tradicionalmente associado a fornecedores internacionais, principalmente da Ásia-Pacífico – região que deve alcançar impressionantes US$ 500,6 bilhões até 2030 -, no Brasil cresce o interesse por um dropshipping nacional, com fornecedores localizados no próprio país.

Afinal, essa modalidade reduz prazos de entrega, diminui o risco de atrasos alfandegários e aumenta a previsibilidade das operações.

Além disso, há um ganho ambiental: ao evitar longas rotas internacionais, o dropshipping com base local contribui para a redução da pegada de carbono – conceito que mede as emissões de gases de efeito estufa ao longo da cadeia logística.

Outro fator decisivo para a evolução do setor é o fortalecimento de plataformas especializadas, que conectam lojistas a fornecedores nacionais confiáveis, com curadoria de produtos, integração automatizada de pedidos e suporte operacional.

Essas soluções tecnológicas reduzem barreiras para quem deseja empreender, mas também profissionalizam o mercado ao promover mais transparência.

Dropshipping como porta de entrada para o empreendedorismo brasileiro

Os dados mostram que o dropshipping, quando bem estruturado, pode ser uma porta de entrada legítima para o empreendedorismo digital no Brasil.

Mais do que uma promessa de lucro rápido, trata-se de um modelo que exige estudo de mercado, atenção à experiência do cliente e escolha criteriosa de fornecedores – mas que, com planejamento, pode gerar resultados escaláveis e sustentáveis.

Com o crescimento da confiança nas compras online, a consolidação de plataformas especializadas e a possibilidade de atuar em nichos ainda pouco explorados, o cenário brasileiro para dropshipping segue em franca expansão e deve continuar atraindo cada vez mais empreendedores.