As vendas do comércio brasileiro voltaram a apresentar resultados negativos em março, com uma retração de 1,6%, de acordo com o Índice do Varejo Stone (IVS). Em relação ao mesmo período do ano anterior, a queda foi de 1,8%. O estudo, que acompanha mensalmente a movimentação do varejo no país, é uma iniciativa da Stone.

No e-commerce, a queda mensal foi de 12,9% e o físico apresentou baixa de 0,1%. No comparativo anual, o comércio digital também teve retração, de 13,1%, e o físico seguiu na mesma linha, com queda de 2,8%.
Em entrevista concedida à reportagem do E-Commerce Brasil, Matheus Calvelli, pesquisador econômico e cientista de dados da Stone, avaliou o comportamento recente do e-commerce frente ao cenário de desaceleração do varejo. Segundo ele, embora o índice Stone Varejo Digital ainda esteja em fase de consolidação, já é possível observar padrões distintos na performance do comércio eletrônico em relação ao varejo físico.
“A desaceleração no e-commerce foi mais intensa, com uma variação mensal negativa de 12,9%. Embora ainda estejamos aprendendo a interpretar os dados do nosso índice, o que temos observado é que o digital tende a reagir de forma mais sensível às mudanças no ambiente econômico — tanto nas quedas quanto nas recuperações. Isso aconteceu em outros momentos do ano passado também. Um fator que ajuda a explicar essa queda maior é a performance do segmento de farmácias, que tem peso relevante no nosso índice digital e vem apresentando uma desaceleração mais forte. No varejo físico, o setor também está fraco, mas, por ser mais inelástico, costuma ter um desempenho melhor. No digital, quando há uma piora, o impacto costuma ser mais acentuado”, explica.
Na análise mensal, sete dos oito segmentos analisados registraram queda em março. As quedas foram observadas nos setores de
- Material de Construção (5,5%);
- Tecidos, Vestuário e Calçados (3,4%);
- Móveis e Eletrodomésticos (2,7%);
- Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico (2%);
- Artigos Farmacêuticos (1,9%), Livros, Jornais, Revistas e Papelaria (0,3%) e Combustíveis e Lubrificantes (0,1%).
A única alta foi do setor de Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo (2,2%).
No comparativo anual, o segmento de Material de Construção teve o melhor desempenho (3,2%), seguido por Combustíveis e Lubrificantes, que cresceu 2,3%. Os demais setores registraram queda:
- Livros, Jornais, Revistas e Papelaria (13,6%);
- Móveis e Eletrodomésticos (8,8%);
- Tecidos, Vestuário e Calçados (3,9%);
- Artigos Farmacêuticos (3,5%);
- Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico (3,2%);
- Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo (1,3%).
Regiões
No recorte regional, sete estados apresentaram crescimento no comparativo anual: Acre (2,1%), Pará (1,7%), Goiás (1%), Roraima (0,8%), Piauí (0,6%), Sergipe (0,5%) e Amazonas (0,3%).
Já entre os estados com resultados negativos, Rio Grande do Sul apresentou a maior queda (8,2%), seguido por Rondônia (5,5%), Rio Grande do Norte (5,2%), Mato Grosso do Sul (4,8%), Pernambuco (3,7%), Santa Catarina (3,4%), Distrito Federal e Paraná (2,9%), Bahia (2,7%), Ceará (2,4%), Minas Gerais (2,2%), Tocantins (2%), Espírito Santo e Alagoas (1,7%), Mato Grosso e São Paulo (1,4%), Paraíba (0,5%) e Amapá (0,4%).
O estado do Maranhão foi o único que reportou estabilidade (0,0%).
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