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Depois de e-commerce, empresas faturam com flores em máquina automática

Por: Eduardo Mustafa

Graduado em 'Comunicação Social - Jornalismo' com experiência em negócios, comunicação, marketing e comércio eletrônico e pós-graduado em 'Jornalismo Esportivo e Gestão de Negócios'. Foi editor do portal E-Commerce Brasil, do Grupo iMasters (2015 /2016), e atualmente é executivo sênior de contas na Gume

Depois de investirem na venda de flores pela internet, dois empresários abriram, cada um, um negócio diferente: Fátima Casarini, 62, e Bruno José Esperança, 29, resolveram, separadamente, apostar na comercialização do produto por máquinas de venda automática.

Casarini criou a Ramo Urbano em 2013, depois de vender a Flores Online para investidores estrangeiros.

Esperança abriu a Esalflores em 2014, com uma máquina no aeroporto de Curitiba (PN), em 2014. A floricultura continua com uma loja física, fundada em 1996, na capital do Paraná, e com a venda por comércio eletrônico, que existe há 10 anos.

Nenhuma das empresa revela o faturamento nem o lucro. A Esalflores investiu R$ 3 milhões na aquisição dos equipamentos. A Ramo Urbano não divulga o investimento. O preço mais baixo de uma flor é R$ 4,90, da Esalflores.

Empresária pensou em vender flores em Kombi
Logo que vendeu a Flores Online, Casarini tentou começar a comercializar flores em uma Kombi pela capital paulista, mas disse que foi barrada pela legislação municipal. “A atividade ainda não havia sido regulamentada, os food truck não existiam. Daí tivemos a ideia de instalar as máquinas.”

A empresária diz que, atualmente, tem cinco máquinas na cidade. Cada uma oferece em média 25 arranjos. O mais barato (R$ 18) é o buquê que ficar na máquina por mais tempo (ela não quis dizer quantos dias). Ele é colocado na última prateleira.

O mais caro custa R$ 38 e é o de orquídea. O carro-chefe é o arranjo de rosa, alstroemeria e tango, que sai por R$ 29. Diariamente são vendidos entre 10 e 14 arranjos. Apesar de não revelar o tempo que cada arranjo dura dentro da máquina, ela afirma que após serem vendidos eles sobrevivem por 10 dias.

Filho começou a tocar negócio dos pais
A Esalflores foi criada pelos empresários Antonio Esperança e Elisa Alves, mas hoje quem toca a empresa é o filho Bruno.

Atualmente a empresa tem 43 máquinas espalhadas em aeroportos, rodoviárias, shoppings e supermercados de 19 Estados. Segundo ele, a distribuição é feita por avião, e as flores seguem em caixas refrigeradas. “As máquinas valorizam as flores regionais, mas as rosas são as mais procuradas.”

Esperança diz, ainda, que a companhia mantém um centro de distribuição em Curitiba (PR), um em Recife (PE) e outro em Holambra (SP).

Cada máquina tem cerca de 60 arranjos. O mais barato é um vaso de minikalanchoe, também conhecido com flor da fortuna (R$ 4,90), e o mais caro é um minirramalhete com três rosas importadas (R$ 24,90). O carro-chefe é o buquê com uma única rosa (R$ 9,90). “Cada arranjo dura sete dias dentro da máquina e sete dias fora.”

Apesar de não revelar os valores, ele diz que o novo canal de vendas representa 6% do faturamento total da companhia.

Distribuição é ponto fraco do negócio
Para Adriano Augusto Campos, consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), as máquinas atendem ao consumidor que compra por impulso.

“Elas querem fisgar quem está passando, vê a máquina e acaba comprando.” Campos diz que os preços são acessíveis para esse tipo de venda. “Quem compra por impulso não procura valores altos.” O consultor diz, ainda, que a logística e a sazonalidade são os principais riscos do negócio.

“O empresário precisa ter uma distribuição muito afinada para não deixar nenhuma máquina sem flores e para não machucá-las durante o transporte. Além disso, ele deve ficar atento e criar promoções ou arranjos especiais para datas como Dia das Mães e Dia dos Namorados, por exemplo”, finaliza Campos.