Você certamente já ouviu algum conhecido falar que teve o cartão de crédito clonado e utilizado indevidamente para alguma compra no ambiente online. Infelizmente esta é uma realidade: estima-se que entre 3% e 5% das compras feitas no e-commerce brasileiro sejam de origem fraudulenta, o que gera um prejuízo muito alto para as lojas virtuais e prejudica todas as instituições envolvidas no setor.
No entanto, a fraude no e-commerce é muito pouco debatida ou noticiada por veículos de massa. E também há muito desconhecimento, de todos os lados, sobre este tipo de crime: empreendedores que se surpreendem quando descobrem que terão que arcar com os custos deste golpe; lojistas que se empolgam com vendas “fora da curva” e depois se deparam com a decepção de um chargeback; consumidores que, após terem o cartão clonado, juram (equivocadamente) que só voltarão a fazer pagamentos online por meio de boletos. É necessário entender mais o assunto, analisá-lo, debatê-lo. Mas, para isso, precisamos dar um passo atrás e conhecer a sua origem:
Por que existe a fraude?
Hoje em dia, vivemos um processo de “banalização” de dados cadastrais. Com ataques hackers e vazamentos de informações, tornou-se muito “fácil” obter e confirmar informações pessoais, como nome completo, RG, CPF, endereço e até mesmo número de cartão e código de verificação (CVV).
Bastam algumas buscas na internet (inclusive em redes sociais) para nos depararmos com criminosos que vendem abertamente lotes com centenas ou milhares de dados de cartão de crédito. Portanto, é praticamente impossível para um lojista virtual garantir que quem está do outro lado da tela do computador e realiza uma compra é de fato o portador daquele cartão, realizando uma transação legítima.
Dia após dia, a fraude de cartão de crédito se torna mais complexa e especializada. Afinal de contas, é um crime que exige baixos custos e oferece poucos riscos ao estelionatário – a Justiça ainda é ineficiente no combate a este tipo de golpe, e as investigações são bastante precárias.
Quem é o fraudador?
Se você acha que o fraudador é “simplesmente” uma pessoa mal-intencionada que adquire ilegalmente um produto ou serviço para uso próprio, engana-se. A fraude no e-commerce é uma atividade bastante rentável: as compras são feitas para serem revendidas, por um preço “irrecusável” e muito abaixo do mercado (às vezes, por até 35% do preço exibido nos sites).
Um fraudador não é um “criminoso amador”: ele é especializado, vive deste tipo de crime, entende de programação e muitas vezes não age sozinho. Em seu alvo estão produtos de bastante valor agregado e alto poder de revenda, como eletroeletrônicos, passagens aéreas, roupas, joias e calçados. Ele pode agir sob encomenda, fazendo-se passar por um comerciante ou agente de viagens, mas sempre terá algumas características marcantes: as compras serão pagas por cartão de crédito e as entregas preferencialmente serão expressas (ou as passagens serão emitidas para dias próximos à data da compra).
Como um e-commerce deve se proteger?
Mesmo que o produto vendido não tenha tanto poder de revenda, uma loja virtual não deve imaginar que “nunca sofrerá uma fraude”. Muitas vezes, criminosos não estão interessados em um produto, mas sim no seu sistema de check-out: eles fazem compras de baixo valor apenas para saberem se aquele cartão clonado permanece ativo e válido para outras compras. É o golpe de “testador de cartão” – e, infelizmente, é bem comum vermos instituições de caridade sendo vítimas deste tipo de fraude.
Não há negócios à prova deste tipo de golpe, e um empreendedor deve ter em mente que é considerado “normal” uma loja possuir um índice de fraudes de até 1% sobre o faturamento. Ao ultrapassar esta taxa, o negócio fica sujeito a advertências, multas muito altas e até mesmo desfiliação por parte das adquirentes de cartão de crédito.
Hoje em dia, há diversas soluções antifraude que auxiliam o lojista na análise de risco a combater este tipo de golpe e manter a saúde financeira da operação. Pesquise cada uma delas e veja qual pode atender melhor o seu modelo de negócio – afinal, a esta altura do século 21, não aceitar cartões de crédito no e-commerce não é mais uma opção.
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