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Apps e moda: como a tecnologia está transformando o varejo fashion?

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Por: Guilherme Martins

Cofundador da Eitri

Com mais de 19 anos de experiência em Engenharia de Tecnologia da Informação, Guilherme Martins é co-fundador da Eitri e um profissional de destaque no setor. Formado em Engenharia da Computação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, ele possui uma trajetória acadêmica robusta, incluindo cursos no MIT sobre "Internet of Things‬ Roadmap to a Connected World" e "IoT Internet of Things", além de uma capacitação em Engenharia de Software, Negociação e Projetos de Software também pela PUC-Rio. Guilherme ainda se especializou em Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquina pela Texas McCombs School of Business. Ao longo de sua carreira, acumulou vasta experiência na indústria da internet, passando por empresas como B2W Digital, Ideais Tecnologia, Volanty e Calindra. Seu know-how abrange áreas como desenvolvimento em Java, Android, JavaScript e Groovy, além de e-commerce e metodologias ágeis, consolidando sua expertise em tecnologia e inovação.

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Na era digital, a moda deixou de se limitar às vitrines físicas e às páginas de e-commerce. O smartphone virou o novo shopping de bolso, e os aplicativos móveis têm ganhado status de canal prioritário para marcas que desejam não só vender, mas também construir relacionamentos duradouros com seus consumidores.

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Imagem gerada por IA.

Mais do que nunca, o aplicativo é hoje o epicentro da estratégia omnichannel e da personalização no varejo de moda. Segundo o relatório State of Mobile 2023 da Data.ai (antiga App Annie), o aplicativo da Shein foi o mais baixado globalmente na categoria de compras em 2022, superando gigantes como Amazon e Shopee. Esse destaque reflete a forte presença da marca em mercados como EUA, Brasil e Japão.

Funcionalidades inovadoras

No setor de moda, os apps vão além da simples extensão do e-commerce. Funcionalidades como provador virtual, busca por imagem e consultoria de estilo online estão transformando a jornada do cliente, oferecendo conveniência e reduzindo barreiras típicas da compra remota – como dúvidas sobre caimento e estilo. Além disso, o app conecta o físico ao digital: consulta de estoque em tempo real, retirada em loja, geolocalização de unidades próximas e agendamento de provadores são exemplos de como ele vira uma ponte entre mundos. Isso fortalece a omnicanalidade, que hoje é essencial para empresas que querem destaque.

Outro ponto-chave é a personalização: ao reunir dados sobre o comportamento do usuário, os apps permitem ofertas sob medida, notificações em tempo real e campanhas direcionadas com mais precisão. A análise desses dados também orienta decisões de estoque, precificação e até o desenvolvimento de novas coleções.

Marcas menores também têm enxergado nos aplicativos uma ferramenta poderosa para estreitar laços com os clientes mais fiéis. Ao oferecer uma experiência exclusiva e personalizada, mesmo negócios locais conseguem gerar engajamento, recorrência e aumento no ticket médio.

Mercado fashion brasileiro aposta no mobile

O mercado de moda brasileiro movimenta cerca de R$ 229 bilhões ao ano, segundo a ABIT, e cresce impulsionado por consumidores cada vez mais digitais. Uma pesquisa da Opinion Box revela que 74% dos consumidores preferem comprar via app quando percebem vantagens claras: promoções exclusivas, usabilidade ágil e atendimento personalizado. Esse comportamento reflete uma tendência global: segundo a App Annie, o tempo gasto em apps de compras cresceu mais de 100% na última década, sendo moda e beleza duas das categorias mais acessadas. No Brasil, onde o mobile domina a navegação online, o potencial é ainda maior.

C&A, Renner, Amaro, Riachuelo e Dafiti já colhem frutos do uso dos apps. A C&A, por exemplo, viu o alcance do seu aplicativo disparar após lançar recursos de personalização e integração de seu programa de fidelidade, enquanto a Amaro aposta no conceito de “figital” (integração física e digital), com forte apoio no aplicativo para engajar clientes. Outro exemplo é o Grupo Soma, dono de marcas como Farm e Animale, que vem se destacando pelo uso estratégico do canal mobile. A Farm, em especial, consolidou seu app como uma verdadeira comunidade online, oferecendo experiências que vão além da compra e reforçando o lifestyle da marca.

Em um mercado competitivo e acelerado como o da moda, ter um app deixou de ser tendência para se tornar necessidade. O canal mobile é hoje o principal ponto de contato com o consumidor, e as marcas que souberem usá-lo de forma estratégica terão mais chances de fidelizar clientes, escalar vendas e se manter relevantes em um cenário cada vez mais digital e personalizado.

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