Nós ainda estamos passando pela pandemia, mas já é possível afirmar que vai existir, em relação aos negócios digitais, uma era pré e uma pós-crise de Covid-19. Tudo que antes era visto como uma tendência de transformação digital, ou projetos que seriam feitos “quando houvesse tempo”, passou a ser essencial para atravessar um período em que tudo ficou online. Com os ERPs, sistemas de gestão empresarial, não foi diferente.
Até 2014, era possível afirmar que estávamos vivendo a era do ERP moderno, com funcionalidades separadas em módulos, em um processo muito voltado a dados. A partir de 2015, a palavra-chave passou a ser integração, com sistemas automatizados e focados em processos. O Gartner Group cunhou isso como o ERP Pós-Moderno: “a estratégia de tecnologia que automatiza e liga capacidades administrativas e operacionais com níveis apropriados de integração, que equilibram os benefícios da integração de entrega do fornecedor com flexibilidade de negócios e agilidade”. Agora, com o avanço da tecnologia e da digitalização dos negócios, estamos nos preparando para mais um salto nos softwares de gestão.
Em um mundo cada vez mais conectado, o ERP vai precisar assumir o protagonismo nas empresas, estando ligado diretamente ao core business. Não há mais espaço para que o sistema contenha apenas as informações do negócio, desligado do mundo externo. Já é uma realidade, por exemplo, que os softwares de gestão tenham operações de serviços financeiros de fintechs ou grandes bancos dentro do próprio ERP. Mas isso é só o começo.
Ainda que a integração via APIs já tenha começado, em breve, estaremos vendo sistemas que vão estar interligados de forma muito mais dinâmica. Hoje, já temos plataformas que integram diversas possibilidades dentro do mesmo aplicativo, como o WhatsApp. No próprio programa, é possível trocar mensagens de texto ou áudio, enviar arquivos e até mesmo efetuar pagamentos. Essa realidade também deve chegar aos ERPs, que vão precisar se adequar aos novos meios em que os usuários estão fazendo suas transações. Além de estarem prontos para fazer essa integração com diferentes plataformas e marketplaces, os sistemas precisam começar a se preparar para que o cliente não precise trocar de ambiente para realizar tarefas como acessar o internet banking ou exportar um relatório.
Esse conceito de rede dentro dos softwares ERPs é uma tendência que devemos começar a ver em um futuro próximo. Os sistemas vão passar a ser verdadeiras plataformas de serviço, conectando toda uma comunidade de usuários que terão muito mais possibilidades dentro do próprio software. Exemplificando: um cliente que busca um produto vai poder se conectar com um fornecedor que vende esse mesmo produto sem precisar sair da tela do sistema da empresa. Essa integração traz um infinito de possibilidades para que os usuários ganhem ainda mais otimização nos seus processos. Ou seja, não há mais como olhar apenas “para dentro de casa”.
Nessa era pós-pandemia, vai ser crucial que os softwares de gestão ajudem a transformar e expandir outras empresas no meio digital. E a tecnologia, naturalmente, vai ter um papel muito forte nesse processo. Conceitos como machine learning, bots de automação, big data, edge computing e 5G vão ser grandes facilitadores para que os ERPs possam avançar a passos largos. Em 2018, nós tínhamos 17 bilhões de dispositivos integrados no mundo. Até 2030, a previsão é de que esse número passe para 125 bilhões. É um salto gigantesco, e as empresas precisam estar preparadas para isso.
Essa é a hora de investir em processos cada vez mais distribuídos, que dependam menos de super-servidores que façam todos os processos, e apostar na inovação para ter mais dados sobre o seu negócio, trabalhando, assim, com informações atualizadas em tempo real para que os gestores tomem as decisões mais acertadas.
Todo o ciclo de modernização da sociedade também permeia os ERPs. Os softwares de gestão empresarial são impulsionadores do crescimento dos seus clientes, e não podem acabar sendo uma trava para a transformação digital. Por isso, agora é a hora de buscar recursos ainda mais inovadores não só para ter um diferencial competitivo no mercado, mas para ajudar a mudar a forma como as empresas fazem negócios.
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