Logo E-Commerce Brasil

Como saber se é hora de partir para logística terceirizada do meu e-commerce?

Desde que comecei a escrever sobre performance no e-commerce, meu foco foi mostrar como extrair inteligência a partir da análise dos dados de fontes de tráfego para o site, para entender a contribuição de cada canal de marketing no faturamento da loja.

Este primeiro foco foi levantado pois é bastante acessível à equipe de marketing, no entanto, analisar a performance para trazer melhorias no bottom-line da loja vai bem além de dados do Google Analytics.

Hoje vamos falar sobre um tema que começa a incomodar (ou pelo menos deveria) as lojas virtuais regionais, que atingem o mercado nacional, e crescem além das barreiras de seu estado. Neste cenário, o aumento de pedidos gera a necessidade de aumentar o volume de compras, e também a quantidade de despachos para os quatro cantos do Brasil.

Neste cenário, precisamos analisar a distribuição de fornecedores e clientes, utilizando preferencialmente um mapa para isso.

Sobre os fornecedores, a ideia é ranqueá-los de acordo com o volume de compras (calculadas pelo preço final dos produtos), e entender quais os estados de onde saem a maior parte dos seus produtos.

Em seguida precisamos levantar a distribuição de seus clientes, fazendo uma análise de seu banco de dados de pedido, por valor total dos pedidos, separando o custo com o envio dos produtos (correios/transportadoras).

Como o cenário é de uma loja já com um grande volume de vendas (antes de R$150.000 de faturamento mensal não vale a pena nem fazer a conta), com 3 meses de informação você conseguirá uma visão muito clara de qual seria a localização ótima de seu galpão logístico, analisando sob a ótica geográfica.

Ainda nesta análise, precisamos também considerar os custos de armazenagem,  os custos administrativos, os de transporte de cargas (entrada e saída dos produtos), e o tributário (principalmente o ICMS).

Para fazer o cálculo de cada um destes fatores, é primordial entender bem os números de seu negócio, como seu custo de armazenagem por m3, por SKU e por linha de produto, seus custos administrativos também devem poder ser separados entre comercial, compras, picking and packing, e expedição.

O custo tributário precisa ser entendido para os tipos de produto que você comercializa, e deve ser consultado um contador ou advogado tributarista (de preferência com experiência em e-commerce), para avaliar os incentivos para os estados em potencial, assim como o impacto do ICMS na movimentação de produtos entre os estados de origem, armazenamento, e destino.

Ao final desta análise, você estará apto a entender o impacto geral de redução (ou aumento) de custos tributários, de armazenagem, de gestão (viajando entre a sede da empresa e o galpão logístico, se estes ficarem separados), e também a variação nos custos que podem ser repassados ao consumidor final (como a redução do frete caso você fique mais próximo deles).

Neste último cenário, quando a loja tem um ticket médio alto, o custo do frete para o consumidor tem menos impacto na decisão de compra, mas em lojas com ticket médio baixo, ou produtos com preço já acima do que pode ser encontrado pelo consumidor em seu mercado local, pode fazer toda a diferença.

Como em todo cenário de terceirização, num primeiro cálculo simplista, os custos de armazenagem, picking and packing e gestão podem parecer bem mais altos que as vantagens tributárias, mas com o aumento de faturamento, esta conta deve ser levada bastante a sério para permitir a análise de múltiplos cenários, levando a uma decisão bem embasada que pode ter um impacto considerável no final do mês, e também ajudar a pautar esta nova etapa do negócio.