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A importância da tecnologia para impulsionar as vendas no varejo físico

Por: Felipe Dellacqua

CMSO Infracommerce

Profissional prático e empreendedor no setor de tecnologia e comércio digital, com mais de 15 anos de experiência liderando equipes de vendas/marketing/parcerias/ecossistemas/produtos. Forte background analítico para desenvolver estratégias de crescimento exponencial, treinando e liderando equipes de vendas e marketing, utilizando estratégias e parcerias ecossistêmicas para escalar vendas em todo o território nacional e desenvolvendo equipe interna de vendas diretas para clientes corporativos.

No cenário atual do varejo brasileiro, a adoção de tecnologias tem se mostrado cada vez mais essencial para aumentar a rentabilidade e a eficiência das operações. Apesar da criatividade do brasileiro, ainda existe uma certa resistência e procrastinação quando se trata de implementar novas soluções tecnológicas. No entanto, é fundamental que os varejistas entendam a importância de investir em tecnologia para impulsionar as vendas e melhorar a experiência do consumidor.

Veja como a tecnologia pode transformar o varejo brasileiro, aumentando a rentabilidade e melhorando a experiência do consumidor com estratégias eficazes e inovadoras.

WhatsApp e mídias proprietárias

Com milhões de usuários ativos, o WhatsApp é uma das principais plataformas de comunicação no Brasil. Aproveitar a ociosidade dos vendedores utilizando o WhatsApp, por exemplo, pode ser uma estratégia eficaz para aumentar a rentabilidade das lojas físicas. Durante os períodos mais tranquilos, os comerciantes podem utilizar essa ferramenta para se relacionar com os clientes, enviando ofertas personalizadas e aproveitando o estoque disponível na loja. Se integrarmos um CRM, é possível segmentar a base de clientes e direcionar as mensagens de forma mais eficaz. Dessa maneira, as lojas podem aumentar as vendas sem onerar os custos fixos com funcionários, resultando em maior rentabilidade.

Outra possibilidade possível é o fato de as lojas físicas transformarem a comunicação com clientes por meio das mídias proprietárias. A venda de mídia não apenas gera uma nova receita, mas também fornece dados detalhados sobre o perfil e o comportamento do público final. Com essas informações, é possível otimizar o mix de produtos e ajustar a profundidade do estoque conforme as preferências dos consumidores. Além disso, parcerias e co-branding com marcas que compartilham clientes semelhantes podem ser explorados para aumentar o ticket médio. Esse conhecimento aprofundado sobre o consumidor eleva a inteligência do varejo físico a um novo patamar, permitindo estratégias mais precisas e eficazes.

Marketing regionalizado e Pix

Outra tática é investir em campanhas de marketing regionalizadas, integrando o estoque disponível em cada loja e utilizando recursos como o Google Maps para direcionar o tráfego de forma assertiva, o que pode ser altamente eficaz. Além disso, aproveitar o tempo dos vendedores para realizar lives commerce no Instagram e no TikTok, promovendo produtos para uma audiência regional, maximiza o engajamento e a conversão. Essas estratégias não apenas aumentam a visibilidade e a atração de clientes para as lojas físicas, mas também impactam positivamente indicadores tradicionais do varejo, como venda por metro quadrado, venda por funcionário e taxa de conversão.

A evolução do Pix também tem se mostrado vantajosa para o varejo, oferecendo menores custos transacionais e reduzindo riscos de fraude. Embora ainda existam desafios na experiência do usuário, como a necessidade de usar um segundo dispositivo para escanear o QR code, a tendência é de constante melhora. A introdução do parcelamento via Pix e a chegada do Pix offline devem acelerar ainda mais a adoção dessa forma de pagamento no varejo. Com uma experiência cada vez mais fluida e transparente, o Pix tem o potencial de se tornar a principal forma de transação no varejo nos próximos anos.

Esses foram alguns dos destaques que tive a oportunidade de abordar durante o Congresso Digitalização do Varejo 2024, no qual debatemos um tema de grande relevância no cenário atual: o papel da loja física em tempos digitais. Junto com outros especialistas renomados do setor, como Alessandro Gil, vice-presidente da Wake, Rodrigo Nasser, founding partner da Itu Partners & Aster Capital, e Alejandro Vázquez, cofundador e presidente da Nuvemshop, compartilhei minha perspectiva e o quanto a loja física continuará desempenhando um papel crucial, mas precisará se reinventar e se integrar perfeitamente com os canais digitais para prosperar nesta nova era do varejo.

Investir em tecnologia deixou de ser uma opção e se tornou uma necessidade para o varejo físico se manter competitivo. Apesar da resistência inicial em função dos custos e da necessidade de adaptação, os varejistas precisam encarar esse desafio. Ao aproveitar recursos como WhatsApp, análise de dados, campanhas regionalizadas e formas de pagamento mais eficientes como o Pix, é possível impulsionar as vendas, aumentar a rentabilidade e proporcionar uma experiência superior aos consumidores. O varejo que não se atualizar e abraçar a transformação digital pode ficar para trás em um mercado cada vez mais competitivo e exigente.