Partindo do princípio que e-commerce é a convergência do mundo do varejo com o mundo digital, a lucratividade deveria ser fruto da capacidade de utilizar o meio eletrônico de forma eficiente unida as competências do varejo tradicional. Mas, por qual motivo isso não acontece? Por qual motivo um varejista que tem uma loja lucrativa não consegue replicar o mesmo para sua loja virtual?
Os desafios da lucratividade e o futuro do e-commerce
A falta de planejamento, a visão de curto prazo e a alocação indevida dos investimentos são os principais fatores que acabam desacreditando o segmento. Pense no cenário de um varejista que investe R$ 500 mil para abrir uma loja em um shopping, pagando pelo ponto, instalações, reforma, equipamentos, decoração, etc. Sendo que, essa loja terá seu ponto de equilíbrio no 18o mês e o investimento terá um retorno médio de 36 meses. Agora, como investindo menos, pode-se faturar mais, atingir o ponto de equilíbrio no 3o mês e recuperar o investimento em 12 meses? A resposta poderia ser “abrindo uma loja virtual”. E, de fato que esse tipo de cenário ainda é fomentado por meia dúzia de estórias de sucesso de empresas que começaram em uma garagem e hoje faturam centenas de milhões ou até bilhões.
Contudo, voltando para nossa realidade, se você quer abrir um negócio que pode faturar 10 vezes mais que a sua maior loja física, a lógica seria investir 10 vezes mais. Sim, é isso mesmo. Você só terá resultados se fizer o investimento correto. Os ativos do varejo tradicional podem ser resumidos ao ponto (localização das suas lojas) e a marca. Já no novo varejo o principal ativo será sua base de clientes. Conseguir fidelizar seus clientes diluindo seu custo de aquisição considerando um ciclo de relacionamento de longo prazo será a chave para o sucesso. A recorrência de compra unida a convergência dos canais é o futuro do e-commerce saudável.
As principais tendências em como oferecer a melhor experiência de compra através de uma estratégia omni-canal estão nos países onde a penetração do volume de vendas online é maior, como Inglaterra e Estados Unidos. Do simples universo dos cupons de desconto, aos programas de fidelidade que vão de farmácias a lojas de roupas e até restaurantes. O novo conceito de “Showrooming” com lojas físicas sem estoque, reduzindo o custo de ocupação e inventário. Enfim, a receita até parece fácil, mas depende de muito estudo e trabalho duro para ser bem executada. Conhecer muito bem as competências desse novo varejo, estudar a fundo os casos de quem está tendo sucesso, saber tropicalizar a informação e adapta-la ao seu negócio fará você vencer os desafios e estar preparado para o futuro.