Helisson Lemos – diretor geral do MercadoLivre Brasil
O Brasil se consolidou recentemente como um dos polos com maior geração de novos empreendedores, atrás apenas da China. Entre 2000 e 2010, o total de empresas nacionais aumentou em 2 milhões. Dentro desse total, é cada vez maior a quantidade de vendedores que escolhem a Internet como ambiente para seus negócios, motivados pelo crescimento médio anual superior a 25% do e-commerce brasileiro.
Nada mais natural, tendo em vista que nosso país reúne uma série de fatores extremamente positivos para exercer essa atividade, como maior acesso ao crédito, o que impulsiona o consumo, crescimento da banda larga e maior bancarização da população. Além disso, criar uma loja na Internet exige cada vez menos investimentos financeiros, considerando as ferramentas tecnológicas capazes de produzir uma vitrine online e meios de pagamento eficientes em apenas alguns cliques. Sem falar no custo para manter a estrutura, que é bem inferior ao de um empreendimento localizado num shopping ou em uma via pública. Claro que esse empreendedor ainda precisa lidar com as mesmas questões sensíveis que os demais, como custos de tributação e logística, mas o potencial empreendedor do brasileiro tem sido testado, ano após ano, com sucesso.
Pudemos comprovar esse quadro recentemente, por meio da análise dos resultados de uma pesquisa encomendada pelo MercadoLivre junto à Nielsen Company. Foi ouvida uma parcela dos mais de 5 milhões de vendedores atuantes, sendo que a amostra foi composta por empresas de cinco países: Brasil, Argentina, México, Venezuela e Colômbia.
Os dados apurados indicaram um perfil de empreendedores de público masculino predominante (80%) e com idade média entre 26 e 35 anos, muitos dos quais com vendas simultâneas em diferentes canais: site próprio, loja física e produtos na plataforma MercadoLivre. Na opinião de 77% dos entrevistados, a Internet é hoje o canal mais rentável para a comercialização de seus produtos. Além disso, 93% consideram que a Internet vai continuar crescendo em 2012.
A pesquisa mostra ainda que o bom momento do e-commerce brasileiro tem provocado ampla movimentação no mercado de trabalho tradicional. Um em cada cinco vendedores brasileiros ouvidos na pesquisa disse ter renunciado ao seu emprego para se dedicar às vendas online, enquanto outros 29% abriram um negócio virtual, que mantêm paralelamente ao vínculo empregatício.
Também nos deparamos com comerciantes que já atuavam com lojas físicas e atendimento no balcão. A Internet trouxe a possibilidade de uma vitrine virtual, evoluindo para o comércio eletrônico na medida da disseminação do acesso à rede. Ainda segundo a pesquisa feita pela Nielsen, 87% dos brasileiros pesquisados avaliam a Internet como um canal de vendas mais rentável do que o negócio offline.
É dessa forma que vemos, ano a ano, aumentar a quantidade de pessoas que obtém sua fonte de sustento através do comércio eletrônico. Somente no MercadoLivre, esses vendedores profissionais, com equipes de colaboradores e infraestrutura, estimam a abertura de 45 mil novas vagas em 2012.
Há ainda muitas histórias interessantes por trás dos números. É comum encontrar aqueles que começaram vendendo pelo MercadoLivre e descobriram uma nova oportunidade de renda, o que os levou a investir tempo, recursos e a criar suas empresas. O desafio passou a ser a profissionalização, inclusive pelo crescimento da concorrência, aquisição eficiente de mercadorias e necessidade de atender às expectativas dos consumidores. Com o intuito de apoiar esse processo de desenvolvimento do empreendedorismo brasileiro, desenvolvemos um circuito de capacitação para o e-commerce, e recentemente implementamos um Programa de Certificação de Vendedores.
Em quase 13 anos de comércio eletrônico, o que se percebe é uma curva ascendente no segmento. Há um crescimento do número de sites, a tecnologia oferece novos recursos, a logística procura se adequar ao novo sistema de comércio e os clientes aumentam. Alguns já são maduros como compradores online e outros iniciantes como e-consumidores.
A Internet continuará crescendo em 2012. Esse é um consenso para 97% dos entrevistados brasileiros, considerando fatores como aumento do número de pessoas com computador, mais pessoas com acesso à Internet, mais lugares com Wi-Fi disponível, além da evolução dos dispositivos móveis que permitem navegar na rede. Nós já estamos fazendo a nossa parte para contribuir com esse crescimento.