O ano de 2024 consolidou o comércio eletrônico brasileiro como um dos setores mais dinâmicos da economia nacional, apresentando crescimento robusto, adesão massiva a datas promocionais e movimentos estratégicos significativos entre os principais players.
Desempenho em datas comemorativas
O desempenho em datas comemorativas foi expressivo, reforçando o papel estratégico dessas ocasiões para o setor:
– Dia das Mães: entre 22 de abril e 11 de maio, o e-commerce faturou R$ 7,03 bilhões, representando um aumento de 5% em relação a 2023. Foram registrados 14,6 milhões de pedidos, com um ticket médio de R$ 481. As categorias de moda e acessórios, eletrodomésticos e cosméticos lideraram as vendas.
– Dia dos Namorados: as vendas online cresceram 11,8% em comparação ao mesmo período do ano anterior, totalizando um faturamento de R$ 5,8 bilhões. Destaques incluíram joias e bijuterias, além de eletrônicos e itens de decoração.
– Black Friday: consolidada como a principal data para o varejo online, a Black Friday registrou um faturamento de R$ 9,3 bilhões, um crescimento de 10,5% em relação a 2023, com 17,9 milhões de pedidos e um ticket médio de R$ 519,75. As categorias de eletrônicos e moda mantiveram sua liderança, enquanto alimentos e bebidas ganharam destaque em nichos específicos.
Esses resultados confirmam a força das datas comemorativas como motores de crescimento e indicam um comportamento de consumo cada vez mais digitalizado e diversificado.
Principais players: desempenhos e desafios
O Mercado Livre manteve a liderança no mercado brasileiro, detendo 13,4% do share total de audiência, seguido por Shopee (8,8%) e Amazon Brasil (7,9%). A LWSA apresentou um crescimento significativo, com aumento de 25,1% no GMV durante a Black Friday em relação a 2023. Por outro lado, empresas que não investiram em tecnologias emergentes e melhorias na experiência do cliente enfrentaram desafios tiveram resultados em desempenho abaixo do esperado.
Fusões, aquisições e lançamentos relevantes no comércio eletrônico
O segmento de e-commerce em 2024 foi palco de movimentações estratégicas que moldaram o mercado e ampliaram o alcance das empresas.
Fusões e aquisições
1. Americanas S.A. e Enjoei: a Americanas adquiriu o marketplace Enjoei por R$ 400 milhões, ampliando sua atuação no mercado de produtos usados e sustentáveis.
2. Magalu e Logbee: a Magalu incorporou a Logbee, startup especializada em logística de última milha, aprimorando suas operações logísticas e oferecendo prazos de entrega mais competitivos.
Lançamentos
1. Amazon Fresh no Brasil: a Amazon lançou o serviço de entrega de alimentos frescos em São Paulo, ampliando a competição no segmento de supermercados online.
2. Plataforma Shopee Connect: a Shopee apresentou sua plataforma de gestão integrada para pequenos e médios vendedores, fortalecendo a relação com empreendedores.
Esses exemplos evidenciam a busca contínua por inovação e eficiência, com impactos diretos na experiência do consumidor e na competitividade das empresas no mercado.
Impacto da inteligência artificial e automação na logística
A integração de IA e a automação transformaram a cadeia logística em 2024, otimizando operações e reduzindo custos. Algoritmos de IA ajudaram a prever demandas e criar rotas de entrega mais eficientes, especialmente durante a Black Friday. Estima-se que 74% das empresas no Brasil já utilizam IA em suas operações, refletindo um aumento significativo na adoção dessa tecnologia.
Perspectivas para 2025 e médio prazo
As projeções indicam que o e-commerce brasileiro continuará em trajetória ascendente. A previsão é que o setor atinja um faturamento de R$ 204,3 bilhões em 2025, com crescimento anual de 10%. Tendências como a integração de inteligência artificial, o mobile commerce e a sustentabilidade continuarão moldando o mercado.
Empresas que priorizarem a experiência do cliente e investirem em tecnologias emergentes estarão melhor posicionadas para capturar oportunidades. Já aquelas que adaptarem rapidamente seus processos a novas demandas, como entregas rápidas e soluções digitais integradas, deverão liderar o setor.
Em suma, 2024 foi um ano de transformação e consolidação, lançando as bases para um futuro promissor e competitivo no comércio eletrônico brasileiro.