Experientes na área de marketing de influência, Lelê Saddi, CEO e Fundadora da We Pick Agency e Assessoria Pop Comm, e Ana Gabriela Lage, Founder and Creative Director da Not A Shoe, estavam presentes no primeiro dia de VTEX Day, que acontece nesta terça-feira (12), para falar sobre uma combinação “altamente rentável”: influenciadores e Social Commerce.
No mercado há muitos anos, Lelê, além de influenciadora digital, hoje tem sua própria agência de influenciadores, que ajuda a transformar e posicionar marcas por meio de planejamentos estratégicos direcionados e criativos. Ela conta que acompanha de perto toda a transformação digital que as redes sociais passam e passaram, principalmente, impulsionadas pela pandemia. “Nesses dois anos vimos o quão forte foi esse movimento de fundadores de marcas estarem no front para divulgar seus negócios. Foi o que aconteceu com a Ana, por exemplo”.
Ana é uma de suas clientes. Dona da Not a Shoe, ela também passou a ser uma influenciadora nas redes sociais para sua marca de sapatos e garante que essa é uma estratégia que entrega excelentes resultados. “Nas redes sociais, as pessoas querem ter relações pessoais [com as marcas]. As pessoas querem falar com um CPF e não com um CNPJ”, afirma.
A empresária defende a importância de ter virado “amiga” de suas seguidoras no Instagram e clientes. Na pandemia, quando as lojas físicas fecharam e as pessoas ficaram isoladas em casa, ela conta que usou as redes sociais para construir uma relação e manter essa conexão com as pessoas que a seguiam. “Fiz lives com aulas de culinária, dicas de maquiagem, qualquer coisa assim, e só no final eu envolvia uma venda. Não era algo como ‘Oi, compra um sapato?’, e sim mais como ‘Olha, esse é o meu mundo, essa é a minha vida, e estou usando tal sapato’”, segundo ela, dessa forma as relações foram sendo humanizadas e consolidadas, proporcionando muito mais retorno para a empresa.
Influenciadores devem transmitir verdade e humanização
Um dos motivos que justificam o sucesso da participação de proprietários de marcas como influenciadores de seus próprios produtos ou serviços é a verdade naquela ação. “Quando você está mostrando com amor o produto, quem está te assistindo acredita também. Por isso, ninguém melhor para vender seu produto do que você mesmo”, aponta Ana, que também destaca a identificação do público com uma pessoa real como outro ponto a favor dessa tática. “As pessoas percebem que o seu produto é usado por uma pessoa real”.
Mas nem sempre o proprietário se sente confortável para estar na linha de frente e se expor na internet. Por ser um universo muito amplo, as redes sociais pode assustar e intimidar. Sendo assim, os influenciadores de nicho também podem desempenhar um papel de alta performance para seu negócio, desde que haja uma inteligência por trás. Investir naquela pessoa que iria usar sua marca de forma orgânica e que transmita verdade ao falar bem do seu produto, por exemplo, é um diferencial. “Micro influenciadores podem gerar muito mais venda do que um macro influenciador, dependendo da estratégia”, complementa Lelê.
Pirâmide para o sucesso
- Autoridade: escolha do influenciador, que tenha match com a estratégia da marca e autoridade no assunto;
- Frequência: Não adianta mais posts isolados. O relacionamento gera identidade e engajamento;
- Alcance: Quanto maior a frequência, maior o alcance;
- Multiplicadores: Chegar no público-alvo não é necessariamente falar diretamente com ele. Os “amigos dos amigos” ou a “rede de influência” é uma maneira de “cercar” a audiência.
Apesar de elencarem pontos importantes para se ter em mente ao contratar um influenciador, elas destacam que para cada objetivo e marca é preciso desenhar uma estratégia personalizada. Entre as dicas, está o fato de não poder confundir o influenciador com um vendedor e indica alinhar as expectativas que um “publi” deve gerar. “É claro que a expectativa é sempre muito alta quando a marca contrata um influenciador. Você quer venda, quer que aquele investimento que foi feito se pague rápido. Mas é preciso compreender que isso mudou. Antes você contratava, a pessoa postava e acabava seu estoque. Só que antes as pessoas não sabiam se aquele influenciador usava de fato o produto ou se era um post pago. Hoje tudo se profissionalizou e as pessoas entenderam que isso é um mercado. Agora elas desconfiam e querem saber se o influenciador usa mesmo aquele produto”, explica Ana, chamando a atenção para o fato de que nem sempre a venda será imediata após uma parceria e que isso deve ficar claro para a empresa.
Pensando nesse novo comportamento do consumidor, Lelê conta que algumas marcas quando usam influenciadores acabam pedindo para que a pessoa nem marque a empresa nas redes sociais, gerando assim um engajamento orgânico do público. “Assim ela mostra que usa o produto porque ela gosta e não porque foi paga para isso. E naturalmente as pessoas vão perguntar de onde é aquele sapato, aquela bolsa, aquele cosmético”.
Outro ponto de destaque é entender o público-alvo. “Não adianta escolher um super influenciador que não conversa com seus produtos”, fala Ana. Lelê complementa com duas dicas valiosas. “Há duas formas de se encontrar o influenciador perfeito para seu público. A primeira delas é perguntando aos clientes quem eles gostam de seguir, assim você terá um termômetro”, pontua. “Outra coisa que ajuda muito e que os influenciadores já estão acostumados a fornecer são os dados, o mídia kit. Com essas informações é possível fazer um mapeamento que auxilia e muito na direção que você precisa seguir”, finaliza.
Por Marina Teodoro, editora do E-Commerce Brasil