A Alphabet, dona do Google (GOGL34), registrou um lucro líquido de US$ 16,436 bilhões no primeiro trimestre deste ano, abaixo do reportado um ano antes, de US$ 17,930 bilhões.
Leia também: Meta, dona do Facebook, abrirá primeira loja física em aposta do metaverso
Assim, o lucro por ação ficou em US$ 24,62, abaixo daquilo que era projetado pelos analistas consultados pela Refinitiv, de US$ 25,91.
A receita totalizou US$ 68,01 bilhões, também inferior ao consenso da Refinitiv, de US$ 68,11 bilhões. Um ano antes, a receita havia somado US$ 55,314 bilhões.
Em parte, a baixa do lucro líquido na base anual se deu por despesas com títulos de capital. Entre janeiro e março deste ano, essa despesas descontaram US$ 1,07 bilhão do resultado líquido da companhia, enquanto no ano passado somaram US$ 4,83 bilhões.
Leia também: Nuvemshop lança projeto educativo com conteúdo gratuito sobre e-commerce
Após a divulgação do balanço, as ações da empresa recuavam 4,16% no pós-mercado, depois de ter registrado perdas de 3% no pregão regular desta terça-feira.
Poré, segundo portais de notícias internacionais, a queda se dá mais pelo fato de o crescimento da receita ter frustrado o consenso e desacelerado em seu crescimento — subindo 23% na base anual, ante 34% no mesmo período do ano passado.
Balanço da Alphabet tem Google Cloud como destaque positivo e YouTube como negativo
Em comunicado, Sundar Pichai, CEO da Alphabet e do Google, destacou que o primeiro trimestre “teve um forte crescimento” em pesquisas e no uso da nuvem.
A receita de pesquisas no Google também foi destaque positivo, saindo de US$ 31,8 bilhões para US$ 39,6 bilhões, alta de 24,2%. Apesar disso, o crescimento desta frente também desacelerou na comparação com aquilo registrado há um ano atrás, quando foi de 34%. A receita do Google Cloud ficou em US$ 5,82 bilhões entre janeiro e março, uma alta de 43,8% na base anual.
“Continuaremos investindo em grandes produtos e serviços e criando oportunidades para parceiros e comunidades locais em todo o mundo”, escreveu.
Ruth Porat, CFO da Alphabet e Google, afirmou que a empresa está “satisfeita” com o aumento da receita do primeiro trimestre, de 23% na comparação anual.
“Vamos continuar a fazer investimentos em Capex, P&D e em talentos para apoiar a criação de valor de longo prazo para todos acionistas.”
No lado negativo do balanço, o avanço de receitas do YouTube frustrou. Afinal, a rede social de vídeos ficou em US$ 6,87 bilhões, ante US$ 7,51 bilhões projetados — apesar de ainda crescer na base anual.
Desaceleração nas receitas do YouTube
Segundo comentários, a desaceleração assusta porque a rede social agora pode ficar mais fraca. Afinal, as pessoas a utilizavam mais durante a pandemia (por ficarem mais em casa). Além disso, há também a percepção de que o TikTok vem ganhando espaço à frente de redes sociais focadas no audiovisual.
A Alphabet anunciou ainda um programa de recompra de US$ 70 bilhões de ações, acima do autorizado no ano passado, de US$ 50 bilhões, e frente 2019, de US$ 25 bilhões.
“O anúncio na terça-feira é uma aceleração significativa na estratégia da empresa controladora do Google de devolver capital aos acionistas por meio de recompras de ações. A big tech disse que levaria em conta o preço das ações, bem como as condições de mercado ao decidir quando recomprar suas ações”, destacou a XP em relatório.
Leia também: Após 2021 desafiador, 2022 será de ‘teste de fidelidade’ para maquininhas
Pichai disse na teleconferência que o concorrente do TikTok do YouTube, chamado Shorts, agora tem 30 bilhões de visualizações diárias. Ou seja, o dobro da quantidade de visualizações no trimestre anterior e quatro vezes mais do que no ano anterior.
O negócio de nuvem do Google se destacou no trimestre, crescendo 44% e superando as estimativas. Isso se deu à medida em que maiores empresas transferem suas cargas de trabalho de seus próprios data centers. No entanto, a divisão ainda registrou prejuízo, relatando uma perda operacional de US$ 931 milhões, em comparação com US$ 974 milhões um ano antes.
Por outro lado, Microsoft (MSFT34) lucra US$ 16,728 bilhões no trimestre
Enquanto o lucro do Google ficou abaixo do esperado, para a Microsoft (MSFT34) o lucro líquido foi de US$ 16,728 bilhões no trimestre encerrado no mês de março, um aumento de 8%.
O lucro por ação somou US$ 2,22, um avanço de 9%, desempenho acima dos US$ 2,19 esperados pelos analistas consultados pela Refinitiv.
Enquanto isso, a receita somou US$ 49,36 bilhões. Neste caso, representa um incremento de 18% frente à cifra de um ano antes, e acima do esperado, de US$ 49,05 bilhões.
Após a divulgação do resultado, as ações da Microsoft avançavam 0,66%, depois de terem perdido 3,74% no pregão regular desta terça-feira (26).
Mais destaques do balanço da Microsoft
Segundo a empresa, a receita com produtividade e processos de negócios foi de US$ 15,8 bilhões, avançando 17%. Isso ocorreu, entre outros fatores, pela expansão da receita de produtos comerciais e serviços em nuvem do Office.
Além disso, houve incremento da receita de produtos e serviços em nuvem do Dynamics e de Intelligent Cloud, assim como de produtos comerciais e serviços em nuvem do Windows.
Por fim, a Microsoft informou que devolveu US$ 12,4 bilhões aos acionistas na forma de recompra de ações e dividendos no 3º trimestre do ano fiscal de 2022, alta de 25% em relação ao 3º trimestre do ano fiscal de 2021.
Fonte: InfoMoney