Para falar sobre o futuro da publicidade, Luiza Baffa, Managing Director da AKQA São Paulo e Forbes Under30, e Leonardo Khéde, Head of Agency Sales Latam do TikTok se encontraram no palco do Fórum E-Commerce Brasil 2022 e responderam à algumas perguntas envolvendo a maneira como as marcas se promovem para os consumidores.
Com olhares diferentes e que se complementam, a dupla abordou temas delicados como a melhor maneira de fazer anúncio em uma plataforma tão recente como o TikTok, e o real efeito das estratégias para o bom funcionamento do canal. Confira trechos das respostas dadas durante o painel sobre performance e entretenimento.
E-Commerce Brasil: Como é o processo de produção de conteúdo, ainda mais com a volta da criatividade como moeda de troca?
Luiza Baffa: Acho que a criatividade nunca foi embora. Mas talvez ela esteja agora sendo vista como por um viés mais tático, e o TikTok transformou isso. Antes a gente falava de anúncio de texto, mas hoje o vídeo é cada vez mais importante quando se fala em tática de performance – e o TikTok eleva isso. Hoje, se o anúncio não entretém, não engaja, é muito fácil pular. Por isso, a força do marketing de performance, muito por conta do consumo de vídeo, é um caminho sem volta.
Quando a gente fala de TikTok, a gente vê como eles usam os creators, então, ao mesmo tempo que é complexo criar para as marcas, tem se tornado mais fácil porque tem muita gente criando.
Leonardo Khéde: A gente recomenda sempre um tripé de atuação que se resume a conteúdo orgânico, publicidade e uso de creators – afinal, são eles que fazem o TikTok. Mais de 60% da nossa base cria conteúdo. O desafio é: as marcas estão prontas para trabalhar com creators com agilidade?
ECBR: Como é o impacto do TikTok no varejo? Como marcas, produtos e agências usam o TikTok de forma que impacte diretamente nos negócios?
LK: Para entender o impacto é preciso entender que o TikTok é uma plataforma de entretenimento, não um player de social media. Nosso algoritmo mostra conteúdos não apenas de amigos, de uma comunidade. Isso é democratização do conteúdo. Gente que não era conhecido, ao produzir algo que seja relevante, fica conhecido. Além disso, é possível descobrir novos conteúdos. E as marcas estão usando tudo isso.
Alguns estudos já mostram que as pessoas hoje começam a busca de um produto no TikTok. Na plataforma, as pessoas buscam e desenvolvem uma relação de amor pelo produto, que explode em vendas. Tem muitos varejistas já criando em suas lojas algumas sessões do TikTok, onde elas colocam o que elas entendem serem os produtos mais populares na plataforma, trazendo essa experiência para suas áreas de vendas.
ECBR: Como é o processo de preparação dos conteúdos para o TikTok por parte das marcas?
LK: Como eu disse, é sempre bom usar aquela tríade, que envolve conteúdo orgânico, conteúdo da marca e o uso de creatos. Está tudo bem fazer anúncio no TikTok, mas esse é melhor uso da plataforma? Acho que não. Para criar uma relação de amor, a marca precisa usar um criador.
Estamos há 1 ano e meio no país, então a gente entende que precisa ter agências trabalhando com TikTok e temos estrutura de criativos para interagir com as agências e marcas, para garantir que a entrada seja a melhor possível.
Também vemos com bons olhos que as agências criem departamentos dedicados ao TikTok. Porque a plataforma tem uma dinâmica de produção de conteúdo diferente. Como eu disse, está tudo bem em fazer publicidade no TikTok, mas para tirar o melhor, é preciso usar a tríade.
ECBR: Marcas que falam sobre diversidade, inclusão, equidade de gênero e cor com verdade possuem um reflexo positivo perante a sociedade. Como é o trabalho de fazer essa conexão?
LB: É preciso ter um olhar interno, a partir do recrutamento, inclusão e acolhimento de pessoas que representem qualquer recorte de diversidade na agência. Mas tem também a parte externa que é o trabalho que vai para a rua. Na nossa agência, temos uma área de impacto que opera ajudando a entender e ser mais inclusivo desde a criatividade até o fim do processo, seja na escolha das palavras, no chat, no script… tudo isso ajuda a ter embasamento acadêmico de conteúdo.
Por Marina Teodoro, da Redação do E-Commerce Brasil
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