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Seu e-commerce está bem na foto?

Um elemento indispensável no processo de venda é a mensagem, a comunicação.

No mundo físico, eu costumo dizer que a comunicação presencial é uma das coisas mais interessantes, geniais, complexas, dinâmicas que o ser humano é capaz de participar. De uma forma intuitiva e extremamente rápida a percepção humana permite ao bom vendedor imediatamente perceber dezenas, centenas de pequenos sinais do cliente e adaptar toda a comunicação, considerando o destinatário. Se adequa o vocabulário, a expressão corporal, o sorriso, o olhar, o tom de voz…Toda a comunicação é adequada e modificada em fração de segundos.

Aí temos o e-commerce. Não tem olho no olho…  A comunicação ao vivo com o consumidor ainda é muito rara. Neste contexto temos como principais elementos de comunicação os textos, raramente os vídeos, e a fotografia!

A fotografia é um dos principais, se não o principal elemento de contemplação que o consumidor tem em relação ao produto desejado. É na fotografia que se percebe muitas vezes o elemento decisivo para que aquela visita se converta em uma venda.

Mas quais elementos da fotografia são importantes para um varejista?

Não precisamos discutir a importância da foto do produto para o consumidor. Além de demonstrar o produto para aquele que tem interesse, a fotografia transmite uma mensagem de profissionalismo da loja. Se a foto é boa, é mais um elemento para acreditarmos que todo o resto da experiência será bom. Costumo dizer que uma fotografia boa ou ruim tem o mesmo impacto de você entrar numa loja suja ou limpa.

Mas o que eu gostaria de discutir aqui é a fotografia sob o ponto de vista do varejista.

Muitos varejistas, quando comparam as fotos que são capazes de produzir, com as fotos que um estúdio profissional é capaz de produzir, pode ter a sensação que a qualidade das fotos são muito parecidas.

Muitas vezes isso é verdade. A foto está nítida, fundo branco, produto bem enquadrado. O varejista pensa, “pra que vou investir contratando esse serviço?” É aí que, muitas vezes começa o erro.

Clicar um produto, muitas vezes é a parte mais fácil do trabalho. Clicar 50 produtos, gerando 250 fotos em média, já não é tão fácil. Clicar 200 produtos, gerando-se 1000 fotos, o desafio começa a ficar apertado.

Vale aqui repassar as etapas operacionais para se produzir uma foto para o e-commerce.

Separar o produto:

Pode parecer uma atividade fácil, mas acredite, não é! Já enfrentamos projetos, que os varejistas tinham a necessidade de produzir fotos de mais de 250 itens por dia. E acredite, separar 250 produtos, em condições adequadas para serem fotografados dá trabalho. Imagina se esses produtos forem roupas. Teremos que separar, passar, cuidar para que não sujem, re-embalar e devolver.  Falando em alto volume tudo fica mais difícil!

Fotografar:

Entendo que é uma das atividades menos complexas da cadeia, exceto se estivermos falando em produtos reflexivos… Opa, tem as jóias…  ai meu Deus, temos as fotos de roupa em Still… Espera aí, tem o tal do manequim fantasma (quando a roupa é preenchida como se tivesse vestida)…

Tratar os arquivos:

Aqui talvez a parte mais complexa e custosa do processo. Em média um tratador de imagens não trata mais que 50 ou 60 fotos por dia. Se você precisar fotografar 100 produtos, estamos falando em um volume médio de 500 fotos e uma demanda para aproximadamente 10 pessoas (para que isso seja feito em um dia). Considere fazer o recorte, deixar o fundo branco, tratar imperfeições do produto, garantir fidelidade de cores, garantir que o produto esteja centralizado na foto, e no tamanho adequado e claro, que o arquivo seja leve (300 k no máximo!)

Renomear os Arquivos:

Você abre a pasta e está lá…  2000 arquivos, esperando a nomenclatura, um por um, conforme o código do produto e o padrão da plataforma. Se você quer garantir que o sapato azul anunciado no seu site não mostre a foto do chinelo rosa, eis aqui uma etapa do desafio. Não tem remédio, todos os arquivos devem estar nomeados adequadamente e isso no volume da trabalho, toma tempo.

Um varejo pequeno, dificilmente manterá uma estrutura de pessoas fixas e especialistas em fotografar e tratar suas imagens. Isso demandará tempo, esforço. Tirará o foco da equipe, que certamente deixará de fazer outra atividade para cuidar das fotos.

Ufa!!! Depois de ponderar tudo isso, um ponto importante. Sem foto o produto não sobe, se não subir, não vende… Outro ponto, o custo da foto. Quando me reuni com um especialista em equipamentos fotográficos no vale do silício ele usou uma frase que eu considero perfeita.

“Foto pra e-commerce, não é para ser a melhor foto do mundo, não é a mesma qualidade de foto pra impressão, não é a mesma qualidade de foto pra catálogo, apesar de fotos inspiracionais para campanhas e espaços especiais no site, como identificação de categoria, a foto do e-commerce tem que ser boa suficiente.

Não sejamos ingênuos, temos limitação financeira pra fazer essa atividade. Também não é adequado, cobrar do seu profissional, o esforço de uma foto que custaria R$ 50,00 ou R$ 100,00, sendo que seu budget não chega a 10% desse valor muitas vezes. Aqui é um grande exercício de bom senso. De simplicidade, pragmatismo e valorização da experiência de uso.

Inovação:

Pra roupa ou vídeo, mas para objetos, tem a foto em 360º. Isso mesmo, seu cliente pode ver seu produto por diversos ângulos, girando o produto em sua tela com a ponta dos dedos. Não é um filme, é o alinhamento de uma quantidade pré definida de fotos, que através de um script de HTML 5 traz uma nova experiência de contato com o produto para o usuário.

No Brasil, alguns varejistas já utilizam essa tecnologia. Tanto o time de Marketing da Technos Relógios quanto as Lojas Pompéia, dão relatos muito animadores para esse tipo de tecnologia. Seu tempo de produção é rápido, seu custo é relativamente barato e sem dúvida, num mercado tão equilibrado, esse diferencial tem resultado perceptível na conversão. Um estudo americano, que pode ser conferido nesse link indicou um aumento em 40% na taxa de conversão, num teste A/B, quando comparada a página de produto com foto estática e foto em 360º.

Mais que mudar a cor do botão, e-commmerce é uma ciência de experimentação e contínua busca por melhoria. Me impressiona a timidez dos varejistas na busca por formas inovadoras em demonstrar seus produtos. Certamente, colocar o usuário no centro do seu e-commerce passa pelo amadurecimento de uma estratégia focada na melhora da exibição do seu produto.