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QR code: de tecnologia preterida a tendência de pagamento em 2023

Por: Letícia Fernandes

Analista Sênior de Marketing Institucional no Pagar.me

É pós-graduada em Branding pela ESPM-SP e bacharel em Jornalismo pela UFJF. Atualmente, é responsável pelo Marketing Institucional do Pagar.me e tem mais de 5 anos de experiência em marketing para negócios B2B.

Quando o QR code se popularizou no Brasil, todo empreendedor queria ter um cartão ou cardápio com essa tecnologia, mas, no fim das contas, isso acabava por ser um atrito na experiência do cliente.

Seja pela falta de conhecimento para ler o código ou pela ausência de sinal de internet, o QR code tornou-se uma tecnologia presente em muitos momentos do nosso dia a dia sem agregar funcionalidade onde deveria.

Mas, quando parecia que tudo estava perdido, sinalizando que o QR code pudesse ser esquecido nos comércios, ele voltou com tudo por dois principais fatores:

1 – Pandemia: o QR code tornou-se uma ferramenta fundamental para evitar o contato físico no momento em que era essencial o distanciamento social. Por exemplo, possibilitando que o cliente lesse o menu de um restaurante em seu próprio smartphone ou fizesse o pagamento do pedido via QR Code.

2 – Pix: com o advento do pagamento instantâneo, o QR code passou a ter mais adesão, não somente no ambiente presencial, mas também nos pagamentos digitais.

Por conta desse segundo fator, o QR code pode ser elencado como uma forte tendência para este ano no que diz respeito aos pagamentos digitais.

Para se ter uma ideia, em março de 2020, 35% dos brasileiros que possuíam smartphone já haviam feito algum pagamento via QR code. Em março de 2021, esse número subiu para 53% e, em março de 2022, saltou para 67%. Os dados são do Panorama Mobile Time/Opinion Box.

Nesse mesmo recorte temporal, a modalidade ainda superou os pagamentos por aproximação, de acordo com o mesmo estudo.

E não é apenas no Brasil que a adesão a ele vem aumentando. De acordo com o Business Development Bank of Canada, até 2025, são esperados mais de 2,2 bilhões de consumidores fazendo uso do QR code como método de pagamento, o que equivale a 29% de todos os usuários de smartphones no mundo.

Então, se você ainda não usa o QR code no seu negócio, seja ele físico ou digital, após a leitura deste artigo você vai querer mudar esse cenário.

Como funciona o QR code?

Por ter uma estrutura bidimensional, o QR code (Quick Response Code) é considerado uma evolução do código de barras (unidimensional). Isso significa que um QR code consegue armazenar muito mais informações do que o seu antecessor.

Ele foi criado em 1994 com o objetivo de classificar e identificar as peças automotivas da empresa japonesa que o desenvolveu, a Denso Wave. Com o passar dos anos, a tecnologia ganhou novas aplicações, até ter o seu boom a partir de 2020.

Aplicações do QR code no on e no offline

O QR code tem diversas aplicações, desde complementos educativos dos produtos até os pagamentos. Veja algumas possibilidades:

Cardápios e catálogos

Seja em um restaurante ou em uma loja de móveis, o QR code pode ser posicionado estrategicamente em alguns pontos do estabelecimento para o cliente encontrar o cardápio ou o catálogo de produtos.

Dessa forma, é possível economizar espaço no estabelecimento e dinheiro das impressões. Além disso, fica muito mais simples atualizar esses materiais quando for necessário. Para o cliente, há a facilidade de ter tudo o que precisa na palma da mão.

Estoque e identificação de produtos

Voltando à aplicação original do QR code, ele pode ser usado em grandes estoques para identificar produtos e seus respectivos locais de armazenagem. Além disso, pode guardar informações como lote, data de fabricação e validade etc.

Embalagem

No e-commerce, é possível acrescentar um QR code na embalagem do produto enviado para a casa do cliente. A finalidade pode variar de acordo com a estratégia do negócio.

Por exemplo: direcionar o cliente para a página de avaliação do produto ou redes sociais, oferecer um cupom de desconto para incentivar a recompra ou, até mesmo, compartilhar a página de um produto complementar ao adquirido pelo cliente, incrementando a estratégia de cross selling.

Informações sobre as peças

Dependendo do seu nicho de mercado, pode ser interessante disponibilizar para o consumidor conteúdos informativos sobre a peça exposta na loja. Por exemplo: um carrinho de bebê com inúmeras funções pode ter um QR code impresso com um vídeo explicativo sobre todas as suas aplicações. Isso ajuda a tornar a venda presencial consultiva e omnichannel.

Forma de pagamento estática

Para aqueles negócios que não contam com maquininha de cartão com pagamento via Pix, é possível gerar um QR code estático e deixá-lo impresso em locais estratégicos na loja, como o espaço do caixa.

Esse recurso também se aplica a negócios que vendem por link de pagamento no ambiente presencial, sendo possível gerar um QR code do link para facilitar o acesso do consumidor à finalização do pagamento.

Forma de pagamento dinâmica

Naqueles estabelecimentos físicos que já contam com maquininha integrada ao Pix ou a carteiras digitais, é possível gerar o QR code dinâmico. O mesmo vale para e-commerces, mas, nesse caso, é essencial disponibilizar também uma funcionalidade de Copia e Cola, facilitando a experiência de compra para aqueles que estão fazendo o pedido pelo smartphone.

O QR Code dinâmico é personalizado com todas as informações do pagamento, como recebedor e valor do pedido. O cliente, portanto, não precisa digitar nenhum dado para efetivar a transação, basta acessar o seu Internet Banking e apontar a câmera do celular para o QR code ou fazer o Copia e Cola.

Além de mitigar erros na transação, como o cliente digitar alguma informação errada, o QR code dinâmico facilita a conciliação financeira para o lojista. E não é apenas isso: no caso da compra online, a confirmação do pagamento na tela do checkout acontece quase de forma instantânea, passando uma maior sensação de segurança para o consumidor.

QR code e experiência omnicanal

O QR code tem muitas aplicações no ambiente online e, mais ainda, em comércios físicos. Ele funciona, portanto, como uma porta acessível para levar recursos do digital para as lojas presenciais, tornando a experiência do consumidor mais completa e omnichannel.

Então, de ferramenta com pouco uso, o QR code ganhou força. A sua consolidação, sem dúvida, se deu com o pagamento por Pix, que contribui para a educação dos consumidores quanto ao seu funcionamento.

Mas a verdade é que o Pix tornou a abrir as portas para o uso do QR code nos mais diversos cenários. Além das aplicações descritas no artigo, é possível usar o QR ode em inúmeros outros casos com o objetivo de agilizar processos e oferecer informações de maneira mais acessível.

Então, é hora de começar a usar essa tecnologia de forma estratégica a favor do seu negócio!