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Seis dicas para uma jornada transformadora na digitalização do varejo

Por: Marilia Nagata

Gerente executiva de E-commerce na RaiaDrogasil

Marilia Nagata é publicitária formada pela USP e possui mais de 10 anos de experiência nas áreas de Digital e Marketing. Em sua trajetória profissional, atuou em e-commerces líderes de mercado e, atualmente, é gerente executiva de e-commerce na RaiaDrogasil, onde promove a digitalização dos clientes da companhia.

Assim que terminei de ler, mais uma vez, o meu último artigo em seu momento pós-publicação, fiquei pensando em maneiras de tangibilizar alguns dos principais aprendizados que tive ao longo dos últimos meses. Afinal, nada melhor do que compartilhar ideias na tentativa genuína de otimizar a evolução de outras pessoas, não é mesmo? Ainda que a palavra “dica” traga uma certa lembrança de “conselho”, estou longe de querer indicar regras. Pelo contrário: gostaria apenas de falar sobre pontos-chave dentre as inúmeras situações e reflexões que vivenciei, tal qual, acredito, você.

Entre as dicas estão valorização do feedback, transparência e confiança.

Vamos lá?

Faça uma boa escalação

Tomo emprestado essa imagem do mundo do futebol para falar da importância de termos as pessoas certas ocupando as posições certas. Parece algo simples, mas, realmente, precisamos criar uma intensa sinergia entre os talentos e aquilo que fazem no cotidiano. Não estou falando apenas de uma questão técnica. É preciso viabilizar uma compatibilidade emocional também. O dia a dia do varejo já era agitado muito antes de qualquer processo de digitalização. Hoje, então, o ritmo de trabalho e de mudança de cenário é frenético. E olhe que nem estamos falando de toda a preocupação em torno do cliente e de práticas de ESG, por exemplo. Só o aspecto tech da digitalização é bastante exigente. Todo esse contexto demanda que estejamos atentas e atentos à escalação da nossa equipe.

Valorize as trocas em rodadas de feedback

Além do propósito central de uma rodada de feedbacks, essa é uma oportunidade muito valiosa para colhermos informações que, no papel de líderes, poderemos usar no futuro. Acabamos de falar sobre o poder de uma boa escalação, certo? Então, não seria legal, por exemplo, conhecer as ambições das pessoas do seu time para tomar uma decisão mais assertiva quando surgirem novas oportunidades? Os minutos finais de uma rodada de feedback podem se transformar em uma rica fonte de insights! Ouça, de verdade, o que as pessoas pensam sobre o futuro e entenda os assuntos que mexem com elas para além do que já fazem em seu dia a dia. Isso vai criar as condições necessárias para que você tenha momentos do tipo “eu já sei quem vou indicar para essa oportunidade!”, e essa sensação é incrível.

Dê tempo às pessoas

Ainda que estejamos cada vez mais habilidosos em lidar com uma grande variedade de assuntos ao mesmo tempo, acredito que é importante termos pessoas que respondam por um determinado assunto em tempo integral. Essa é uma das brigas que os líderes devem comprar. Intensificar processos de digitalização exige que tenhamos pessoas olhando com dedicação máxima para cada componente da equação. Em outras palavras: por mais que seja convidativo apenas ir distribuindo novas atividades à equipe já existente, isso vai criar uma situação ruim e, acima de tudo, improdutiva. Até do ponto de vista da saúde integral, em que a saúde mental é levada em conta, é necessário que tenhamos bom senso no momento de definir o escopo de trabalho de cada integrante do time.

Transparência: o melhor ingrediente do planejamento contemporâneo

Há alguns anos, era possível criar planos anuais de trabalho. Afinal, as grandes revoluções do mercado eram ritualizadas por eventos espaçados – de feiras mundiais a lançamentos de novos softwares ou hardwares. Hoje, no entanto, o mercado está em ebulição. Então, isso nos exige uma nova postura frente à temporalidade das coisas. É natural que tenhamos a expectativa de querer saber o que vem pela frente, mas, em muitos casos, a gente não sabe. Ninguém sabe para onde o mercado vai no médio prazo. Dependendo do tópico, não faz mais sentido pensar em longo prazo, por exemplo. Então, é importante jogar a real com o time e ser transparente. Assim, pouco a pouco, nós podemos mudar de mentalidade, juntos, e ter mais presença no momento que importa: o tempo presente.

Reconheça de acordo com as expectativas do time

Em um mundo que valoriza, cada vez mais, a diversidade, é importante entender que existe uma pluralidade de entendimento em torno do tema “reconhecimento”. Diante de boas entregas, bonificar financeiramente pode ser tão efetivo quanto dar visibilidade às pessoas que tiveram aquela performance incrível. Então, o convite que fica é: converse e leve em conta o que a sua equipe entende por reconhecimento. Certamente, isso é mais trabalhoso do que definir uma política que seja válida para todos. Mas eu tenho certeza de que, ao dar voz para os integrantes do seu time, o reconhecimento vai ser mais efetivo em todos os sentidos, do simbólico ao engajamento.

Confie, confie e confie

Quando a gente fala em protagonismo, é fundamental entender que se trata de dar palco às pessoas enquanto elas ainda estão no seu processo de aprendizado. Afinal, de algum modo, todos estamos em processo constante de evolução, não é mesmo? Não acredito que alguém esteja 100% pronto e domine uma determinada cadeira na empresa. No passado, isso até pode ter acontecido. Mas, frente ao ritmo alucinado de transformação do nosso mundo, entraríamos no campo da idealização. Meu convite é: indique o caminho, demonstre confiança e esteja preparado para ajudar no que for preciso. Aos erros, responda com atenção e positividade, sem punições. Essa postura irá criar um círculo virtuoso que avança cada vez mais rápido e chega cada vez mais longe.

E, então, o que achou dessas ideias? Estou animada para seguimos essa conversa!