A categoria Acessórios Automotivos viveu um verdadeiro boom de crescimento entre 2015 e 2016. É o que mostra a 34ª edição do Webshoppers do E-bit, divulgado hoje. Segundo o relatório, a categoria Acessórios Automotivos atingiu 3% de participação no faturamento do comércio eletrônico brasileiro, com crescimento expressivo de 75% se comparado com o ano anterior.
Conforme o estudo da Roland Berger Strategy Consultants “o mercado brasileiro de som e acessórios representa 10% do mercado total de autopeças e componentes automotivos, movimentando um total de R$ 2 bilhões anualmente, contra R$ 20 bilhões do mercado total.”
Em 2013 (período ainda de expansão econômica), o Brasil chegou a viver recorde histórico de licenciamento de veículos, com alta de 1,5% comparado a 2012, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O Anuário da Indústria Automobilística Brasileira 2014 apresentava a produção de automóveis brasileiros desde 1957 até os dias atuais. Veja lista de principais itens demandados, de acordo com uma pesquisa do Sebrae Mercados:
Mas como o setor cresceu tanto em meio à crise da indústria automobilística?
A resposta para o crescimento do setor pode estar na própria crise da indústria automobilística. Isso porque, se, de um lado as pessoas pararam de comprar carros novos devido ao aumento do desemprego e à perda do poder aquisitivo, por outro, elas passaram a investir mais em consertos (e autopeças) de carros usados. “Comprar menos carro tem a ver não só com a crise, mas com a mudança de como o povo está encarando os custos de se manter um bem que pode ser compartilhado de várias maneiras, ou até mesmo, de melhorar a qualidade de vida usando: bike, Uber, táxi, carona compartilhada, transporte público, por exemplo. Vivemos um momento em que a mobilidade urbana está sendo repensada e a economia criativa e compartilhada têm contribuído de forma significativa nesse sentido”, disse a Diretora Executiva do E-Commerce Brasil, Vivianne Vilela.
No ano passado, o setor de peças de reposição, que são as que o consumidor compra direto na loja, faturou 4,7% a mais que em 2014, segundo matéria do Mercelagos Autopeças.
Segundo a Revista Mercado Automotivo, a Jocar Autopeças é um dos poucos exemplos entre os varejistas automotivos que atua no mundo virtual. A empresa, que começou em 1971, resolveu apostar no comércio on-line em 2002 e hoje fatura pela internet cerca de 25% mais do que suas três unidades localizadas no Estado de São Paulo. “Somos uma das primeiras lojas, senão a primeira, a vender pela internet. O consumidor sempre procurou por praticidade e isso é o principal destaque do e-commerce”, diz Dafne Canilho, que faz o marketing da empresa para plataforma virtual.
Outro case de sucesso do setor é a DPaschoal (leia o Case produzido pela Revista E-Commerce Brasil). O varejista que começou uma série de mudanças estruturais em 2015 já é um negócio omnichannel. Nós decidimos não ter somente um e-commerce, mas também levar o cliente que está no online a uma solução completa. Conseguimos aumentar em 60% o número de visitas no site porque não fazemos uma venda forçada, mas sim criamos uma experiência útil e sincera”. Com esta fala sucinta, Henrique Cavalhieri, gerente de e-commerce do Grupo DPaschoal, detalhou a integração das operações e estoques das 180 lojas físicas com o comércio eletrônico da empresa.