O panorama do varejo mudou para sempre. O setor de varejo teve de reavaliar todas as estratégias de marketing e de negócio que eram utilizadas no passado. Os hábitos de compra dos consumidores, que sempre foram dinâmicos, mudaram de maneira definitiva a partir de 2020 e os varejistas precisaram se reinventar.
Com o setor do varejo sendo amplamente reformulado, é seguro dizer que as mudanças que houveram no comportamento do consumidor a partir da crise sanitária se tornarão norma na indústria. O varejo online e offline estão cada vez mais próximos. Um não exclui o outro, pelo contrário, um ajuda o outro fazendo parte de uma única estratégia.
Quem tinha resistência ao comércio online, precisou rever isso e entender que não somente a pandemia causou tantas mudanças, mas também a tecnologia, que muda a cada dia. A seguir, listei algumas tendências que vieram para ficar.
1 – O e-commerce continuará em uma crescente
2020 foi um ano de crescimento sem precedentes para o comércio online. Para quem aceitou a mudança e fez a transição do offline para o online, novos caminhos se abriram e foi possível se manter no jogo. Quem não conseguiu fazer a transição a tempo sofreu um triste fim. A tendência de crescimento do e-commerce continua nos próximos anos.
2 – Operações com tecnologia aprimorada
Toda a experiência do cliente deve ser aprimorada, tudo deve ser pensado meticulosamente, desde a usabilidade, até o design e o conteúdo dos sites. A tecnologia por trás dos e-commerces também devem oferecer uma experiência cada vez mais conveniente ao cliente, para que a jornada de compra seja cada vez mais fluida e eficiente.
Identificar e resolver gargalos na jornada são prioridade nos e-commerces. O consumidor de hoje, pós pandemia, é exigente e tem consciência digital. Oferecer estratégias como clique e retire, checkout sem caixa, despacho a partir da loja, são indispensáveis para conquistar o cliente omnichannel de 2021.
3 – Sustentabilidade é a chave
A mudança climática é uma realidade atual e, para os varejistas, esta é uma pauta que tem de ser considerada em todas as etapas da jornada. A preocupação com o meio ambiente e medidas para mitigar, ou pelo menos não contribuir para o agravamento da situação é uma preocupação do consumidor atual e, portanto, deve ser do varejista também.
Marcas que não se mostram preocupadas com essa questão se mostram obsoletas e não tem a admiração dos consumidores. Varejistas de todos os setores estão trabalhando arduamente para encontrar e aderir a iniciativas que reduzam o desperdício de plástico, alimentos, carbono, etc.
4 – Autocuidado e saúde pessoal
A chegada da pandemia teve como consequência o “novo normal”, que envolve uma série de novos comportamentos. Entre eles, o autocuidado e a saúde pessoal se tornaram assunto dos mais quentes e debatidos do mundo e do setor varejista.
A crise sanitária causou uma espécie de super consciência em relação à saúde e isso afetou tudo e todos. Desde de artigos de higiene pessoal que tiveram um crescimento estrondoso nas vendas, até a busca por uma alimentação mais saudável, exercícios físicos, meios alternativos de se manter saudáveis em tempos obscuros.
Foram livros de autoajuda, toneladas de álcool em gel, cursos de meditação, cuidados com a pele, aplicativos de exercícios para fazer em casa, consumo de artigos como plantas, itens de cozinha, roupas esportivas e remédios. O novo normal é focar em maneiras de contribuir para a saúde mental no meio do caos da pandemia.
5 – Compras através das redes sociais
O comércio social cresceu vertiginosamente com o início da pandemia e a tendência é seguir em alta. O varejo precisa estar onde o consumidor está, e o consumidor está em toda parte: Instagram, Facebook, TikTok, WhatsApp, aplicativos, marketplaces e até no Slack. A vantagem, além de poder alcançar o consumidor onde ele estiver, é a possibilidade de se oferecer uma compra totalmente personalizada.
6 – O marketing de influência é uma parte importante da estratégia
Os influenciadores foram os menos atingidos durante a pandemia. Podendo trabalhar em casa e, com as vendas no varejo em queda, as marcas recorrem a eles para estimular as vendas online. O conteúdo real mostrado nos vídeos é atrativo para o novo consumidor, com isso, a tendência é de que este seja um dos mais importantes canais de interação e captação de clientes.
7 – Lojas online migrando para offline
Lojas originalmente digitais devem abrir lojas físicas nos próximos anos. E-commerces têm suas limitações e isso ficará mais claro quando a pandemia finalmente acabar e podermos fazer compras em lojas físicas como fazíamos antes. É claro que os e-commerces não vão sumir, mas as tendências do varejo mudarão assim que o mundo estiver reaberto. Mas algo já está claro: não há nada como a experiência de loja física e todos sentimos falta disso.
8 – Same day delivery e dark Stores continuarão em alta demanda
Os grandes varejistas, tanto lá fora, quanto no Brasil, vem investindo pesado em agilidade logística. Supermercados, por venderem produtos perecíveis — e por serem, em parte, itens de primeira necessidade —, trabalham com o formato de entrega no mesmo dia (ou em até duas horas) há algum tempo. Entretanto, a demanda tem crescido exponencialmente desde o início da crise sanitária.
A partir disso, temos visto muitos varejistas mais inovadores aplicando essa modalidade de entrega para todo tipo de mercadoria: roupas, materiais de limpeza, mercearia, calçados, brinquedos, livros, etc. A tendência, neste caso, é de popularizar a entrega em até 10 minutos, como já se vê em alguns aplicativos.
As dark stores são essenciais para colocar em prática essa agilidade oferecida. Estrategicamente localizadas em centros urbanos, as entregas acontecem em um raio menor de distância e é isso que possibilita a agilidade na entrega dos pedidos.
9 – Compra online, entrega rápida
Um dos pontos mais importantes de uma jornada de compra bem sucedida é a logística. O novo consumidor quer ser atendido de forma rápida e eficiente. Porém, mais que tudo ele quer ter opções: de tipos de entrega ou retirada, valores de frete, entre outros. Estratégias omnichannel como same day delivery, pickup in store, ship from store e dark stores, são algumas das iniciativas mais utilizadas pelos varejistas para conquistar e fidelizar clientes.
Conclusão
Para se manter no mercado, é necessário repensar estratégias para mitigar os gaps entre o varejo físico e o online. Nesse aspecto, a tecnologia é fundamental para auxiliar os varejistas na missão de reconstruir o varejo de forma sustentável.
É necessária uma nova mentalidade cultural, à medida em que a crise de saúde chega ao fim. A estratégia de varejo precisa se alinhar aos novos hábitos de consumo e se reinventar. Uma estratégia omnicanal bem planejada ajudará os varejistas a prosperar. Tudo se resume a satisfazer seus clientes e dar-lhes uma experiência de compra consistente.