Até alguns anos atrás, os shopping centers eram a preferência dos consumidores na hora de fazer compras, fosse de roupas ou outros itens. Porém, isso mudou com o crescimento das vendas pela internet, que registrou crescimento de 26,9% no e-commerce brasileiro desde 2022 e vem batendo recordes em 2021 – de acordo com o estudo divulgado pela empresa de pesquisa Neotrust.
Em outras palavras, o hábito de consumo mudou e o mesmo vale para as relações com as marcas, que agora se tornaram mais digitais. E essas mudanças requerem novas estratégias.
No entanto, isso não significa que as lojas físicas perderam seu espaço, muito pelo contrário. Uma pesquisa realizada pela agência GfK, especializada no levantamento de informações referentes a mercados e consumidores, mostrou um aumento no número de consumidores que fazem suas pesquisas de produtos online e optam por fazer as compras direto na loja física.
O crescimento do webrooming
Essa tendência, chamada de webrooming, vem se expandindo e demonstrando que o conceito omnichannel (integração do online com o offline) é o caminho para este e os próximos anos.
“O consumidor moderno busca praticidade, mas a experiência de compra na loja física permanece sendo valorizada. Ela permite que o lojista e os shoppings centers estejam mais próximos do frequentador, ampliando a divulgação de suas ações e otimizando as interações com o público”, apontou Glauco Humai, presidente da Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers).
Shopping centers e a integração de canais digitais
À vista disso, as operadoras de shopping centers estão buscando fazer essa integração com os canais digitais, não somente atingir um público e disponibilizar novas formas de comprar, como acelerar o ritmo dos investimentos nas soluções digitais. Sobretudo agora com a flexibilização das medidas de saúde e no cenário pós-Covid – e, consequentemente, as vendas.
O fechamento obrigatório do comércio no decorrer da quarentena levou as operadoras de shopping centers a repensarem seus próximos investimentos, encontrando na estratégia de “digitalização” dos estoques dos lojistas uma excelente saída. A integração das mercadorias a vários marketplaces abriu portas para oferecer aos clientes uma possibilidade de relacionamento com os diversos canais da empresa com a mesma experiência e efetividade.
Mas os objetivos dessa estratégia não param por aí. Com a integração aos canais digitais, as operadoras pretendem dar maior visibilidade aos produtos que fazem parte do ecossistema dos shoppings, como também utilizá-los como centros de distribuição das mercadorias.
Além disso, a estratégia de integração foca principalmente nos lojistas de pequeno porte, que apresentaram números elevados de pedidos de rescisões de contratos, sem contar que as grandes redes já possuem seus próprios sites de vendas. As operadoras esperam que essa seja uma maneira de recuperar gradualmente as vendas e evitar rescisões de contratos futuras.
Ou seja, integrar o comércio físico e o online traz vantagens para todos os lados: dá aos lojistas capacidade de fazer parte do mundo multicanal, onde cada um pode gerenciar seus pedidos e vendas; proporciona aos consumidores comprar de lojas conhecidas virtual e/ou fisicamente, tendo entrega rápida caso escolha fazer a compra online, já que os shoppings atuam como centros de distribuição; e as operadoras garantem o funcionamento das redes.
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