O e-commerce no Brasil obteve um crescimento rápido ao longo dos anos, especialmente após os tempos de pandemia, que provocaram um aumento na participação das vendas pela internet, incrementando o faturamento das empresas brasileiras. E como a opção passou a fazer parte do dia a dia de muitas pessoas, inúmeras empresas estão investindo em tecnologia e em novas soluções para atender às demandas de consumidores. Mas como se diferenciar em um cenário aparentemente tão competitivo?
Estar atento às movimentações do cenário do e-commerce é fundamental para entender as dinâmicas desse segmento. Segundo pesquisa realizada pela pesquisadora Retail X, que analisa todos os dados da América Latina, o varejo digital brasileiro foi o que obteve o maior crescimento do ano, totalizando US$ 8,1 bilhões em receita em 2022. De acordo com dados da ABComm Forecast (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), em 2021, o recorde foi de R$ 150,82 bilhões, com uma estimativa de faturamento em 2022 de R$ 169,59 bilhões. Para 2023, a projeção é ainda melhor, com um crescimento estimado em R$ 185,7 bilhões. Ainda segundo a pesquisa, o ticket médio pode subir para R$ 470 por compra, 395,1 milhões de pedidos e 87,8 milhões de compradores.
Quais são os principais critérios para a escolha da compra online?
Um levantamento recente feito pela Octadesk em parceria com a Opinion Box apontou que 61% dos consumidores compram mais pela internet do que em lojas físicas – e a maioria (78%) afirma comprar uma ou mais vezes por mês. O principal motivo, de acordo com a pesquisa, está relacionado aos descontos encontrados no e-commerce e, além disso, 72% dizem que optam pela modalidade pela praticidade de comprar sem sair de casa, e 69% pelas promoções que só se encontram na internet.
De fato, preço e promoção são os principais atributos destacados em pesquisa recente feita pela Globo em parceria com a MindMiners. Os entrevistados indicaram que os principais critérios para a escolha de uma loja online é em razão do preço (55%), prazo de entrega (44%) e promoções e ofertas (43%). Entretanto, a experiência proporcionada pela loja e o hábito de compra são os grandes diferenciais que levam à fidelização dos clientes. 66% dos consumidores afirmam que, para produtos mais caros, fazem uma grande pesquisa, mas, em relação a produtos de menor ticket médio, compram no site de preferência, sem muita pesquisa.
Todos esses dados exigem que marcas e varejos estejam preparados para atender à demanda do mercado. Mas como fazer isso? É preciso ter visão sobre o negócio, capturar o potencial de venda e o alcance dos canais digitais, combinar estratégias adequadas, prever e controlar as demandas, melhorar o relacionamento com o shopper – que está cada vez mais exigente – e investir em soluções para ajudar a aumentar as conversões. E, depois de conhecer os principais atributos da compra online, é hora de conhecer alguns insights e tendências que prometem impulsionar as vendas e o crescimento dos e-commerces em 2023.
1. Novos pontos de compra
Dois grandes disruptores vão acelerar o engajamento e a retenção do consumidor: a tecnologia 5G e os novos pontos de compra para interação com o público-alvo. O 5G ampliará a velocidade da conexão móvel e reduzirá a latência, permitindo novos serviços e oportunidades para marcas dialogarem com os clientes. E cada vez mais surgem novos pontos de compra para interagir com os consumidores, além dos que já conhecemos – lojas físicas, e-commerce, marketplaces, dispositivos móveis e outros. Elas serão cada vez mais consolidadas com:
– One-click buy: Um recurso que permite que o consumidor, assim como o nome indica, faça uma compra com apenas um clique.
– Social commerce: Estratégia de vendas com foco nas redes sociais.
– Compras por comando de voz: Estima-se que o segmento global de voice commerce atingirá a marca de US$ 80 bilhões em 2023, segundo pesquisa da britânica Juniper Research.
– Reposição automática: É a solução que ajuda indústrias, marcas e varejos a calcular automaticamente a reposição de estoque.
Como exemplo, hoje compramos em grandes líderes Pure Players, mas também somos impactados diariamente com conteúdos nas redes sociais. No futuro – que já chegou -, as pessoas farão compras por meio de comando de voz. A partir disso, podem surgir desafios dessa prática de mercado, como: certificar que as páginas de produtos nos e-commerces tenham bons conteúdos, descrições detalhadas, disponibilidade e variedade do mix de produtos.
2. Personalização e experiência do cliente
Durante a jornada de compra dos shoppers, existem agora novas expectativas, como a exigência por conveniência e a flexibilidade, desde a seleção de um produto, passando por experiências fluidas e sem fricção e demanda por hiperpersonalização. Isso sem contar que a escassez no nível de atenção dada por elas, em cada uma das suas ações no ambiente digital, se soma a esse cenário de aumento da complexidade de influenciar o comportamento do cliente até o ato da compra. 2023 pode ser o ano em que a personalização se destaca. Por exemplo, é importante ajudar o shopper com informações do item, para que ele possa avaliar suas funcionalidades, especificações, preço e, até mesmo, se convencer da sua necessidade e da sua utilidade.
3. Ações no metaverso
A presença do tema metaverso no varejo é cada vez mais constante. As marcas estão descobrindo as tendências e as soluções da web3, e buscando o engajamento digital com iniciativas que unem diversos conceitos do tema, como metaverso, blockchain e NFTs. Todo esse aparato tecnológico existente pode trazer benefícios para quem mais importa: as pessoas.
4. Geração Z
O poder de compra no futuro está nas mãos da geração Z. Ela representa hoje 26% da população global e está prestes a se tornar o segmento predominante de consumidores. Para atender às expectativas dessa geração, é fundamental conhecer suas preferências de consumo e facilitar processos de adaptação e digitalização. Segundo o relatório da Visa “Tendências do consumidor da geração Z”, os nativos digitais passam 58% do seu tempo livre jogando videogames, usando aplicativos de streaming e navegando nas redes sociais. Tais atividades são fundamentais para esses jovens, cujo índice de interação supera o das outras gerações e têm no Snapchat, TikTok e Instagram seus aplicativos favoritos. As marcas precisam conquistar as novas gerações com ativações, ações, interações e entender as formas de aumentar o engajamento da marca.