O branding é um ativo importante para empresas de todos os tipos, que melhora as vendas do negócio e promove a fidelização dos clientes, esta última um dos maiores desafios das corporações hoje. Porém, acreditamos que as motivações para o desenvolvimento do branding variam de acordo com cada negócio. Afinal, há diferenças nos processos, nos objetivos e na metodologia de pequenas e grandes empresas do e-commerce, por exemplo. Por isso, elencamos uma série de nove dicas com estratégias que PMEs digitais podem adotar:
Defina seu foco
Antes de qualquer trabalho começar, é preciso saber primeiro qual problema do negócio o branding vai ajudar a resolver. Deve-se trabalhar com as expectativas do consumidor e com o fato de que cada empresa está num estágio diferente de construção da sua marca. Identificar em qual momento essa empresa está e de qual solução ela precisa é o primeiro passo de qualquer trabalho de branding. Por isso, é importante fazer um mergulho no próprio negócio, entender seu mercado, seu produto e coletar dados sobre os feedbacks de seus clientes.
Seja verdadeiro
O segundo passo é criar um discurso online da sua marca coerente ao seu negócio, analisando características, procedências, se há diferenciação no oferecimento do serviço. É preciso transmitir aquilo que julgamos ser a verdade, transmitindo os reais valores do negócio, do empreendedor e do produto ou serviço. Se sua marca promete uma entrega rápida dos produtos, por exemplo, você precisa garanti-la e mostrar ao seu consumidor nas plataformas digitais o trabalho que é desenvolvido por trás dessa promessa.
Conecte-se ao seu consumidor
O branding pode fazer toda a diferença no negócio do pequeno por permitir maior conexão com o consumidor. Para isso, é preciso melhorar a venda direta, gerando uma experiência que conecte seu cliente aos valores da marca. Se você possui uma empresa que trabalha com um público muito atento a detalhes, cuide do pedido com a mesma exigência, entregando proximidade pelos canais online.
Temos o exemplo de um cliente nosso do ramo alimentício. Após o pedido ser feito e faltando poucos minutos para a entrega, ele dá dicas ao consumidor sobre o que ele pode ir adiantando no processo de cocção do produto (que chega congelado). Essa preocupação demonstra ao cliente que aquela empresa se compromete com muito mais do que só produzir o alimento ou produto.
Conheça bem o comportamento do seu mercado
Cada mercado tem sua particularidade e o dono da PME deve estar atento a isso. Por meio de estudos de comportamento do consumidor, já sabemos muitas coisas que as pessoas buscam nas marcas hoje como: transparência, autenticidade e empatia; entendimento das novas realidades; sustentabilidade; compatibilidade com o discurso sobre a procedência dos negócios e serviços; entrega de experiência ao consumidor como a personalização; disposição de mais formas de pagamento ou investimentos em serviços que vão além da entrega do produto; e a difusão de boa informação, pois o público se informa muito por meio de marcas confiáveis.
O atual contexto de pandemia também dita muito o comportamento e a relação das pessoas com as marcas. De acordo com pesquisas de 2020 da Edelman Trust Barometer, o consumidor espera por algumas atitudes das marcas. Entre elas, participar ativamente na solução de crises; garantir o bem-estar e a segurança financeira da população; ser responsável pelo impacto na recuperação econômica; e se envolver com questões solidárias e sociais.
Inclua toda sua empresa nos processos
Além de posicionar e personalizar os valores da marca, o branding não deve ficar restrito ao dono do negócio. Ele deve ser disseminado entre todos que trabalham na empresa. Ou seja, envolver questões de atendimento; de apresentação de produto; de definição de linguagem — como atuar no WhatsApp ou Facebook; de orientações de logística; sobre o nível de informações que são compartilhadas com o consumidor; e até de asseio do local. Todas essas ações irão afetar, consequentemente, na maneira como seus clientes são atendidos, a qualidade dos seus produtos e a boa comunicação entre os times.
Tenha uma venda online compatível aos valores da marca
A experiência da compra online deve refletir os valores da marca. É importante acertar no tipo de embalagem que será usada e garantir que o estado do produto permaneça íntegro até chegar ao cliente. Quando a entrega é terceirizada, há uma preocupação adicional, pois os problemas de responsabilidade do terceiro podem ser atribuídos à marca — e, por isso, a escolha do parceiro é fundamental.
Muito importante também é se preocupar em cumprir horários, informar seu cliente sobre a localização do produto e quem fará a entrega. Há marcas que tentam, inclusive, reproduzir a experiência do negócio físico ao delivery. Como, por exemplo, colocando cheiros na embalagem que façam o consumidor se lembrar da sua loja. Detalhes como este podem gerar proximidade e fidelizar seu consumidor.
Defina a personalidade da sua empresa
A cultura da empresa é um aspecto que pode definir a maneira como o mercado enxergará sua marca. Temos o exemplo de um cliente cujo DNA da empresa é ter um time otimista, entusiasmado e focado em solução ao invés de problemas. Esse aspecto da marca foi tão reconhecido pelo mercado que muitos parceiros se animavam para fechar negócio com eles por conta da energia do time de vendas, do atendimento ao cliente e outras frentes.
Para isso, é possível treinar seus colaboradores por meio de um material didático que explique a marca e usá-lo como apoio para explicar aos seus times o porquê de esses valores serem importantes. Nas reuniões recorrentes com o time é preciso reforçar sempre aspectos da marca, trazendo seus pilares e diferenciais, opiniões de clientes, elogios, pontos bons ou problemas por conta de erro na conduta com o cliente.
Seja um porta-voz da sua marca
É preciso analisar com antecedência se há sentido em o dono do negócio ser um porta-voz da marca. Caso esse empreendedor tenha potencial para personificá-la, pode-se integrar o conjunto de valores e a história da empresa ao seu discurso. O dono do negócio deve manter atitudes que correspondam à fala. Ter uma postura comunicativa que cative a audiência, assim como ter participação ativa nas ideias que a marca defenda e nas ações que a empresa execute. Nesse sentido, usar a imagem do empreendedor como um ativo pode ser uma maneira também de se aproximar mais do público.
Pratique o “golden circle”
Há um método chamado golden circle para o empreendedor que nunca olhou para o seu negócio como um ferramenta de venda e fidelização. Primeiramente, deve-se analisar qual o propósito da sua empresa, ou seja, por quê ela foi criada (why?). Em seguida, entender como guiar esta empresa de maneira que cumpra com o propósito para o qual foi criada (how?). Por último, vale refletir sobre qual produto ou serviço será vendido a partir da ideia inicial (what?).
Escrever estes pontos serve para validá-los com colaboradores e verificar se aquilo que está sendo feito pela empresa está em consonância com os objetivos traçados — e com a forma como o time interno percebe o próprio negócio.