Não é novidade dizer que o e-commerce teve uma alta considerável no ano de 2020. A pandemia do novo coronavírus pode ter dificultado a venda das lojas físicas. Mas, por outro lado, ela aumentou o faturamento das compras virtuais.
A pesquisa “Relatório Setores do E-commerce no Brasil”, realizada pela agência Conversion, destaca que em outubro do ano passado o e-commerce brasileiro registrou 1,28 bilhão de acessos. A somatória do ano de 2020 resultou em 14,8 bilhões, de acordo com a empresa.
Entre as inúmeras vantagens que o setor de comércio virtual trouxe, em especial durante a pandemia, está também a maneira de efetuar os pagamentos. Isso porque agora pode ser feita da forma convencional — cartões de débito, crédito, boleto bancário, entre outros — ou pelas criptomoedas, como o bitcoin.
O tema ainda é pouco discutido nos dias de hoje, principalmente pela variação de preço e pelo pouco acesso à informação sobre o investimento. Porém, é inegável perceber que as criptomoedas têm entrado no mercado do e-commerce — e, futuramente, podem ser formas mais disseminadas de realizar compras.
Os principais especialistas da área econômica avaliam que houve crescimento no interesse pelas moedas — o que tem influência direta no valor de mercado desses ativos. Além disso, acreditam que a compra delas será mais eficiente para realizar pagamentos de e-commerce, participando ativamente da vida econômica virtual das pessoas.
Vantagens econômicas do uso de criptomoedas para vendedores
Além da praticidade em ter todos os valores virtuais e com alto preço de mercado, o bitcoin também tem um baixo custo de transação. Ele custa, em média, 1% se quando realizado através de um “gateway” (sistema de equipamento que estabelece um “portão” entre duas redes). Ou, dependendo da negociação feita, também pode ter o valor zerado. Em comparação com o custo gerado por taxas de cartão de crédito — que variam entre 4% e 6% —, a criptomoeda se torna uma opção de mercado mais barata.
Vale lembrar que nas compras feitas por cartão de crédito ou débito, é necessário também ter uma máquina que processe a transação. Isso, sem contar com uma conta bancária para receber o dinheiro investido. No caso do bitcoin, o funcionamento é diferente: o usuário precisa apenas ter a wallet (carteira, em tradução livre), que é gratuita.
Uma linguagem universal que facilitaria as compras internacionais
Diferentemente da moeda convencional usada nos países do mundo, o bitcoin é uma linguagem mundial, ou seja, pode ser usado para evitar câmbio. Essa facilidade é bastante eficiente para compras internacionais. Isso porque, apesar de serem vistosas para os brasileiros, acabam tendo um preço alto pela conversão do real para outras moedas — principalmente o dólar, que tem fechado nos últimos meses na faixa dos R$ 5,00.
Velocidade e segurança
Outra grande vantagem do bitcoin está relacionada ao tempo de recebimento do valor. Se formas tradicionais de pagamento podem levar um tempo considerável, a criptomoeda é capaz de processar faturamentos em menos de uma hora. Isso inibe a obrigatoriedade, no caso do cartão de crédito, do adiantamento de recebíveis, calculado em torno de 12% do valor do produto.
Sendo assim, a moeda se apresenta como uma possibilidade não só mais barata como mais segura para lojistas do e-commerce, e pode revolucionar o mercado em um futuro próximo. Isso porque, além de todas as vantagens que citei acima, as criptomoedas não são alvos de “chargeback” — quando o titular do cartão de crédito não reconhece a cobrança ou o pagamento não cumpre com as regras dos acordos comerciais estabelecidos com as adquirentes de cartão —, o que também barateia o processo de compra e venda.