Inovação é um grande desafio de qualquer empresa. Hoje trago o texto do meu sócio Bernardo Lustosa que participou neste primeiro semestre do EIP, Endeavor Innovation Program. Agradeço muito à Endeavor pela parceria na construção do sonho grande. Agradeço também à FINEP e ao Ministério da Ciência e da Tecnologia pelo apoio financeiro a este projeto. A seguir o texto do Bernardo sobre cultura de inovação:
Toda criança é criativa. Há quem conteste esta ideia, mas a maioria dos estudiosos em educação defende que as crianças têm a criatividade inata e o contexto em que ela cresce pode fazer com que parte desta criatividade seja suprimida ou atrofiada. Um ambiente familiar de medo e de punição certamente fará com que a criança ouse menos e assim a criatividade se esvaece. Como é na nossa empresa?
Todos os estudiosos de inovação defendem que uma das condições impeditivas para a fluidez da inovação numa empresa é uma cultura empresarial de medo, punição ou de exposição do colaborador que comete alguma falha. A inovação só floresce num ambiente de segurança psicológica. Há ainda uma série de outros fatores, a inovação é como uma espécie rara que só pode emergir naturalmente, diante de uma intersecção de variáveis do ambiente.
“Uma boa ideia é legal, mas uma ótima ideia é a que vem do cliente”. Esta frase explica outra precondição para a existência da inovação na empresa. Toda boa ideia é válida e deve ser celebrada. Entretanto, uma ideia relevante é a que nasce através do contato com o cliente, pois será útil para resolver algum(ns) de seu(s) problema(s), mesmo para o contato com o cliente há ciência. Se sempre perguntássemos para o cliente o que ele quer, jamais teríamos visto o iPad ou o Google Glass. Mais do que conversar com o cliente, é preciso entender o trabalho que seu produto está realizando para ele, qual problema ele está resolvendo. Este processo se dá pela conversa, pela visita, pela simples observação do seu cotidiano, pela empatia.
Para se ter uma empresa inovadora é necessário um ambiente propício, e este ambiente passa pela livre troca de informações, pelo feedback honesto e pela celebração de erros. Incubadoras de startups do vale do silício reúnem vários empreendedores num lugar comum de trabalho e criam um ambiente onde todos apresentam seus protótipos para que os demais criadores deem seus feedbacks. A troca de informação é desejada, solicitada e honesta. Há muito que se evoluir neste aspecto no Brasil. Até mesmo os erros devem ser celebrados, desde que tenham sido corretamente implementados e tenham gerado aprendizados.
Se você pensar na última ideia que teve, deve se lembrar que foi referente à um tema que permeava seu pensamento há alguns dias. Alguns exemplos: Como ajudar o meu filho na escola? Como vencer uma fase do jogo em que estou entretido? Como melhorar o consumo de energia de casa? Fato é que todos somos criativos naquilo em que passamos muito tempo pensando, naquilo que nos incomoda ou tem nos tirado o sono, naquilo que desejamos. Quanto mais algo está presente em pensamentos, mais e melhores ideias teremos. Com quantas mais pessoas conversarmos a respeito, mais as ideias aperfeiçoarão. A necessidade de inovar nasce da necessidade de resolvermos algum problema e precisamos querer resolvê-lo. Formas extrínsecas de estímulo à inovação já foram testadas e falharam. Crie um ambiente propício e a inovação virá de forma intrínseca, como quase tudo que permeia o ser humano: de dentro para fora.
Obrigado Bernardo por compartilhar esta lição inovadora!