O comércio online continua de vento em popa com as melhores expectativas para a tão aguardada Black Friday. Mas, como no e-commerce não existem cenários que não possam variar, o setor vive um momento de preocupação pungente: a alta dos combustíveis. É obvio que alguém terá de pagar a conta pelos aumentos consecutivos que estamos vivendo no Brasil. Afinal, não há outra opção para absorver a gasolina e o diesel 39% e 27% mais caros, respectivamente.
Ao que tudo indica, essa escalada de preços vai continuar, já que o valor cobrado nas refinarias acompanha o preço internacional do barril de petróleo e a cotação do dólar. Embora a Câmara dos Deputados tenha aprovado o projeto que altera o cálculo do ICMS nos combustíveis, isso não deve se traduzir em uma queda permanente de preços — o que tem levado os varejistas a quebrarem a cabeça na hora de definir estratégias de equilíbrio para os custos de frete.
Diariamente, em paralelo, o e-commerce enfrenta o desafio de ser mais rápido, cômodo, com ofertas mais variadas e, de preferência, com frete grátis. O consumidor compra pela Internet quando não encontra o produto na loja física ou quando percebe vantagens reais em fazer sua aquisição online. Portanto, o frete não pode superar o valor da mercadoria. Só que todo mundo sabe que a gratuidade do frete é um mito.
Para se ter uma ideia de como a escalada de preços dos combustíveis impacta toda a cadeia logística: ela chega a elevar em até 12% o custo de contratação de fretes. E não é possível repassar todo este percentual para o consumidor, sob pena de inviabilizar o negócio. A saída para compensar tem sido adotar ferramentas de tecnologia que possibilitem aumento de produtividade, reduzindo custos e minimizando os efeitos da alta. A solução é procurar formas de tornar as entregas mais eficientes, com custos totais menores.
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Uma das evoluções para esta Black Friday são os aplicativos, que permitem o aproveitamento de motoristas autônomos para realizar entregas. Estes trabalhadores já perceberam as oportunidades e estão dispostos a migrar dos aplicativos em troca de melhores remunerações e condições de trabalho. Até mesmo motoboys compartilhados, que normalmente realizam entregas voltadas para alimentação em shopping centers, estão atuando como entregadores para o comércio eletrônico. Isso tem dado certo, uma vez que são profissionais que possuem horários de pico bem definidos (almoço e à noite) e podem absorver trabalhos no tempo em que estiverem ociosos.
Se, por um lado o cliente que compra online espera receber suas encomendas rapidamente, em perfeito estado e a um preço de frete justo, por outro, o e-commerce necessita de mão de obra que viabilize esta entrega. Para aproveitar esta força de trabalho, é preciso investir em ferramentas tecnológicas de ponta, não apenas para garantir a entrega, mas também para atrair os motoristas e fidelizá-los de vez como prestadores de serviço. Isso porque há uma escassez de entregadores no mercado, logo é fundamental ser atrativo para eles também.
Outra estratégia é separar produtos elegíveis para determinadas ações. Por exemplo, produtos com perfil leve (ou seja, até 30 quilos e com menos de 1 metro em seu maior lado) podem ser entregues em menos tempo por entregadores avulsos. Nesta estratégia, os veículos podem ser separados por região, com tempo médio entre os processos (intervalo, deslocamento e entrega) de até 15 minutos, em trajetos menores (com cerca de 8 km). Assim, é possível entregar em até poucas horas.
A Black Friday está próxima e sabemos o quanto ela pode ser especial este ano. Mas o quanto ela será produtiva vai depender da tecnologia de vanguarda e da criatividade de cada um.
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