Nos últimos anos, o e-commerce se tornou um caminho viável e lucrativo para muitos empreendedores. Baixo custo inicial, alcance nacional e facilidade de operação são alguns dos fatores que levaram muitos negócios a começarem no digital. Mas, à medida que as vendas crescem, surge uma pergunta comum: será que vale a pena abrir uma loja física quando já se tem um e-commerce consolidado?

Vamos esclarecer essa dúvida ao longo deste artigo!
A ascensão do e-commerce diminuiu a relevância do varejo físico?
O crescimento das compras pela internet aconteceu por diversos fatores, como a praticidade, a variedade de produtos e as facilidades de pagamento.
A forte digitalização fez com que consumidores se habituassem rapidamente a comprar online, deixando o e-commerce cada vez mais competitivo.
No entanto, isso não significa que o varejo físico perdeu sua importância.
Pelo contrário: muitas marcas que começaram apenas no digital perceberam que a loja física pode ser um complemento à operação.
Hoje, mais do que um simples ponto de venda, as lojas físicas se tornaram um espaço estratégico para proporcionar experiências personalizadas, facilitar a logística (como a retirada de pedidos) e aumentar a confiança do consumidor.
A questão, então, não é mais sobre escolher entre vender online ou offline, mas sim como combinar os dois canais para criar uma estratégia mais eficiente e alinhada ao comportamento dos consumidores brasileiros.
A relação entre faturamento e loja física
Se por um lado o e-commerce permite começar a vender com baixo investimento, por outro, o crescimento do negócio pode demandar novos canais para atender melhor os clientes e ampliar as vendas.
Os dados do NuvemCommerce 2025, realizado pela Nuvemshop, mostram que há uma relação direta entre faturamento e presença de lojas físicas.
Entre os negócios que faturam até R$ 5 mil por mês, 79% operam exclusivamente online, aproveitando o menor custo de operação.
Já entre as empresas que faturam acima de R$ 100 mil por mês, esse cenário muda: 47% possuem pelo menos uma loja física e 9% já contam com duas ou mais unidades.
Isso indica que, conforme o faturamento aumenta, muitos empreendedores enxergam a loja física como um complemento estratégico para o e-commerce.
Seja para oferecer um atendimento mais próximo, permitir que os clientes vejam os produtos pessoalmente ou até mesmo criar um ponto de retirada para pedidos online, a presença física pode ser uma grande aliada na expansão da marca.

Como testar pontos físicos sem comprometer a operação online?
Caso a sua escolha seja abrir uma loja física de fato, vale a pena testar diferentes modelos a fim de entender se essa é realmente uma boa estratégia para o seu negócio.
Para pequenos e médios empreendedores, um caminho que pode ser interessante é começar com um ponto de retirada e troca de pedidos.
Os custos operacionais são menores, há uma melhora na experiência de compra e vendas adicionais no momento da retirada tendem a acontecer.
Para minimizar riscos, é importante escolher bem o local, considerando aluguel, fluxo de pessoas e burocracias como alvarás de funcionamento.
Outro ponto importante aqui é: o caixa da loja online não deve bancar toda a operação física, garantindo que o negócio continue sustentável.
Tenha um capital de giro para segurar as despesas da loja física nos primeiros meses e aposte em estratégias de divulgação para fazer o seu ponto físico ser visto pelos consumidores.
Indique na sua loja virtual e nos perfis das redes sociais da sua marca o endereço e as fotos da sua loja física.
Vantagens e desafios de abrir uma loja física quando já se vende online
Como todo novo negócio (independentemente de seu nicho), abrir uma loja física tem seus pontos positivos e negativos.
Entre as principais vantagens, estão:
– Atendimento mais próximo e personalizado: a loja física permite um contato direto com o cliente, facilitando a demonstração de produtos, esclarecimento de dúvidas e oferecendo uma experiência de compra diferenciada;
– Expansão do reconhecimento da marca: ter uma loja física pode aumentar a visibilidade da sua marca e atrair novos clientes que talvez não conhecessem seu e-commerce;
– Redução de custos com logística: o frete pode ser um grande desafio no e-commerce, tanto para os consumidores quanto para os lojistas. Com uma loja física, você pode oferecer a opção de retirada de pedidos no local, reduzindo custos e aumentando a conveniência para o cliente.
Enquanto os desafios são:
– Custos operacionais e investimentos iniciais: uma loja física envolve aluguel, estrutura, contratação de equipe e outros gastos fixos que precisam ser planejados com cuidado.
– Gestão de estoque integrada: para quem vende em múltiplos canais, é essencial garantir que o estoque esteja sempre sincronizado para evitar problemas como vendas duplicadas ou falta de produtos.
– Adaptação do atendimento: o atendimento no ambiente físico é diferente do digital. É preciso treinar a equipe para oferecer uma experiência alinhada à proposta da marca.
Casos reais de e-commerces que abriram lojas físicas e seus aprendizados
Inúmeras marcas começaram como e-commerces e, depois, abriram lojas físicas para expandir seus negócios.
A Amaro é um exemplo. Fundada em 2012 como uma marca 100% online, a empresa posteriormente inaugurou os chamados Guide Shops.
Esses espaços físicos permitiam que os clientes experimentassem as peças antes de finalizar a compra online, reduzindo custos de estoque e otimizando a experiência omnichannel.
Outro caso é o da MadeiraMadeira. Criado em 2009, o marketplace de móveis percebeu a necessidade dos clientes de ver os produtos antes da compra.
Para atender a essa demanda, criou lojas conceito, onde os consumidores podiam conhecer os itens presencialmente, enquanto a operação de vendas continuava concentrada no digital.
O principal aprendizado desses casos é que a loja física não precisa funcionar como um varejo tradicional, mas sim como um complemento estratégico para o digital.
Quando realmente vale a pena abrir uma loja física?
Para muitos e-commerces, essa transição vale a pena quando há uma demanda clara dos clientes por um espaço físico.
Seja para experimentar os produtos, retirar pedidos ou ter um atendimento mais próximo.
O faturamento e a estabilidade financeira do e-commerce também são fatores a se ter atenção.
Se o negócio já está consolidado no online, possui fluxo de caixa positivo e consegue investir na estrutura física sem comprometer sua operação digital, a loja pode ser uma opção de expansão.
Outros pontos a considerar são a concorrência e o comportamento dos consumidores. Em alguns segmentos, a experiência presencial pode ser um diferencial competitivo.
Mas se o seu e-commerce funciona bem no digital e seus clientes já estão satisfeitos com essa experiência, talvez a loja física não seja uma necessidade imediata.
No fim, a decisão deve ser tomada com planejamento!
Avalie os custos, teste formatos menores antes de investir em um espaço definitivo e faça com que a operação online continue funcionando sem prejuízos.
Esses são passos básicos para que a expansão seja bem-sucedida.
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