Os consumidores em todo o mundo continuam ajustando a forma como compram, pagam as compras diárias e interagem com suas instituições financeiras (IFs) durante a pandemia. De acordo com pesquisa do PYMNTS, 93% dos consumidores em todo o mundo relatam interesse em usar pelo menos um método de pagamento emergente para atender às suas necessidades financeiras.
As mudanças na forma como os indivíduos realizam transações rotineiras ou tarefas financeiras têm sido especialmente notáveis na região da América Latina, onde as soluções de pagamento online ou digital começaram a substituir os pagamentos em dinheiro para uma parcela mais significativa de compradores.
Um estudo de dezembro descobriu que quase 35% das transações em lojas no Caribe e na América do Norte foram feitas por meio de métodos de pagamento sem contato, indicando um conforto crescente com ferramentas de pagamento digital em toda a região.
Os millennials latino-americanos e os consumidores da geração Z parecem ter adotado essa tendência ao máximo, migrando para ferramentas de pagamento emergentes que se conectam facilmente e sem esforço com seus dispositivos digitais.
Um número crescente de consumidores mais jovens está usando carteiras digitais, com 46% dos millennials brasileiros e 37% dos consumidores da geração Z no Brasil dizendo que, atualmente, usam esse método para fazer pagamentos.
O interesse em ferramentas de pagamento online, como moedas virtuais, também está aumentando, com 79% dos millennials na América Latina e no Caribe relatando interesse em aprender mais sobre criptomoedas. O mesmo estudo descobriu que 76% dos millennials usariam moedas digitais assim que entendessem melhor seus benefícios.
Os players financeiros que desejam lançar novos serviços e permanecer competitivos no espaço bancário digital da região devem atender às preferências, desejos e expectativas de pagamento dos consumidores da geração Y e da geração Z.
Z, Y e millennials: mudanças
Monitorar como os consumidores dos millennials e da geração Z interagem com suas marcas favoritas ou compram e pagam por bens e serviços é vital para organizações em todo o mundo, pois esses dados demográficos capturam cada vez mais poder de compra no varejo.
Um relatório de novembro descobriu que os consumidores da geração Z dos EUA agora possuem um poder de compra coletivo de US$ 150 bilhões em potencial. Quase 56% dessa geração se identifica como “compradores sociais” que se dirigem on-line para plataformas de comércio eletrônico ou de mídia social para encontrar e comprar produtos.
Tanto a geração do milênio quanto os clientes da geração Z tendem a ser menos cautelosos com as ferramentas digitais emergentes. Muitos estão dispostos a vincular suas contas bancárias a carteiras digitais, sites de varejistas ou plataformas de pagamento de contas online para pagar contas recorrentes com maior facilidade.
Tais comportamentos se tornaram mais populares desde o início da crise global da saúde, quando os consumidores começaram a usar métodos digitais de pagamento e compra em casa para seguir as diretrizes de saúde e segurança pública.
Embora muitos latino-americanos permaneçam sem conta bancária ou subbancários, o acesso a soluções financeiras se espalhou rapidamente no mercado nos últimos anos. Um relatório descobriu que 88% dos consumidores da geração do milênio e da geração Z na região agora têm acesso a pelo menos um tipo de FI, como uma instituição herdada ou um desafiante somente digital.
Os Neobanks também estão fazendo incursões significativas ao desviar a fidelidade do consumidor das IFs legadas. No Brasil, já existem mais clientes neobancários do que aqueles bancários com IFs tradicionais. O mesmo relatório descobriu que 54% dos millennials brasileiros e consumidores da Geração Z usam os neobanks como seu principal provedor financeiro, em comparação com os 46% que disseram o mesmo dos IFs legados.
A crescente disponibilidade e uso de produtos financeiros digitais ou apenas digitais oferecidos por desafiantes e FinTechs levaram a novos comportamentos de pagamento entre os consumidores latino-americanos mais jovens. Mais usam cartões de crédito e débito de plástico ou soluções sem contato, como códigos QR e carteiras móveis para fazer compras. Por outro lado, o uso do dinheiro está diminuindo entre essas gerações, com menos da metade dos consumidores latino-americanos da Geração Z usando-o para suas compras nas lojas.
É imperativo que as FIs e as FinTechs herdadas ofereçam suporte a ferramentas de pagamento emergentes e digitais para conquistar e reter a fidelidade dos consumidores mais jovens. Prestar muita atenção em como as preferências de pagamento dos millennials e da geração Z mudam também pode esclarecer como o espaço bancário latino-americano crescerá e mudará nos próximos anos, concedendo aos players de pagamento que estão mantendo o controle uma vantagem competitiva crítica.
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Fonte: PYMNTS