É inegável que as startups estão ganhando respeito e espaço no mercado. Hoje em dia, o futuro dos negócios não está mais restrito apenas a grandes empresas multimilionárias. Cada vez mais, o mercado olha de maneira ansiosa para startups de diversos segmentos, procurando adivinhar de qual delas o próximo projeto revolucionário nascerá.
Porém, por mais complicado que pareça montar uma startup do zero, mais difícil ainda é manter a empresa funcionando aqui no Brasil.
O cenário é preocupante. Enquanto alguns países já reconhecem que as startups podem ser fonte de inovações e trazer um futuro promissor para a nação, o Brasil ainda precisa melhorar, e muito, a receptividade a esse tipo de empresas seguindo exemplos de países da Europa que já oferecem facilidades para a consolidação de startups e pequenas empresas.
Um primeiro passo seria o aumento de incentivos por parte do governo. Enquanto empresas como Itaú e Porto Seguro criam incubadoras para incentivar pequenas empresas a crescer, essas ações pontuais não são suficientes para um país tão grande e diverso com o Brasil.
O governo federal também precisa exercer um papel no crescimento das startups brasileiras. Atualmente, facilidades e incentivos fiscais e governamentais são escassos e poucas empresas têm acesso a eles. Se uma startup estiver contando com a ajuda do governo para se manter em pé, é quase certo de que ela não irá durar muito tempo.
Outra pedra no sapato dos empreendedores é a falta de know-how dos profissionais no mercado. Por mais que o conceito de startups seja de certa maneira recente, alguns mercados, como os Estados Unidos e Europa, já possuem um certo know-how e sabem como trabalhar de maneira efetiva num ambiente de startup, com todas as incertezas e reviravoltas que esse tipo de empreendimento traz.
Aqui no Brasil, encontrar talentos com conhecimento técnico é uma questão complicada, porque startups muitas vezes necessitam que as pessoas que lá trabalham, desempenhem funções que não são nativas de sua formação acadêmica e que em muitas vezes nem existem em empresas tradicionais.
Devido à cultura de startup ser ainda uma categoria jovem, muitas definições ainda são obscuras. No campo de negócios, às vezes é difícil classificar um novo modelo recém saído do papel, pois ele não se encaixa no que já foi tradicional.
O Uber é um ótimo exemplo, embora seu formato seja muito parecido com o táxi tradicional: o app é uma versão tecnológica e com mais recursos e diferenciais, por isso a dificuldade de encaixá-lo em categorias já existentes. Se o seu negócio é muito revolucionário, ou diferente, apresentá-lo ao mundo pode ser um desafio.
É claro que, além de criar novidades e manter a saúde financeira da empresa, é necessário compartilhar conhecimento para crescer, e hoje isso é uma tarefa muito difícil no país. Aumentar a quantidade de eventos, hackatons e programas de aceleração é um passo muito necessário no cenário atual das pequenas empresas.
Por mais que existam instituições como o Sebrae ou cursos e assistências online voltados a startups, um ambiente mais amplo que oferecesse a convivência entre startups para adquirir novos conhecimentos e poder expor sua ideia, que muitas vezes são inovadoras mas se afogam em sua própria inovação.