A transformação do varejo é uma expressão bastante comum no mundo dos negócios, principalmente após o avanço da pandemia da Covid-19. Ela realmente entrou na pauta de empreendedores e passou a fazer parte da estratégia de qualquer empresa, grande ou pequena, independentemente de seu nicho de atuação. O avanço das soluções tecnológicas é evidente, isso é indiscutível. Mas no varejo não basta simplesmente utilizá-las somente quando necessário ou como reação a uma situação externa, como o novo coronavírus. A transformação no setor só ocorre quando essas ferramentas incorporam a análise de dados no dia a dia das organizações.
A necessidade cada vez maior de os lojistas utilizarem os melhores recursos fez com que as retail techs, startups focadas especificamente no varejo, ficassem em evidência no Brasil. De acordo com dados do Distrito Retailtech Report de 2020, a grande maioria dessas empresas (84,4%) surgiu nos últimos cinco anos. Ou seja, justamente para atender à demanda que surgia no mercado. Entre as várias categorias possíveis de atuação, como meios de pagamento, logística e atendimento, praticamente três em cada dez (29,2%) desenvolvem produtos e serviços voltados à operação – o que, por sua vez, está relacionado à importância da análise de dados na gestão do negócio.
Falar da importância da captura e da observação de informações em qualquer planejamento estratégico atualmente chega a ser redundante. Para tomar as melhores decisões é imprescindível ter mais inteligência – o que, por sua vez, depende dos insights que surgem com os dados. A questão é que muitos executivos e profissionais, desacostumados a terem esses relatórios e documentos na gestão do varejo físico, insistem em utilizá-los de forma parcial, ou pior: em situações esporádicas. É como ter um ótimo carro na garagem, mas dirigi-lo apenas quando chove. Isto é, a pessoa nunca utilizará em sua plena capacidade.
Não se vê, por exemplo, empreendedores que atuam exclusivamente em canais digitais cometerem esse descuido. Para esse segmento específico, a análise de dados é questão de sobrevivência. Somente com a investigação acurada das informações é possível embasar o planejamento do negócio. Por ser uma novidade ainda recente no varejo físico, essa falta de cultura orientada aos dados ainda atrapalha o crescimento de muitas lojas. Entretanto, não há mais espaço para hesitação. Quanto mais cedo essas empresas se adaptarem a essa realidade e fizerem uma transformação profunda em sua estrutura, mais rápido conseguem crescer em seus nichos. A utilização de dados, portanto, precisa ser algo intrínseco ao trabalho de todos os departamentos.
Nesse ponto, as tecnologias podem trazer um duplo benefício. As melhores soluções não apenas conseguem trabalhar com dados, mas podem auxiliar na criação dessa cultura data driven, em que os dados estão no centro da estratégia operacional da empresa. Isso porque as ferramentas certas conseguem combinar a praticidade, eficiência e rapidez que a transformação digital exige com uma maior facilidade na leitura e criação desses relatórios. Com uma simples câmera de visão computacional e uma plataforma baseada em inteligência artificial, é possível extrair dados valiosos a partir da simples caminhada dos consumidores no estabelecimento. Isso com uma instalação rápida, sem prejudicar o funcionamento e com uma visualização intuitiva no dashboard.
Quando diversos especialistas afirmam categoricamente que os dados são os principais ativos de qualquer empresa atualmente, isso é mais do que mero recurso retórico. As informações certas têm a capacidade de potencializar as vendas e a operação de qualquer negócio. Infelizmente, o contrário também é válido: a falta de uma análise de dados rotineira pode dificultar e impedir o pleno desenvolvimento da empresa. A pandemia colocou os gestores em uma encruzilhada. O caminho a ser seguido passa justamente pela capacidade desses profissionais em enxergarem nos dados a estrada certa.