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Principalidade: como ser a principal instituição financeira do seu cliente

Por: Eduardo Mônaco

Diretor Presidente da ClearSale

Formado em Estatística pela UNICAMP, com MBA em Gestão Empresarial pela FIA (Fundação Instituto Administração), atuou por cerca de dez anos em alguns dos maiores varejos brasileiros, como C&A, Grupo Pão de Açúcar e Riachuelo, estruturando áreas analíticas com enfoque estratégico e aplicado nas inúmeras áreas de conhecimento. Atuou como Diretor Executivo de Produto, Marketing e Analytics na Minuto Seguros, startup digital reconhecida por ser uma das maiores insurtechs do Brasil. Também foi Diretor de Vendas e Marketing na Dafiti, responsável por todo o investimento e vendas de marketing de performance. Na ClearSale, empresa que é referência em inteligência de dados com múltiplas soluções para diferentes mercados, ocupa o cargo de COO. É responsável pelos times de Operações, Analytics TI, Produtos, Open Innovation, Customer Success e Dados. Também atua como Professor na FIA, onde ministra aulas sobre temas relacionados à Análise de Dados, Estatística, BI, Big Data e ROI Marketing em cursos de pós-graduação e MBA.

Nos últimos anos, o conceito de principalidade no setor financeiro brasileiro tem se tornado cada vez mais relevante e complexo. Com o cenário financeiro cada vez mais dinâmico, bancos tradicionais, fintechs e instituições digitais competem pela principalidade de seus clientes, na qual a disputa principal tem sido a de fidelizar usuários e tornar-se a instituição financeira principal do cliente.

Como a transformação digital e a personalização estão moldando a principalidade no setor financeiro brasileiro, tornando instituições mais competitivas e inovadoras.

Mas a primeira pergunta importante a se fazer é: como ser a primeira escolha para serviços financeiros, principalmente quando tornou-se comum abrir múltiplas contas bancárias? O primeiro passo é compreender os fatores que impulsionam a preferência, moldando estratégias que assegurem sua relevância e competitividade em um setor em constante evolução.

Transformação digital e bancarização

A transformação digital impulsionou uma significativa bancarização no Brasil. Dados de uma pesquisa do Google apontam que, em 2022, aproximadamente 188 milhões de brasileiros já eram bancarizados, um número que reflete não apenas o acesso ampliado aos serviços financeiros, mas também a mudança no comportamento do consumidor, que agora busca conveniência e eficiência no manejo de suas finanças.

Fatores determinantes na escolha do banco principal

Para muitos consumidores, a decisão de tornar um banco o principal está diretamente ligada à experiência digital oferecida. Ter um aplicativo móvel funcional, segurança robusta nas transações, facilidade para realizar operações online e a confiança em uma instituição financeiramente sólida são critérios essenciais. Esses fatores não apenas facilitam o dia a dia dos clientes, mas também criam uma relação de confiança e fidelidade.

Desafios de segurança e experiência do cliente

Apesar dos avanços, ainda existem desafios significativos. Durante a Febrabran, foi apresentado que, em 2023, por exemplo, uma parcela substancial dos consumidores brasileiros enfrentou transações negadas ou trocou seu banco principal devido a questões de segurança ou experiência insatisfatória. A segurança cibernética tornou-se uma prioridade, exigindo das instituições financeiras investimentos contínuos em tecnologias avançadas de proteção de dados e autenticação.

Personalização e experiência do cliente

A personalização emergiu como um diferencial competitivo. Os consumidores valorizam opções que se adequem às suas necessidades individuais de segurança, como a autenticação por biometria facial. Colocar o cliente no centro das estratégias, oferecendo opções personalizadas e um atendimento de qualidade, não só aumenta a satisfação, mas também fortalece a lealdade à instituição financeira.

Integração de tecnologia e estratégia de negócios

A tecnologia desempenha um papel crucial na criação de um ecossistema financeiro robusto. Integrar tecnologias emergentes de forma estratégica não apenas melhora a eficiência operacional, mas também capacita as instituições a oferecerem serviços inovadores que atendam às expectativas dos clientes e impulsionem a principalidade.

Perspectivas futuras e colaboração estratégica

À medida que o conceito de principalidade continua a evoluir, espera-se que as instituições financeiras adotem uma abordagem mais holística, considerando não apenas a gestão de contas principais, mas também a diversificação de produtos e serviços oferecidos aos clientes. A colaboração estratégica entre empresas do setor será fundamental para enfrentar os desafios futuros e promover um ambiente financeiro digital mais seguro e eficiente.

A principalidade no setor financeiro brasileiro está passando por uma transformação significativa, impulsionada pela digitalização e pelas expectativas crescentes dos consumidores. As instituições financeiras que conseguirem combinar inovação tecnológica com uma experiência personalizada e segura estarão bem posicionadas para atrair e reter clientes em um mercado cada vez mais competitivo e dinâmico.