À medida que nos aproximamos do próximo ano, é importante estar atento às macrotendências que prometem fazer parte do mercado de pagamentos online. Não é segredo que a digitalização dos meios de pagamento deu um grande salto por conta da pandemia de 2020, mas, segundo a PwC, mesmo antes disso, a evolução digital dos pagamentos já estava caminhando muito bem.
A consultoria aponta que os volumes globais de pagamentos digitais devem aumentar mais de 80% até 2025, com transações passando de aproximadamente 1 trilhão para 1,9 trilhão por ano. A estimativa até 2030, por sua vez, é de quase triplicar esses resultados.
Neste artigo, vamos explorar algumas das tendências e entender como elas impactarão o cenário do e-commerce em 2024.
Transações sem dinheiro devem mais que dobrar até 2030
A demanda por velocidade e conveniência continua a impulsionar a adoção de pagamentos instantâneos e através de processos que não utilizam dinheiro em espécie. Por isso, o grande impulso dos próximos anos deve ficar por conta das plataformas que oferecem métodos de pagamento mais rápidos, como o Pix, no Brasil.
De acordo com dados da PwC, na América Latina, as transações sem dinheiro em espécie devem ter um aumento de 52% até 2025 e de 48% até 2030. Os resultados demonstram que, até 2030, o volume de transações per capita sem dinheiro em espécie será aproximadamente o dobro ou o triplo do nível atual em todas as regiões do mundo.
Os consumidores devem entrar na onda dos pagamentos digitais e, por isso, para o próximo ano, é importante para o e-commerce oferecer experiências de pagamento mais eficientes, integrando essas soluções em seus sites.
Pagamentos digitais devem aumentar a inclusão
Não é segredo que o Pix já promoveu uma importante inclusão financeira tanto de consumidores quanto de empresas e empreendedores no mundo dos pagamentos digitais. Agora, os pagamentos digitais, como moedas e carteiras digitais, devem ser importantes frentes que ampliarão esse processo de inclusão de consumidores e varejistas.
Os pagamentos via QR code, as carteiras digitais e o dinheiro móvel prometem garantir um amplo acesso e um baixo custo para as operações. Além disso, grande parte dos países já têm seus bancos centrais trabalhando para manter a segurança e a privacidade desses meios de pagamento digitais, o que deve aumentar a estabilidade e a confiança nos novos métodos de pagamento.
Segundo a PwC, 60% dos bancos centrais do mundo estão em processo de avaliação do uso de moedas digitais, e outros 14% já estão na fase de testes-piloto, como é o caso do Drex, o Real Digital brasileiro.
O relatório mostra, ainda, que o CAGR entre 2019 e 2024 para o uso de pagamentos móveis é de 23%, seguindo uma linha de crescimento constante. Além disso, os superaplicativos, os serviços de open banking e o uso de QR code para pagamentos devem impulsionar a adesão às carteiras digitais. Com isso, o uso será cada vez mais direcionado para essa opção como primeiro ponto de contato no pagamento.
Interfaces tradicionais de cartões e bancos estão desaparecendo
Pode parecer um pouco prematuro e até dramático afirmar que interfaces tradicionais de banco e cartões devem desaparecer, mas as tendências mostram que seu uso deve ter uma queda drástica nos próximos anos. Isso porque a iniciação dos processos de pagamento estão migrando cada vez mais de cartões e contas para as carteiras digitais que possuem suporte no open banking.
Com isso, os consumidores naturalmente estão migrando também para as carteiras digitais e cada vez mais aderentes aos pagamentos baseados em contas, sem passar pelas interfaces do banco e do cartão. Por isso, tanto as redes de cartões tradicionais quanto as soluções de carteiras digitais devem encontrar pela frente o desafio de conectar os pagamentos em um sistema open loop com pagamentos internacionais, e isso deve manter sua relevância diante das mudanças.
Crimes financeiros serão a principal preocupação
Claro que a digitalização dos pagamentos e a adesão ao open banking também crescem nas organizações que a PwC denomina de “fraude como serviço”. E de acordo com a pesquisa da consultoria, riscos de segurança, conformidade e privacidade de dados foram as principais preocupações relatadas por bancos e fintechs para os próximos anos.
Além disso, a evolução tecnológica e o avanço dos recursos de inteligência artificial devem dar ainda mais sofisticação aos crimes financeiros, fazendo com que os provedores de pagamento tenham que adotar medidas e ferramentas de segurança para proteger todo o seu ecossistema contra fraudes.
Inteligência artificial e pagamentos mobile serão cada vez mais usados
A inteligência artificial (IA) está transformando diversos aspectos da vida humana, incluindo a forma como as transações são realizadas online. Isso porque os sistemas de IA podem analisar padrões de compra, detectar fraudes e personalizar ofertas de pagamento com base no comportamento do consumidor.
À medida que a IA se torna mais avançada, os varejistas online podem esperar uma maior eficiência nos processos de pagamento e uma melhoria na experiência do cliente.
As redes sociais também devem continuar como uma importante parte da vida online das pessoas, inclusive na hora de consumir. Por isso, as plataformas estão explorando maneiras de se tornarem ecossistemas completos, incluindo funcionalidades de pagamento.
Já podemos ver recursos de compra direta em plataformas como Instagram e Facebook. No próximo ano, espera-se que essas integrações se aprofundem, permitindo aos consumidores realizar transações sem sair das plataformas de mídia social.
O Brasil está na vanguarda da digitalização, e o consumidor brasileiro é um dos mais engajados no mundo na adoção de novos meios de pagamento. Por isso, o e-commerce precisa acompanhar as tendências e antecipar o que for possível em prol de uma operação cada vez mais moderna, inteligente e tecnológica, capaz de oferecer uma experiência fluida e descomplicada em pagamentos.