Com o crescimento das vendas online e a adesão cada vez maior de novos compradores, as negociações e operações no e-commerce envolvem hoje empresas e consumidores de todo o país, ou seja, pontos de origem e de destino das mercadorias em praticamente todos os municípios brasileiros. Em função dessa abrangência das transações, os varejistas, embarcadores e marketplaces precisam contar com estruturas logísticas e transportadoras capazes de atender todo o país, com capilaridade nacional, a fim de garantir a boa experiência de compra dos e-shoppers.
Essa capilaridade se traduz em número de filiais, franquias operacionais ou parceiros comerciais instalados nas capitais, regiões metropolitanas e em grandes, médios e pequenos centros econômicos, permitindo o atendimento à totalidade ou ao maior número possível de CEPs.
Por isso, grandes empresas do varejo eletrônico e transportadoras estão investindo pesado na regionalização de centros de distribuição, hubs e malhas, a fim de descentralizar estoques e ganhar capilaridade. Essa estratégia demonstra um alinhamento de infraestrutura entre embarcadores e fornecedores de logística, bem como possibilita custos menores e redução de tempo de entrega.
Investir em franquias e filiais é essencial para fazer com que transportadoras e operadores logísticos estabeleçam pequenos centros operativos para atender à cidade de sua sede e aos municípios vizinhos, elevando o alcance a um número maior de pessoas na última milha.
Outros investimentos em prol da capilaridade na logística concentram-se nas soluções Out of Home (ou soluções para fora de casa), por meio de parcerias com pequenos comércios estrategicamente localizados, que se tornam pontos de retirada e de emissão de encomendas, também conhecidos como PUDOs (Pick up Drop Off). Eles operam com horários estendidos e são opções ao delivery, já que muitos consumidores não conseguem receber a mercadoria em casa, e acabam retirando as compras em pontos próximos do trabalho ou da residência.
Sellers de marketplaces utilizam esses pontos para a emissão dos produtos a serem entregues aos compradores. No mesmo conceito de entregas fora de casa, os lockers cumprem o mesmo papel e colaboram com a capilaridade logística do e-commerce.
Imaginando que as redes de pontos parceiros e de lockers atinjam sua maturidade, ou seja, estejam em número suficiente para cobrir um país inteiro como o Brasil, e se integrem às franquias, filiais, aos hubs e centros de distribuição, chegaremos a uma capilaridade ideal, fazendo com que as encomendas do e-commerce estejam acessíveis a apenas alguns poucos minutos de distância de seus compradores.
A capilaridade, por fim, possibilita a realização de operações de logística reversa, que ainda é uma das grandes demandas do mercado dos varejistas virtuais e marketplaces. O consumidor tem direito de trocar ou devolver produtos do e-commerce, e essas operações são constantes e, ao mesmo tempo, complicadas, porque há baixa oferta de transportadoras com abrangência nacional para realizar, com qualidade, essa tarefa cada vez mais necessária.
A facilidade de trocar ou devolver uma mercadoria é prioritária, e faz parte da experiência positiva de compra dos e-shoppers. Consumidores sentem-se seguros e voltam a comprar de empresas que oferecem esse processo de maneira ágil. Por isso, a fidelização no e-commerce está atrelada à capilaridade e à possibilidade da logística reversa.
Não resta dúvida, portanto, que a capilaridade de distribuição é fundamental para o comércio eletrônico, não apenas por garantir o alcance necessário à totalidade dos consumidores, mas também por permitir que transportadores e embarcadores ofereçam experiências positivas aos seus clientes em toda a cadeia logística.
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