Ao contrário do que se pensa, a realidade virtual não é um conceito recente. Embora tenha ganhado impulso nas últimas décadas, suas origens remontam ao View-Master, um dispositivo lançado em 1939 que já proporcionava aos usuários vistas estereoscópicas de monumentos e atrações turísticas famosas.
O View-Master se tornou uma tecnologia pioneira em sua época, mantendo-se como a opção mais avançada do setor por quase duas décadas e alcançando um enorme sucesso comercial, com milhões de unidades vendidas em todo o mundo.
Desde então, a realidade virtual percorreu um longo caminho. No entanto, seu verdadeiro boom ocorreu por volta de 2011, quando se popularizou entre o público em geral, especialmente com os headsets de realidade virtual do PlayStation, o console de jogos da Sony.
Atualmente, a realidade virtual está se expandindo para novas áreas e integrando-se cada vez mais à vida dos consumidores. Ela está presente na prática de esportes, nas compras para decoração de casa e até mesmo em experiências de viagens imersivas, tudo isso sem sair de casa. A tecnologia está em um momento de expansão e experimentação contínua.
Realidade virtual como um fator diferencial nas vendas
Esses experimentos têm um objetivo claro: envolver os clientes em diferentes estágios de sua jornada de compra e impulsionar a receita das empresas – seja através de novos produtos e modelos de precificação ou por meio da criação de experiências imersivas que aumentem a recorrência de compra de produtos existentes.
Para as marcas que desejam estar na vanguarda, não há dúvidas: a realidade virtual é uma ferramenta poderosa para diversificar as fontes de receita. As tendências do e-commerce apontam para experiências de realidade aumentada alinhadas com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e uma jornada de compra ágil, híbrida e personalizada. De acordo com informações da Visa, esse universo tem potencial para atingir a marca de US$ 171 bilhões no Brasil.
A pesquisa Mobile Commerce, conduzida pelo Capterra, revelou que seis em cada dez consumidores online (64%) se consideram adeptos do “Mobile First”, ou seja, preferem fazer compras principalmente por meios digitais. Os consumidores já se tornaram virtuais, e as marcas precisam se adaptar para oferecer novas soluções diante desse novo cenário.
E qual seria o papel da realidade virtual dentro desse cenário? A mesma pesquisa nos dá um caminho possível: para 65% dos entrevistados, a facilidade de acesso é o principal diferencial para essa preferência. Ou seja, qualquer ferramenta que facilite e torne a experiência mais acolhedora e personalizada é um grande diferencial.
Seu produto também pode ser mais confiável com a RA
Algumas categorias de compras online enfrentam um desafio comum: a confiabilidade do produto. Especialmente em segmentos como móveis, roupas e objetos de decoração, existem dificuldades específicas na hora de escolher um item pela internet. Questões como tamanho, caimento, encaixe, entre outros, tornam difícil uma compra online precisa, levando muitos consumidores a preferirem comprar pessoalmente.
No entanto, a realidade virtual (RV) e a realidade aumentada (RA) surgem como ferramentas capazes de superar essas objeções dos consumidores. Grandes marcas de decoração e móveis, por exemplo, utilizam essas tecnologias para oferecer uma visualização proporcional do produto em relação ao ambiente real.
Essa estratégia também tem sido adotada por outros setores, como o de vestuário, com a criação de provadores virtuais e visualizadores. Impulsionados pelas dificuldades impostas pela pandemia de Covid-19, diversos e-commerces passaram a utilizar essas soluções para gerar mais confiança nos clientes na hora de escolher o produto e o tamanho adequados.
De acordo com uma pesquisa da Statista, em 2020, 61% dos entrevistados já experimentaram o uso da realidade aumentada e preferem comprar em sites que oferecem essa tecnologia. Entre as justificativas, 63% dos consumidores afirmaram que a RA melhora a experiência de compra. Esses números demonstram a relevância e o impacto positivo dessas tecnologias na experiência do consumidor online.
E para os outros nichos, o que se pode fazer? Breves conclusões sobre o futuro da RA e RV
Se você chegou até aqui e seu negócio não se enquadra nos nichos mencionados anteriormente, não se preocupe, pois existem aplicações gerais para essas tecnologias que todas as marcas podem aproveitar!
Pensando em comunicação e jornada do usuário, a realidade virtual pode representar uma mudança na forma como você se relaciona com seu público, permitindo a criação de campanhas publicitárias mais envolventes, capazes de transmitir os atributos da marca de maneira clara e memorável.
Além disso, outra oportunidade está no mapeamento da jornada de compra do usuário. Ao realizar uma análise criteriosa, é possível identificar os pontos em que a realidade aumentada pode ser inserida para manter o interesse do lead durante o processo. Por exemplo, se houver uma etapa de compra complexa e demorada que acabe desengajando o cliente e resultando em perda de vendas, a RA/RV pode ser uma aliada para tornar o processo mais imersivo e encantador, mantendo os clientes interessados por mais tempo e aumentando a efetividade das conversões.
Por fim, é importante ressaltar que, assim como qualquer tecnologia, a realidade aumentada/virtual deve ser encarada como uma ferramenta, e não como um fim em si mesma. Portanto, antes de implementar qualquer solução, é fundamental realizar uma análise detalhada e ter clareza sobre os objetivos e os resultados esperados com essa estratégia.
Essa abordagem estratégica permitirá que as marcas ajam de forma inteligente, aproveitando todo o potencial dessas inovações que surgem constantemente. O objetivo deve ser sempre adaptar a ferramenta ao contexto e às particularidades do seu negócio.
Fontes:
https://atarde.com.br/empregos/e-commerce-com-realidade-aumentada-e-virtual-e-tendencia-para-2023-1211404
https://www.zoommagazine.com.br/a-evolucao-da-realidade-virtual/
https://www.iugu.com/blog/realidade-aumentada-no-ecommerce