A partir de um estudo realizado eMarketer, o e-commerce superará pela primeira vez o varejo físico na China. Com a estimativa de mais de 52% das vendas totais do varejo seja realizada através do digital, o país está muito próximo de tornar realidade, algo que era completamente fantasioso no passado.
Muitos fatores influenciaram para chegarmos a essa previsão, porém um dos principais motivos foi a pandemia que ainda é uma realidade que estamos vivenciando. A Covid-19 fez com que consumidores e varejistas migrassem para plataformas de vendas online, contribuindo com o crescimento do setor.
O crescimento do E-commerce em 2020
O ano passado foi transformador para o comércio eletrônico. Aqui no Brasil, segundo um estudo realizado pelo E-commerce Brasil, entre o final de 2019 e começo de 2020, as vendas online representavam 5% das vendas totais no Brasil. Isso passou para quase 18% no final do ano.
Os números já seriam bem significativos para a nossa realidade, mas o crescimento do e-commerce no mundo foi ainda maior, principalm23ente na América Latina. A região apresentou um crescimento de 36,7% (três vezes mais que o previsto em 2019), desbancando pela primeira vez a Ásia-Pacífico, que historicamente mantinha uma hegemonia de crescimento.
Leia também: Exemplos da China: IA, tecnologias e experiências que podem inspirar os lojistas brasileiros
O país que mais teve destaque nas vendas online, foi a Argentina, segundo dados levantados pela eMarketer. Nossos hermanos apresentaram um crescimento de 79%, seguido por Singapura 71,1% e Espanha com 36%. O Brasil ficou em 4º lugar, com o 35%.
As mudanças no comportamento do consumidor
O grande responsável por esse crescimento, com toda certeza, foi a pandemia. Com as medidas para conter o avanço do Coronavírus, as pessoas se viram obrigadas a migrar para o online.
Conforme o distanciamento social permanecia, o hábito de consumo dos internautas mudava gradativamente. Quando a pandemia deu início, as pessoas, em sua grande maioria, entravam nas plataformas de compras online e procuravam itens como máscara, álcool gel, produtos antibacterianos e termômetros, criando uma excelente oportunidade de negócio para quem vendia produtos dessa categoria.
Com o lockdown sendo decretado em diversas cidades, muitas pessoas se viram obrigadas a ficar em suas casas. Quem levou isso a sério, não ficou apenas na aquisição de itens de saúde e higiene. Passou evitar ir ao supermercado e começou a fazer a compra de produtos de necessidade básica (como alimentos) e produtos para casa através da internet, por exemplo. Com o tempo, outras categorias surgiram nas buscas, como jogos infantis, produtos para crianças, além de itens do segmento fitness.
Como isso influenciou as vendas online na China?
O aumento das vendas no e-commerce está diretamente relacionado ao exponencial crescimento do entusiasmo com o comércio eletrônico e com a pandemia que atingiu o mundo no ano passado. Neste período, mesmo quando a China controlou o vírus e a economia foi totalmente reaberta, o mercado eletrônico do país não desacelerou.
A gigante oriental lidera o ranking há anos, no entanto, até o ano de 2018, a participação do e-commerce nas vendas do varejo eram cerca de 29,2%. Entretanto, a previsão é que o comércio eletrônico seja responsável por cerca de 52,1% de todas as vendas no país em 2021 (marca superior à 44,8% atingida em 2020). Isso mostra o quanto a transformação digital está alterando os hábitos de consumo das pessoas.
Para se ter uma noção da magnitude desse feito, o segundo país com taxa mais alta nas vendas online como participação no total do faturamento, é a Coreia do Sul com 28,9%. Os Estados Unidos alcançaram a marca de 15% e países da Europa Ocidental atingiram a média de apenas 12,8%.
Assim como a pandemia ajudou a desenvolver o e-commerce em diversos países, não é loucura pensar que outras nações possam dar um salto semelhante ao da China. Isso porque esse modelo de negócio se mostrou muito benéfico para o varejo e o varejista, que tem as vantagens da redução de custo (como aluguel do ponto físico, energia elétrica, entre outros) e de ter a sua loja aberta 24h por dia, e para o consumidor, que conta com toda a praticidade de realizar uma compra com apenas um clique, sem sair de casa.