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Débito instantâneo e boleto prometem inovar para competir com o Pix no próximo ano

Por: Anahy Zamboni

Jornalista, atua há mais de dez anos com criação de conteúdo, redação e copywriting. Já escreveu para segmentos, como: educação, saúde, beleza, nutrição, finanças e contabilidade. É especialista em Marketing Digital, Performance e SEO. Atualmente, escreve sobre Startups, SaaS, mercado de pagamentos e fintechs.

Conforme a tecnologia avança, os hábitos e comportamentos de consumo também evoluem. Com isso, novas tecnologias entram em cena para facilitar a vida do consumidor online, especialmente em relação aos pagamentos.

A ascensão do Pix nos últimos anos é a prova de que o consumidor busca alternativas cada vez mais rápidas e convenientes para efetuar pagamentos. O popular meio de pagamento ainda tem desafiado outras modalidades a se reinventarem.

Uma análise de como o mercado de pagamentos deve evoluir e como dois populares meios de pagamento – o débito e o boleto – prometem se reinventar para competir com o Pix em 2024.

Isso porque o mercado financeiro caminha cada vez mais rumo à digitalização, fazendo com que o dinheiro em espécie vá ficando de lado. O que não significa que o papel será definitivamente extinto, mas, para quem vende online, com certeza é uma opção muito mais distante do que as modalidades digitais.

Vamos ver como o mercado de pagamentos deve evoluir e como dois populares meios de pagamento – o débito e o boleto – prometem se reinventar para competir com o Pix em 2024.

Pagamentos digitais: o que esperar

De acordo com a PwC, o volume de transações sem dinheiro em espécie no mundo deve quase triplicar até 2030 em relação à década anterior. Em 2020, esse tipo de transação alcançou mais de US$ 1 trilhão. Para 2025, as transações sem dinheiro em espécie devem chegar a quase US$ 2 trilhões e ultrapassar os US$ 3 trilhões até 2030.

Conforme estudo da Febraban em parceria com a Deloitte, sete em cada dez operações bancárias feitas no Brasil em 2021 foram realizadas pela internet ou pelo celular. O que vai ao encontro dos dados do Banco Central, de que R$40 bilhões de dinheiro em espécie deixaram de circular entre janeiro e outubro de 2021.

Débito promete voltar ao páreo

Em 2020, durante a pandemia, o cartão de débito passou por um aumento considerável, porém, desde 2021, o meio de pagamento perdeu força. Em 2022, teve um aumento de 7,4% e movimentou mais de R$ 990 bilhões. Ainda assim, bem atrás do crescimento do setor de cartões que, segundo a Abecs, foi de 24,6%, movimentando mais de R$ 3 trilhões e com os cartões de crédito e pré-pago tomando a dianteira nos resultados.

Para o próximo ano, o débito promete se reinventar e já implementar mudanças que devem impactar o e-commerce, como tornar instantânea a transferência de recursos nas transações com cartão de débito.

Essa é uma das iniciativas que o setor prevê para aumentar a competitividade do débito com o Pix. A ideia é fazer com que o vendedor receba os recursos na mesma hora também nas compras por débito, ao invés de precisarem aguardar o período de compensação que antes era parte da modalidade.

Outra iniciativa que a Abecs pretende colocar em prática para 2024 é o click to pay, no qual o cliente conseguirá pagar compras online com um clique também no débito e sem precisar entrar no aplicativo do banco. E outra iniciativa é o débito sem senha, voltado aos serviços de streaming e aplicativos de transporte, principalmente.

A Abecs prevê, também, o parcelamento com juros na função débito e aponta que, embora algumas das iniciativas já estivessem sendo analisadas, o êxito do Pix pressionou a indústria a adiantar as inovações para ser capaz de competir.

Boleto agrega Pix e promete outras inovações

O boleto ainda é um meio de pagamento importante e, embora tenha perdido espaço para os meios de pagamento digitais, é uma das poucas modalidades que incluem a população desbancarizada do país. Segundo o Instituto Locomotiva, o número de desbancarizados no Brasil diminuiu de 16,3 milhões em 2021 para 4,6 milhões em 2023. Contudo, aproximadamente 3% da população economicamente ativa ainda não utiliza serviços bancários no país.

Mas, sem dúvida, esse não é o único público de interesse para o boleto. Por isso, a fim de recuperar o espaço perdido para o Pix, o boleto também promete se reinventar para 2024. Segundo a Febraban, a partir de 19 de janeiro, os pagamentos efetuados com boleto devem ser liquidados no mesmo dia, isto é, em D+0.

A mudança deve impactar o e-commerce e o varejo como um todo, já que o novo prazo de compensação deve dar mais agilidade ao fluxo de caixa das empresas.

Além disso, a inovação do boleto que já está no mercado, mas que deve se popularizar para o próximo ano, é o BolePix, que traz na fatura tanto o código de barras tradicional quanto o QR code, oferecendo ao consumidor o pagamento do boleto também através do Pix. Com isso, o vendedor amplia as possibilidades de receber de forma instantânea caso o comprador opte pelo pagamento via QR code.

Desafios e oportunidades

Apesar das promessas de inovação, tanto o débito quanto o boleto enfrentam desafios significativos. A aceitação generalizada desses métodos pelos comerciantes e a adaptação dos consumidores a essas alternativas são fatores cruciais para o sucesso.

Além disso, a concorrência com o Pix, que já se estabeleceu como um método de pagamento rápido e eficiente, representa um desafio considerável. No entanto, as características tradicionais de ambos os métodos, bem como ter seu espaço no mercado de pagamentos, devem ajudar a criar diferenciais atrativos com as inovações previstas e estimular o uso dos consumidores.