Não é segredo para ninguém que a Black Friday é uma das datas mais aguardadas do varejo. Tanto é que um estudo recente realizado pelas plataformas Mercado Livre e Mercado Pago aponta que 85% dos consumidores pretendem comprar algo no dia, com um levantamento da Confi.Neotrust projetando uma movimentação de aproximadamente R$ 9,3 bilhões. Além disso, o e-commerce é o canal favorito, com dados da Opinion Box mostrando que 43% dos usuários escolheram essa plataforma para as compras do último ano. No entanto, com a constante mudança no perfil dos consumidores, como que as plataformas de comércio digital podem fazer para que esses números se mostrem verdadeiros e a data de fato seja sinônimo de sucesso?
Para começo de conversa, podemos dizer que o cliente de e-commerce não quer somente comprar um produto. Ele, de fato, espera ter uma vivência positiva junto a uma marca. Tanto é que um outro levantamento da Opinion Box mostra que 65% dos consumidores consideram que experiências personalizadas influenciam a decisão de compra. E complementando essa ideia, um estudo da McKinsey & Company aponta que 76% dos usuários ficam frustrados quando elas não ocorrem, e uma outra pesquisa, a The Future Of Beauty E-commerce 2023, atesta que 73% dos clientes virtuais de beleza, higiene pessoal, perfumaria e cosméticos estão dispostos até a pagar mais por isso.
A importância das experiências personalizadas
Dessa forma, os varejistas precisam ficar atentos para não perderem seu consumidor para o concorrente, já que a pesquisa Perfil do E-Commerce Brasileiro aponta que são mais de 1,9 milhão de lojas virtuais no Brasil, então opção não falta. Além disso, os dados de abandono de carrinho são bem altos na América Latina, representando 75,3% segundo a Yampi, sendo problemas técnicos, processos complicados, prazos de entrega e indecisão alguns dos principais motivos para essa desistência. Assim, de que maneira os players podem deixar a experiência do consumidor cada vez mais primorosa no ambiente virtual?
O papel da inteligência artificial no e-commerce
Uma tecnologia que vem ajudando a mudar esse cenário é a inteligência artificial, que é utilizada por cerca de 75% das empresas de e-commerce, segundo informações da Ebit/Nielsen. A ferramenta surge como uma nova fonte de dados que promete fazer com que o comerciante fique cada vez mais próximo de seu potencial cliente. E isso se reflete nos resultados, com os varejistas que utilizam a tecnologia vendo aumento de 15% nas vendas e de 10% na satisfação dos consumidores. Aliás, o próprio usuário já vê a IA como uma aliada em sua vivência, já que dados da Meta mostram que 56% gostariam de utilizar a solução para melhorar a sua experiência nas aquisições de fim de ano.
E de que forma a inteligência artificial pode ser útil para os varejistas? Hoje, existem no mercado soluções que combinam a IA com análise de dados de diversas fontes. Com isso, as plataformas de comércio virtual têm em suas mãos informações valiosas que podem personalizar experiências dos consumidores e refinar estratégias de engajamento em tempo real, garantindo interações significativas que ressoam ao longo de toda a jornada do cliente.
E que informações são essas? Por meio do uso da inteligência artificial, um varejista consegue ter acesso a um leque de dados, como registros fiscais, históricos de emprego, idade, localização geográfica, renda familiar, comportamento online e até mesmo os produtos mais adquiridos no e-commerce por um indivíduo. Assim, ele é capaz de fazer uma aproximação que mais tenha a ver com o perfil desse cliente, podendo realizar ofertas mais personalizadas e que tenham a cara do usuário. Vale lembrar que os anúncios, que costumam ser a forma mais utilizada para atrair pessoas, são vistos com desconfiança por cerca de 75% das pessoas, segundo estudo da HubSpot.
Além disso, justamente por fazer uma verdadeira varredura no comportamento online dos consumidores, as plataformas de e-commerce conseguem identificar com mais facilidade perfis maliciosos e mais propensos a fraude, como pessoas acostumadas a dar calote, indivíduos envolvidos em roubo de identidade e até aqueles que roubam dados de cartões alheios para realizar compras sem autorização. Com isso, é possível proteger tanto a própria plataforma quanto os seus usuários idôneos de maiores problemas advindos desses malfeitores, bloqueando antecipadamente seus acessos. Para se ter uma ideia, o Mapa das Fraudes, da ClearSale, apontou que, no último ano, foram mais de 41 mil tentativas de golpe, o que causaria um prejuízo de mais de R$ 8 mil por minuto às empresas.
Dessa maneira, podemos concluir que a inteligência artificial desempenha um papel primordial durante a Black Friday. Além de possibilitar um cenário positivo e de experiências únicas para os consumidores, a tecnologia faz com que os varejistas consigam entender melhor o perfil de quem querem atingir, adotando estratégias que tragam mais retorno e valorização para a sua marca. Isso sempre tomando cuidado com a segurança, item essencial e cada vez mais considerado pelo usuário na hora de fechar uma compra. Assim, o uso da IA se faz cada vez mais pertinente e colabora para um mercado mais competitivo e democrático para todos.