Nos últimos anos, o varejo brasileiro passou por transformações profundas, especialmente com a aceleração da digitalização e as mudanças nos hábitos de consumo, impulsionadas pela pandemia de Covid-19. O crescimento do comércio eletrônico e a integração de canais (omnichannel) tornaram-se protagonistas dessa revolução (Almeida, 2021). Neste artigo, vamos explorar as principais tendências que estão moldando o varejo no Brasil e as projeções de crescimento até 2025, focando nas categorias de maior relevância, como moda, eletrônicos e alimentos.
O varejo brasileiro no pós-pandemia
Com a recuperação da economia, o varejo brasileiro mostrou resiliência. O comércio eletrônico disparou, e o varejo físico também começou a se recuperar à medida que as restrições foram flexibilizadas. De acordo com a ABComm, o e-commerce registrou um crescimento de 27% em 2021, totalizando R$ 161 bilhões em faturamento (ABComm, 2022). Setores como alimentos, vestuário e eletrodomésticos continuam sendo os principais motores dessa retomada, segundo dados do IBGE.
Tendências de crescimento até 2025
O futuro do varejo brasileiro será moldado por algumas tendências claras: a consolidação do comércio eletrônico, a omnicanalidade, o aumento da demanda por práticas sustentáveis e o uso de tecnologias avançadas como inteligência artificial e análise de dados (Deloitte, 2022).
– Comércio eletrônico e omnichannel: o e-commerce brasileiro segue em plena expansão. Segundo a Euromonitor International (2022), as vendas online poderão representar 30% do total do varejo até 2025. A integração entre canais online e offline (omnichannel) se consolidará como uma estratégia essencial para empresas, permitindo aos consumidores mais flexibilidade e conveniência, seja comprando online e retirando na loja, ou adquirindo na loja e recebendo em casa.
– Sustentabilidade e consumo consciente: cada vez mais, os consumidores estão optando por marcas comprometidas com práticas sustentáveis. Um estudo da Nielsen (2022) revelou que 65% dos brasileiros preferem comprar de empresas que adotam práticas ecológicas e socialmente responsáveis. Grandes redes estão investindo em iniciativas como logística reversa e redução de emissões de carbono, especialmente em categorias como alimentos orgânicos e moda sustentável (Statista, 2022).
– Tecnologias emergentes e personalização: tecnologias como inteligência artificial, análise preditiva e big data estão transformando o varejo. Essas inovações ajudam a personalizar a experiência de compra, oferecendo recomendações de produtos baseadas no perfil de cada cliente e otimizando a cadeia de suprimentos (Gartner, 2021). O setor de moda, por exemplo, já usa IA para sugerir produtos com base nas preferências do consumidor, enquanto o setor de eletrônicos se destaca pela personalização de dispositivos.
Projeções de crescimento por categoria
– Moda e vestuário: a moda online é um dos segmentos que mais crescem no Brasil, e as projeções apontam para um crescimento anual de 20% até 2025, impulsionado por categorias como vestuário casual e esportivo (GlobalData, 2022). A personalização de produtos e a moda sustentável ganham cada vez mais espaço.
– Eletrônicos: o setor de eletrônicos está em plena expansão, com a IDC (2022) prevendo um crescimento de 15% nas vendas de dispositivos como smartphones, notebooks e smartwatches até 2025. O trabalho remoto e o aumento do consumo de entretenimento digital, como jogos eletrônicos, são os principais motores desse crescimento.
– Alimentos e bebidas: o e-commerce de alimentos, que cresceu 35% em 2021, deve continuar a expandir, com projeções de crescimento anual de 12% até 2025 (ABRAS, 2022). O aumento na demanda por alimentos orgânicos e produtos saudáveis também está moldando o setor.
– Beleza e cosméticos: o Brasil é um dos maiores mercados de beleza do mundo, e as vendas online nesse segmento devem crescer 14% ao ano até 2025. Produtos naturais, cruelty-free e a personalização de cosméticos, como assinaturas de beleza, são algumas das tendências que impulsionam o setor (Mintel, 2022).
A digitalização é a grande força motriz por trás do crescimento do varejo brasileiro nos próximos anos. O e-commerce seguirá em alta, com o omnichannel como estratégia central para as empresas que buscam se destacar. Setores como moda, eletrônicos e alimentos estão especialmente bem posicionados para capturar esse crescimento. Além disso, a sustentabilidade será crucial para atrair consumidores que estão cada vez mais conscientes das práticas empresariais.
O futuro do varejo brasileiro até 2025 está profundamente ligado ao avanço do comércio digital, à adoção de tecnologias disruptivas e à resposta às novas demandas dos consumidores por sustentabilidade e personalização. As categorias de moda, eletrônicos, alimentos e beleza apresentam grande potencial de crescimento, e empresas que alinharem suas estratégias a essas tendências terão sucesso em um mercado cada vez mais competitivo.